domingo, 18 de março de 2012

Em jogaço no Morumbi, São Paulo vence o Santos por 3 a 2, como em 2002


Foto: Divulgação: Santos FC

Absolutamente justa a vitória do São Paulo sobre o Santos por 3 a 2 no Morumbi, num jogaço pela 14ª rodada do Paulistão 2012. Lucas foi de longe o melhor em campo. Veloz e habilidoso, expôs problemas da zaga santista: a lentidão dos zagueiros Dracena e Durval, mas sobretudo a lateral esquerda, que continua como ponto vulnerável do time de Muricy, seja com Juan (que hoje não jogou por pertencer ao São Paulo), seja com o reserva Paulo Henrique. Fucile, na direita, tampouco tem demonstrado a velocidade que a posição requer no futebol atual.

O primeiro gol são-paulino saiu logo aos 8 min de jogo, quando Casemiro teve tempo e espaço para receber, pensar, olhar, pensar na vida e chutar. Dracena ainda ficou naquela: coloco cabeça na bola como macho ou saio da frente pro goleiro ter visão? Ficou no meio termo e pôs pra dentro num gol quase contra.





Era esperado que a motivação tricolor fosse maior do que a do Peixe, que quinta-feira pega o Juan Aurich, do Peru, no Pacaembu, pela Libertadores, time que bateu por 3 a 1 na semana passada num campo de futebol society. Time fraco, é verdade, mas Libertadores é Libertadores. O São Paulo de Emerson Leão, por sua vez, vinha de um 4 a 0 contra o Independente do Pará pela Copa do Brasil, a competição que um dia Rogério Ceni disse que não se imaginava disputando.

Marcação dura

O São Paulo não deu mole contra o Santos, com marcação implacável e não raro violenta, como é do estilo histórico do time do Morumbi desde o velho Rubens Minelli dos anos 70 (estilo que Telê Santana interrompeu por um tempo). O lateral improvisado Rodrigo Caio (que nome invocado esse!) foi expulso logo aos 8 minutos do segundo tempo e já atrasado, pois era para ter tomado o segundo amarelo ainda na primeira etapa, depois de dar um pontapé em Neymar quando já tinha um amarelo.

Seja como for, o árbitro não interferiu no resultado. O Alvinegro disputou todo o segundo tempo com um jogador a mais, mas o São Paulo continuava melhor, e, ironicamente, justo quando o time da Vila parecia que ia virar o jogo, após Neymar anotar 2 a 2, a defesa deu uma bobeira generalizada e deixou o camisa 7 são-paulino fazer 3 a 2 aos 42 do segundo tempo.

Ganso amarelou

Se Lucas foi o nome do Tricolor, Ganso decepcionou no Alvinegro. Nos últimos jogos (o 3 a 1 contra o Juan Aurich, por exemplo) a imprensa encheu a bola do camisa 10 santista. Mas a verdade é que num jogo duro, um clássico de muita rivalidade como o de hoje, Ganso amarelou. Jogou muito parado, movimentou-se pouco, errou passes sem conta e se escondeu por trás de uma marcação à qual se rendeu sem muita luta.

Ganso continua devendo. Precisa de atuações de alto nível contra grandes times como o São Paulo para provar que voltou. Na vitória de 1 a 0 contra o Corinthians, jogou bem, mas, como escrevi aqui, aquele foi um jogo de compadres. Quanto à meia direita, Íbson no primeiro tempo e Elano no segundo tiveram atuações abaixo da crítica, mas Elano pelo menos é um perigo em bolas paradas (por exemplo, saiu dele, em cobrança de corner, o primeiro gol peixeiro).

Relembrando 2002

Mas a derrota é normal e não tira o São Paulo da caderneta do Santos como um freguês contumaz, e faz tempo. Há dez anos, num outro jogaço no Morumbi (eu estava lá! com o companheiro Gabriel), pela fase de classificação do Brasileirão 2002, o São Paulo também ganhou pelos mesmos 3 a 2. Foi quando Diego comemorou um gol pulando sobre o escudo do São Paulo. Rogério Ceni teve um ataque histérico. Foi um jogo espetacular e o Tricolor ganhou, mas, como tem ocorrido na última década, a vitória da esquadra do Morumbi pouco valeu. Naquele ano, o Santos comandado por Emerson Leão foi campeão brasileiro tendo eliminado o mesmo São Paulo nas quartas-de-final.

Exceto na final do Paulistão de 2000, quando foi campeão, o SPFC não ganhou do Santos a não ser jogos que, concretamente, pouco ou nada valiam, a não ser a rivalidade, o que fica muito nítido nos últimos dois anos (abaixo).

Para relembrar 2002:




O confronto San-São nos últimos dois anos
:

07/02/2010 - São Paulo 1 x 2 Santos - Arena Barueri - Paulista
11/04/2010 - São Paulo 2 x 3 Santos - Morumbi – (semifinal do Paulista)
18/04/2010 - Santos 3 x 0 São Paulo - Vila Belmiro – (semifinal do Paulista)
25/07/2010 - Santos 1 x 0 São Paulo - Vila Belmiro - Brasileiro
17/10/2010 - São Paulo 4 x 3 Santos - Morumbi - Brasileiro (ambos os times só cumpriam tabela)
30/01/2011 - Santos 2 x 0 São Paulo - Arena Barueri - Paulista
30/04/2011 - São Paulo 0 x 2 Santos - Morumbi - Paulista
28/08/2011 - Santos 1 x 1 São Paulo - Vila Belmiro - Brasileiro
04/12/2011 - São Paulo 4 x 1 Santos - Mogi Mirim – Brasileiro (o Santos jogou com dez reservas)
18/03/2012 – São Paulo 3 x 2 Santos - Morumbi - Paulista

4 comentários:

marco antonio ferreira disse...

Ê edu mas cê é chorão heim, 2002?! fala sério.

Eduardo Maretti disse...

Chorão? Eu nem mencionei que o terceiro gol são-paulino estava completamente impedido.

E falei do jogo de 2002 (que eu vi no campo) porque foram dois jogos muito parecidos em tudo, até no placar.

Se não existissem histórias pra contar, tradição, comparações, o futebol não seria futebol.

E vou chorar por quê? O Santos foi tantas vezes campeão nos últimos anos que tenho até preguiça de contar.

Felipe Cabañas da Silva disse...

Eu até ia comentar que o post do Edu era polido demais. O pênalti no Luis Fabiano foi duvidoso, até porque ele se joga feito uma franga, e o gol do Lucas foi ridículo. Estou metendo o dedo na rivalidade alheia porque qualquer erro de arbitragem a favor do Corinthians é sempre tratado, lá pelas bandas da Vila Sônia, com a velha histeria típica. O São Paulo jogou bem melhor no primeiro tempo, mas no segundo o Santos jogou mais. O resultado mais justo na minha opinião teria sido de fato o empate em 2 x 2.

Mas o Edu novamente faz jus ao espírito cordial que na minha opinião é um dos traços mais marcantes e nobres da torcida do Santos, que nenhuma outra torcida de time grande do Estado de SP tem. É importante para mim fazer essa ressalva porque eu sempre sou o primeiro a pegar no pé do escriba do blog quando ele deixa escapar alguma afirmação tendenciosa ou pega no pé dos pobres corintianos. Não vi nenhuma choradeira no post, pelo contrário...

Eduardo Maretti disse...

Valeu, Felipe, aceito a solidariedade!!, rsrs

Teu comentário me fez inclusive reavaliar a afirmação no post de que "o árbitro não interferiu no resultado"... Por mais que o São Paulo tenha sido superior no primeiro tempo, e foi muito (7 chances claras de gol contra duas, fora o gol), o impedimento do terceiro gol aos 42 da etapa final foi muito clamoroso.

O pênalti no Luis Fabiano eu daria. O próprio L. Fabiano foi honesto ao dizer depois do jogo: o pênalti foi "duvidoso" (palavra usada por ele), "mas se eu não pulo eu posso me quebrar"... e é mais ou menos verdade. Mas me parece q o goleiro fez pênalti. Como sou um santista honesto, acho tb que o zagueiro Durval poderia ter sido expulso num carrinho que deu não lembro em quem, logo no início do 2° tempo.

Noves fora zero, o 2 a 2 teria sido mesmo o resultado mais justo, com certeza.

É incrível a semelhança do jogo de ontem com o de 2002. O de 2002 terminou com 3 expulsos (o SFC com 10 contra 9 do SPFC, que fez 3 a 2 num pênalti tolo - e discutível - cometido pelo Léo tb nos estertores do 2° tempo). Histórias do futebol...