Assim como em outros trabalhos, notadamente o belíssimo A Eloquência do Sangue (que reúne fotografias feitas entre janeiro e março de 2002 na Cisjordânia e na Faixa de Gaza), a intenção de Ferrari com Ciganos é iluminar essa cultura milenar e muitas vezes perseguida para além dos estereótipos e estigmas. Segundo Rogério, “o projeto não surgiu de uma escolha estética ou da busca do exótico para fotografar. Se fez pelo propósito de retratar os ciganos numa perspectiva distante dos estigmas e dos estereótipos, e próxima o possível para tentar revelar o cotidiano desse povo”.
Diz ainda Ferrari: “Seria forçoso e equivocado incluir os ciganos nesse barco se perdêssemos de vista a relação da luta política com a luta pela defesa de uma cultura. O chumbo macio das TVs e a massificação antecede e cumpre a tarefa de eliminar existências, resistências e povos distintos. A passividade e o engano tornaram-se conduta”.
A nova obra do fotógrafo está inserida, segundo o jornalista Raul Moreira, no projeto Existências-Resistências, que Rogério Ferrari “desenvolve há alguns anos e que inclui outras publicações sobre povos e movimentos sociais”.
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Foto: Rogério Ferrari |
Ciganos tem duzentas páginas, 96 imagens em preto e branco fotografadas com película, e traz o prefácio da antropóloga Florencia Ferrari, autora do livro Palavra Cigana (editora Cosac Naif). Apesar de ser uma produção independente, o novo livro de Rogério foi parcialmente financiado por edital do Fundo de Cultura da Bahia.
Livro: Ciganos
Lançamento: Foyer do Teatro Castro Alves - Salvador (BA)
Sexta-feira, 16 de dezembro, às 19 horas
Esse e outros livros do fotógrafo podem ser adquiridos pelo telefone ou e-mail abaixo
Telefone: (71) 9254-1972
e-mail: ambai7@gmail.com
Blog do autor: existências resistências
Leia também (e conheça outros títulos do fotógrafo) a entrevista concedida a Fatos Etc.: “Na Palestina, a câmera era a minha pedra”
5 comentários:
Devidamente compartilhado!
Sabe que acho que encontrei esse cara recenetemente em Floripa, numa mostra de fotografia, e nem me toquei que ele era ele? Enfim, perdi uma boa conversa com certeza...
O povo cigano me mata de inveja... aquela coisa de horizontes – sou tarado por horizontes!
Pô, Xico, você nem falou que tinha inaugurado um blog! Bacana! Você sempre tem muito a dizer.
Edu, foi um lance de não permitir que a fé desapareça... uma espécie de trincheira.
Grato pelas palavras...
***
Coloquei isto no post anterior, estou desconfiado que vc não viu:
Bom... será um domingão especial: aquele toquinho-totozinho que o moleque faz com o pé esquerdo, e que tem o estranho poder de deixar o marcador de bumbum na grama, fará minha alegria.
Mas... terei um outro estranho prazer: vou poder (pasmem!)ligar e falar com o Edu às 08:00h da madrugada, em pleno domingo. Quem poderia imaginar uma coisa dessa? Futebol faz cada uma!
Xico, só agora vi seus comentários (inclusive espero sua ligação na madrugada de domingo!), já devidamente respondidos... É que entrei na internet de manhã e depois passei o dia fora, longe do computador... e só agora entrei na rede.
Que a fé não desapareça jamais! Usemos todas as trincheiras!
abraços
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