quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Versões para o caos

Foto: Joícÿ Costìm
Você deve se lembrar que o prefeito Gilberto Kassab, do DEM, cortou parte do orçamento para a limpeza urbana em agosto. Ele voltou atrás cerca de um mês depois. O professor da PUC-SP Luiz Tarcísio Teixeira Ferreira, especialista em Direito de Estado, previu na ocasião da medida adotada por Kassab que ela traria consequências durante o período de chuvas. Se a culpa pelo caos não foi só de Kassab, também não foi só de São Pedro, como parece querer fazer crer a TV Globo.

Segundo o professor da PUC, São Paulo sentiu o impacto da medida de Kassab exatamente na terça-feira. Ele defende que os cidadãos entrem com ações públicas na Justiça contra a prefeitura e a responsabilize pelos danos. O professor entende que, ao restringir os serviços de limpeza pública, o interesse de toda a comunidade "é substituído pelo interesse do prefeito”.

Jornal Hoje
Já a TV Globo mostrou no "Jornal Hoje" de ontem (desculpem o trocadilho), dia do caos em São Paulo depois das chuvas, uma reportagem sobre o que para ela são as causas da inundação do Tietê. A matéria vai ao ar para responder à cândida pergunta do âncora Evaristo Costa: "afinal de contas, faltou obra no rio Tietê ou realmente choveu demais?"

No helicóptero, a repórter Patrícia Taufer pergunta ao professor de Engenharia de Recursos Hídricos da Escola Politécnica da USP, Mario Thadeu Leme de Barros: "o que de fato aconteceu? Como o senhor explica esse caos todo?" Pra resumir, ele responde que o rio não suportou a chuva extremamente intensa em toda a cidade e, assim, Tietê e Pinheiros transbordaram.

A reportagem explica então o que é vazão ("a quantidade de água que o rio transporta em um período de tempo") e ilustra: o Tietê "consegue levar uma piscina olímpica a cada dois segundos. Mas hoje a situação foi bem mais complicada", explica a repórter. Ah, tá.

Ela continua: "professor, as margens são estreitas demais, é isso o que acontece?" Somos então informados que, "com a ocupação urbana, nós confinamos o rio Tietê no espaço que ele tem hoje, e esse espaço é insuficiente".

Entendeu? É simples assim.

Veja a reportagem global



2 comentários:

Paulo M disse...

Comentário meio atrasado rsrs: talvez a classe média tenha reclamado muito da taxa do lixo. Não é ela que perde parentes soterrados debaixo da terra, embora perca seus carros afogados na água.

Paulo M disse...

PS: desculpem o soterrado debaixo da terra rs