sábado, 25 de janeiro de 2014

Às vezes lembro de Leonel Brizola


Francamente, acho que Josias de Souza, jornalista do Grupo Folha, manifesta tanto ódio em suas análises (às vezes elucubrações) políticas, que sua credibilidade profissional fica comprometida.

Digo isso a propósito de um texto assinado por ele em seu blog no Uol, hoje (24/01/2014), cujo título é: “Davos: Dilma estreia como mágica às avessas”. Democraticamente, disponibilizo o link do texto dele aqui.

Escreve Josias de Souza:

Depois de ignorar por três anos o palco de Davos, na Suíça, Dilma finalmente exibiu-se no Fórum Econômico Mundial. Escolheu para a estreia o papel de mágica às avessas. Vendeu o mercado interno brasileiro com a volúpia de uma caixeira-viajante. Referiu-se ao Brasil como uma oportunidade a ser aproveitada por produtores de automóveis, computadores, celulares, refrigeradores, freezers, máquinas de lavar, tevês planas, fármacos, cosméticos…”

Este é um texto semanticamente chulo, e politicamente lacerdista. Releiam, e prestem atenção no que ele diz nas entrelinhas.

Será que, mesmo sendo oposição, não dá para ter um pouco mais de elegância com a presidente da República eleita pelo povo brasileiro, que está na Suíça negociando pontos de uma agenda internacional que interessa a todos os brasileiros, de oposição ou situação? 

Uma coisa é a crítica, outra bem diferente é a bílis (o ódio de classe) se sobrepor à razão.

Brizola teria feito 92 anos no último dia 22 de janeiro. Às vezes me lembro de Leonel Brizola. Amanhã (hoje) é 25 de janeiro, aniversário de São Paulo.

2 comentários:

Alexandre disse...

Velho Brizola, gostava dele, era o que mais combatia com indignação o monopólio e a direita, junto com o PT, que na época era mais combatente, logicamente, além de ser oposição, era o maior partido que pudesse representar a classe trabalhadora. E os que eram de "esquerda" se identificaram com o partido. Juntos, Brizola como presidente e o PT como base aliada, quem sabe, bem poderia ter sido. Mas a história é um carro alegre, ou triste, ou alegre e triste... Brizola era um dos últimos românticos.

Paulo M disse...

Fã que sempre fui do Brizola, infelizmente nunca depositei nele meu voto rs. Tenho pra mim que muito do "gatuno" que Lula é hoje aprendeu com Brizola, o macaco velho que praticamente fez seu "doutorado" em política praticando política desde a juventude, quando de suas reuniões com grupos estudantis numa casa de estudante (o CEUPA, em Porto Alegre), onde morei por uns três anos. Pelo menos era o que se dizia lá, nessa casa, nos anos 80. O Daniel Razón, frequentador deste blog, pode confirmar ou não minha (hipo) tese. De qualquer forma, tenho pra mim também que Brizola, posteriormente, talvez tenha se tornado obcecado demais, desde as eleições presidenciais de 89, pela ideia de uma influência "diabólica" e unilateral da Globo nas coisas do País, o que por outro lado redundou num direito de resposta histórico, em 1994, contra a rede de comunicação dos Marinho (http://www.youtube.com/watch?v=ObW0kYAXh-8). Mas sempre que ouço falar ou vejo as manipulações da Globo na política, nos esportes, na cultura e nos hábitos do povo brasileiro, me bate inevitavelmente uma saudade do velho "caudilho", que nos deixou, politicamente, muito órfãos.