terça-feira, 31 de julho de 2012
Eliane Catanhêde está toda empolgada com o julgamento do mensalão
“Agosto começa com Lula, Dilma e Haddad se esforçando para sorrir. Mas sorrindo amarelo”, escreve a vestal Eliane Catanhêde em sua coluna da Folha de S. Paulo de hoje.
A coluninha de hoje da jornalista que não resiste a um tucano cheiroso (lembram disso? – o link para relembrar está abaixo neste post) segue a linha de sempre: mal disfarçando sua torcida para que o julgamento do caso do chamado “mensalão” pelo STF seja um apocalipse nas candidaturas petistas nas eleições municipais que se aproximam.
“Não se sabe se é para rir ou para chorar, mas o que os candidatos e os principais líderes e candidatos do PT vão fazer durante todo o mês de agosto, enquanto o julgamento do mensalão vai expor ao país os podres do partido?”, pergunta a torcedora, ou melhor, jornalista da Folha, e continua: “Lula saiu da toca ontem, a três dias do início do julgamento, como quem não quer nada”, escreve ela, assim como quem não quer nada mas dizendo nas entrelinhas que Lula, quem sabe, talvez seja um animal estranho, raro é verdade, mas animal, já que pessoas normalmente não vivem em tocas.
Depois de ironizar a entrada da Venezuela no Mercosul em cerimônia no Palácio do Planalto na manhã desta terça-feira, a imaculada Catanhêde ironiza: “como seria mensalão em espanhol? El mensalón?”
Meu Deus, que senso de humor tem a escriba da coluna naquele espaço da Folha que um dia já abrigou Claudio Abramo. Estou morrendo de tanto rir. Como está alegrinha nossa Catanhêde.
Relembre e veja o vídeo da empolgação de Catanhêde com o perfume dos tucanos neste link: Eliane Catanhêde e a massa cheirosa
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8 comentários:
Não tenho estômago pra esse tipo de figura.
Cláudio Abramo! Esse cara nos formou no bom jornalismo. Saudade. Bem, mas, felizmente, agora, a gente tem a internet (blogosfera é só pra blog ou serve pras redes tb?) pra nos servir de bom jornalismo de novo!
Bom, creio que ultimamente a Catanhêde realmente não tem conseguido, ou nem tenta mais, disfarçar suas tendências pessedebistas (a "massa cheirosa" é só o exemplo mais contundente). Só um cego não enxerga, o que na minha opinião contraria as diretrizes de apartidarismo da Folha de São Paulo, que, apesar de cada vez mais manifestar tendências conservadoras, declaradas ou sub-reptícias, realmente não se põe ao lado do candidato A ou B (como fez o Estadão com José Serra, em 2010), ao menos nos últimos anos.
Mas falar da corrupção no governo Lula como o "mensalão", entre aspas, para mim não dá. É fato que o que tiver acontecido foi capitalizado por partidos, jornais ou ideólogos de oposição. A famigerada "opinião pública" ainda não teve acesso às provas mais específicas. O caso não foi julgado. Ninguém ainda foi penalmente condenado. Mas se ainda não se pode dizer que o mensalão foi o MENSALÃO, como no afã da fatia antipetista da mídia, tampouco se pode dizer com tanta certeza que o mensalão foi um "mensalão". Eu teria que ignorar meu senso crítico para assumir as aspas como verdadeiras.
Além do mais, a estratégia da defesa, embora o fato já tenha sido também capitalizado na mídia, está se mostrando uma admissão de culpa. A estratégia é dizer que a fortuna movimentada não foi para cooptar parlamentares, mas para cobrir caixa dois. Ora, para mim, honestamente, não faz muita diferença. Corrupção houve. O PT é o mais asqueiroso dos partidos por isso? Não. Inclusive porque sabemos que rios de dinheiro sujo foram movimentados em outros governos e os fatos foram ardilosamente jogados para baixo do tapete. Mas precisamos nos manter críticos. Inclusive para conseguir separar o joio do trigo: o mensalão, MENSALÃO ou "mensalão" não é todo o PT, não é todo o governo Lula, e muito menos todo o governo Dilma. Se comprovadas as tratantadas, o mensalão representará somente uma fatia escroque do lulo-petismo que não fará muita falta se trancada no xilindró.
Só um adendo: acima eu disse que ninguém ainda foi condenado penalmente, mas lembrei que o Sílvio Pereira fez acordo para se livrar do processo e prestou serviço comunitário. Bom, eu não sei mais detalhes, mas prestar serviço comunitário, até onde vão meus conhecimentos precários de direito, é uma condenação penal, somente se troca a cadeia pelas ações comunais (lembrando que a acusação contra ele era ter intermediado a cooptação, ou seja, ele seria o negociador do esquema).
Legal esse comentário do Jânio de Fretas:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/57791-o-julgamento-na-imprensa.shtml
Acho, Felipe, que a Folha se põe, sim, ao lado do candidato A ou B. Nem acho isso tão condenável, desde que não seja mascarado pela aparente (apenas aparente) equidistância partidária. O próprio New York Times apoiou Obama em editorial, em 2008. A CartaCapital já declarou apoio a Lula... Às claras, fica mais honesto.
Lembro do velho Leonel Brizola dizendo: o Estadão é de direita mas é mais honesto, porque não nega; a Folha só finge que não é.
Essa palavra "mensalão" já virou um símbolo linguístico que chega a nosso inconsciente com um significado que remete imediatamente a "políticos corruptos do PT". Absorvemos isso como nosso corpo absorve a água quando a bebemos com sede. Antes de comentar aqui, procurei a palavra na Web, e o próprio Wikipédia não deixa claro o que é "mensalão", pois fornece várias versões, partindo da suposta compra de votos de parlamentares, pelo PT, para favorecer projetos do governo Lula em 2005, dando sequência com a ideia de que, antes disso, o mensalão era prática comum no Poder Legislativo Federal. Onde está Eduardo Azeredo, protagonista de uma suposta compra de votos para certa Emenda Constitucional que favoreceria a reeleição de FHC?
O que acho lamentável é que a mídia possa substituir com tamanha naturalidade a capacidade de julgar as coisas neste país (onde está Roberto Civita?), oferecendo a nós, meros mortais, informações "fidedignas" com base na liberdade de imprensa que ela mesma, agora, dita, mas nos anos de chumbo "n" vezes foi conivente com a morte de jovens que entregaram suas vidas para lhe dar essa liberdade. O que antes era censura virou democracia, só que não para expressar-se, mas para monopolizar expressões.
Ao contrário do que vivenciamos nos anos 60/70, podemos livremente falar, excomungar e reclamar de governos (quando estes nos toleram sem cavalaria, borrachada e bombas de gás lacrimogêneo), mas sinceramente tenho me sentido como um frango diante de palavras em forma de grãos de milho.
Pára tudo. O que é mensalão?
O Jânio de Freitas é um dos jornalistas mais lúcidos em atividade no Brasil. E é um dos que, na Folha, estão fora da polarização "mensalão" x MENSALÃO.
O FEBEAPA da madame Tucanhede é digno de nota.
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