Fiz um pequeno levantamento sobre as estatísticas de gols marcados e sofridos pelo Santos desde a temporada 2009 até 2012. A tarefa é muito facilitada pelo didatismo com que os números são disponibilizados no site do Santos F.C. Cruzei essas informações com a memória: lembrar quem eram os técnicos nos respectivos períodos.
Foto: Ivan Storti - Divulgação Santos FC
Muricy reclama, mas não apresenta soluções |
1 – sobre o time atual: realmente faltou planejamento ao clube. O ano de 2012 foi gasto com muito oba-oba pelo centenário. A equipe ganhou o tricampeonato paulista, mas disputou a Libertadores com soberba e chegou ao Brasileiro desfigurada. Mas Muricy se esconde por trás de desculpas sem fim e não assume que perdeu a mão, e atribui todos os fracassos ora ao “defeito de fabricação” da escola do Santos, ora à falta de planejamento (da diretoria), ora à imprevisibilidade do futebol.
Pelo que o time vem jogando, ou seja, nada (um futebol horrível, sem criatividade, sem ousadia tática, sem improvisação), Muricy não assume nem um centavo do que deve. E o Santos não tem um elenco tão lamentável assim para exibir esse futebol grotesco que estamos vendo. Muricy está tão perdido que até o lateral Léo está pedindo a voz e uma chance de jogar na meia, para ver se algo acontece.
Soma-se, então, à falta de planejamento do clube (por onde anda o Laor?) a limitação de Muricy, cujo plano tático não existe (depende de Neymar), além de ser um técnico retranqueiro, mal-humorado e que tem dificuldade de trabalhar com as divisões de base do clube.
2 – sobre números: os dados estão aí abaixo. As médias de gols marcados e sofridos na era Muricy Ramalho são baixíssimas. O time toma poucos gols, mas também não faz. Isso não se enquadra na história do Santos vencedor, que nunca foi campeão e encantou fazendo e tomando poucos gols, jogando na retranca.
Na temporada 2012, a sofrível média de gols marcados chega a 1,91 por jogo, mas temos que considerar que no Paulistão e na primeira fase da Libertadores muitos tentos foram marcados contra times muito ruins. No Brasileirão de 2012, a média de gols a favor do time de Muricy chega ao patético número de 0,64 por partida. Há três partidas o Peixe não enfia uma bola na rede! Junto com a Portuguesa, é o pior ataque do campeonato (7 gols). Que argumento cartesiano algum santista poderia colocar para defender o atual estado de coisas?
Por mais problemas que o time tenha, isso é muito pouco para o Santos Futebol Clube.
Dados sobre gols marcados e sofridos entre 2009 e 2012:
2009
Na temporada (Vagner Mancini e Vanderlei Luxemburgo): 101 gols marcados (1,51 por partida) e 86 sofridos (1,28).
No Brasileiro (Vanderlei Luxemburgo): 58 gols pró (1,53 gol por jogo) e 58 contra (idem!).
2010
Na temporada (Dorival Júnior e Marcelo Martelotte): 180 gols marcados (2,31 por partida) e 103 sofridos (1,32/jogo).
No Brasileiro (Dorival Júnior e Marcelo Martelotte): 63 gols pró (1,66 gol por jogo) e 50 contra (média de 1,31). A se observar: a incrível semelhança na média de gols sofridos no Brasileiro e em toda a temporada.
2011
Na temporada (Adilson Batista, Marcelo Martelotte e Muricy Ramalho): 123 gols marcados (1,60 por partida) e 94 sofridos (1,22/jogo).
Brasileiro (Muricy Ramalho): 55 gols pró (1,45 gol por jogo) e 55 contra (média de 1,45). Observação: incrível, zero de saldo, 55 a 55.
2012
Na temporada (até aqui, 46 jogos – com Muricy Ramalho): 88 gols marcados (1,91 por partida) e 40 sofridos (0,87/jogo).
Brasileiro (onze rodadas disputadas - Muricy Ramalho): 7 gols pró (0,64 gol por jogo) e 9 contra (média de 0,82).
6 comentários:
Conclusão: 2010 foi mesmo um ano mágico. E Dorival Júnior segue sendo o melhor técnico que já vi no Santos - dane-se o que ele fez antes ou depois em sua carreira, o que importa é que no Peixe ele foi o melhor.
Não venho aqui para cornetar os problemas alheios. Acho que, ao menos por ora, a fase de provocações, cornetações e desavenças está suspensa (rs). Até que um dos rivais dispute outro torneio importante para o outro secar, ou até que ambos se reencontrem disputando alguma coisa que preste (rs).
Mas eu gostaria de aproveitar o gancho do post e falar de Muricy. E, incrivelmente, estava eu ontem pensando sobre Muricy Ramalho. E por causa do Corinthians, é claro. É que revi recentemente todos os melhores momentos dos jogos do Timão na libertadores desde a semifinal, e um fato me chamou a atenção. No gol do Santos, no Pacaembu, as câmeras do plim-plim flagram a comemoração de Muricy Ramalho à beira do gramado. Pois é. Ele parecia estar festejando o gol do cunhado na pelada de solteiros x casados no sítio da família. Isso porque o gol de Neymar, conto um segredo a vocês, no coração de um corintiano, caiu como uma bomba e reacendeu a memória de uma série de fiascos. Naquele momento, o time não jogava, o astro do outro time tinha marcado um tento, sentimos cheiro de tragédia no ar. Um treinador que jogasse um pouco de gasolina no seu grupo teria conseguido aproveitar melhor aquele nosso momento de fragilidade. É incrível como Muricy é um treinador pouco vibrante, emocionalmente embotado, que pouco se envolve com o jogo, que não joga uma faísca em seus comandados, que não sofre, pouco festeja, e está sempre com um ar carrancudo de quem está carregando o mundo nas costas. Se o lema de Neymar é "ousadia e alegria", tendo em conta que Neymar é um santista de nascença e encarna muito do espírito do próprio Santos, creio que não é com Muricy Ramalho que a jóia vá encontrar seu melhor jogo.
Dito isso, é preciso ponderar que o Santos deve muito da Libertadores de 2011 à organização tática muricyana...rs... Ele reorganizou o time num momento em que os jogadores pareciam perdidos em campo e reencontrar a ordem era questão de vida ou morte num torneio em que os times estão sempre no fio da navalha. No entanto, é um treinador acomodado, que parece não querer ver quando as coisas precisam ser mudadas, que não luta para ser criativo, que parece não ver quando os adversários, como numa partida de xadrez, lhe colocam taticamente em xeque. O jogo de Muricy Ramalho é um jogo batido, para o qual já se encontrou antídotos de monte.
Com todo o respeito, assim como Luis Felipe Scolari, não queria Muricy Ramalho no meu time. Saudações.
Bom o post, bons os comentários do Felipe e do Olavo. Eu só não poria o Felipão ao lado do Muricy depois de já ter visto ambos passarem pelo Palmeiras. Pra não ficar estendendo muito, resumiria assim: Felipão ganhou um título em 2012 com um time sofrível. Muricy, com um elenco respeitável, que ele pegou em ótima situação na tabela do Brasileiro de 2009, muito bem encaminhado por Luxemburgo e Jorginho, não conseguiu sequer dar sequência ao que lhe entregaram quase mastigado. Fracassou. Acho que o Santos deveria já ter mudado de técnico depois da derrota pro Barcelona, ano passado. Não sei por que motivos o Muricy "queima" revelações de um clube cuja tradição é revelar craques. Parece não gostar do Felipe Anderson e do Vitor Andrade, mas dizem ser duas promessas que ele rejeita porque prefere contratar gente pronta (resta saber o motivo). O Leão, em 2002, fez o contrário no Santos: rejeitou contratações pra subir Diego e Robinho da base. Desacreditado, ganhou o Brasileirão do ano. O rendimento do time, hoje, melhoraria com qualquer interino, mas Muricy Ramalho, Seleção Brasileira e falta de planejamento fazem uma combinação desaconselhável pro Santos.
Muricy Ramalho, seleção Brasileira e falta de planejamento fazem uma combinação mais do que desaconselhável, na minha opinião. É uma combinação com elementos de desastre. Tomara que não.
No brasileirão fazer média é sacanagem, primeiro que no começo o foco era Libertadores, depois nunca jogamos com o time completo.
Paciência o que precisamos caros santistas, no próximo jogo teremos o Bill, vocês verão que os gols voltarão.
o elenco do santos de 2009 foi uma equipe de transição... sem dúvidas não foi a melhor formação do santos.. mas tem alguns jogadores aí que deixaram saudades e poderiam voltar em 2013!!
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