quarta-feira, 12 de março de 2014

PMDB coloca acesso à internet livre em sério risco


Veja vídeo abaixo

Assunto essencial ao qual nem todos estão prestando a atenção devida: hoje o governo conseguiu retirar da pauta de votação da Câmara dos Deputados  o projeto de lei 2126/2011, o chamado Marco Civil da Internet, que estava prestes a ser votado. Com a rebelião do PMDB comandada pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) -- que não merece o voto de ninguém --, o governo seria derrotado e o texto, cujo relator é o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), não passaria no plenário.

O relatório de Molon prevê a chamada “neutralidade da rede”, que o lobby das gigantes das telecomunicações querem derrubar. O que é isso? Hoje, você acessa internet e navega livremente, vê vídeos do YouTube de graça, e todos -- ricos, pobres e remediados -- têm o mesmo direito de ver o que quiserem. Se as empresas vencerem e não houver a neutralidade, quem tem mais dinheiro poderá literalmente “pagar para ver”, comprar pacotes melhores, ter direito de acessar vídeos do YouTube, por exemplo. Quem não tem dinheiro, ficará a ver navios.

Molon fez um discurso veemente e esclarecedor hoje no plenário da Câmara a favor da internet livre e contra os que defendem que só tenha acesso à Web quem puder pagar pacotes, como é hoje a TV a cabo. Sim, pessoal, a internet pode virar isso que é o mercado de TV a cabo.

O discurso está abaixo e gostaria que vocês ouvissem, pois é muito esclarecedor. Para evitar o blá-blá-blá inicial, comecem a assistir a 1’25” (1 minuto e 25).


Diz Molon no discurso:

É disso que se trata:: hoje, qualquer pessoa que tenha acesso à internet escolhe o que vai acessar: baixar uma foto, mandar um e-mail, assistir a um vídeo. Se a neutralidade for quebrada, os vídeos, mesmo os vídeos do YouTube, ou qualquer outro, só poderão ser acessados por quem puder pagar por eles."

Rejeitar o marco civil... significa excluir, tirar os pobres da internet e a internet dos pobres. A classe média brasileira, que não conseguirá arcar com 500, 600 reais para assistir vídeos no YouTube, que hoje é gratuito.”

"Derrotar o Marco Civil e aprovar uma emenda aglutinativa que acabe com a neutralidade significa tirar de 100 milhões de brasileiros o direito a uma internet livre."

O acesso à internet livre é um direito humano que proporciona estudos às pessoas... Não é um projeto de governo ou de oposição, mas do Brasil.

Quando decidirmos quando será o momento oportuno para o debate, o Congresso terá de decidir se ficará do lado de 100 milhões de pessoas ou contra elas, a favor da internet livre e neutra ou contra ela.”

Para assinar a petição online da Avaaz pelo Marco Civil, basta clicar aqui (sugestão: quem não quiser ficar recebendo e-mails da Avaaz após a assinar a petição, dê um e-mail alternativo, que seja verdadeiro, mas que você não use muito ou não seja o seu principal.)


2 comentários:

Paulo M disse...

Certamente não se trata de interesse financeiro, mas de veto à liberdade de informação e expressão. A elite mundial não mudou o que pensa desde as ditaduras pelo mundo durante o século 20. Mudou a estratégia apenas. Vamos entender os propósitos do grupo Bilderberg, do Council on Foreign Relations e do Inter-American Dialogue. Tudo estado-unidense, e tudo na surdina, diga-se de passagem. Não dá pra piscar mais.

Eduardo Maretti disse...

Concordo, Paulo, que esses interesses podem estar interferindo nesses assuntos fortemente. Mas há interesses financeiros, e não poucos. O lobby das teles é gigantesco. As teles financiam campanhas de deputados e querem o pagamento. E o que está em jogo aqui é mais um mercado gigante, parecido ao da TV a cabo, controlado no Brasil por alguns grupos que cobram o que querem.

A internet cair na mão desses grupos será uma tragédia.