quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O caos no metrô, os "trens fantasmas" e o cartel


Ontem, mais um dia de caos e pânico no metrô de São Paulo. Coincidentemente, na segunda-feira, 3,um dia antes, fiz uma matéria para a RBA, após uma coletiva do promotor  Marcelo Camargo Milani, em que este afirmou que o secretário de Transportes Metropolitanos do estado de São Paulo, Jurandir Fernandes, pode sofrer ação pelos graves problemas gerados pelo sistema de operação CBTC. Trata-se do sistema informatizado que aparentemente está causando panes e incidentes e está relacionado à bilionária reforma de 98 trens das linhas 1 e 3 do Metrô.

A reforma tem íntima relação com a formação de cartel, denúncia encaminhada ao MP pela primeira vez em 2008, mas que só começou a vir à tona no ano passado, embora os contratos de reforma dos 98 trens tenham sido assinados pelo governo de São Paulo entre 2008 e 2009 (governo José Serra).

Quatro contratos de reforma dos 98 trens, objeto de apuração do Ministério Público de São Paulo, estão suspensos por 90 dias.

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Detalhe relevante (mensagem do meio): "problema de portas"

Os quatro contratos suspensos, firmados em processo que foi dos anos 2008 a 2009, são os seguintes: ModerTrem (Alstom e Siemens); BTT (Bomberdier, Tejofran e Temoinsa), consórcio Reformas Metrô (Alstom e Iesa) e MTTrens (MPE, Projetos Especiais e Temoinsa), segundo o promotor.

Em agosto do ano passado, a RBA dava uma matéria sobre a tal reforma, tema até então pouco ou nada mencionado na imprensa: “uma reforma bilionária em trens do Metrô de São Paulo – cujos contratos também estão sob investigação do Ministério Público – pode estar da origem das centenas de incidentes ocorridos no sistema nos últimos anos, cujo episódio mais grave foi o descarrilamento de uma composição na Linha Vermelha, entre as estações Marechal Deodoro e Barra Funda, na última segunda-feira (5/08/2013).

"Nos testes, os trens abrem a porta e desaparecem da tela. Os operadores não sabem onde o trem está. Por isso cunharam o apelido de trem-fantasma. O CBTC é um dos principais motivos dos atrasos no cumprimento dos contrato", disse o promotor Milani na última terça-feira, 03/02/2014.

São conhecidos e recentes vários relatos de portas se abrindo do nada na linha 3 Vermelha.

Também curiosamente, como se pode ver na imagem da página do twitter do próprio metrô, acima, “um trem apresentou falha de portas na estação Sé”.

Não sou técnico e não entendo de tecnologia. Mas as peças vão se encaixando cada vez mais.

Leia sobre o assunto e tire suas próprios conclusões:

09/08/2013
Reforma bilionária sob investigação pode estar na origem de incidentes no Metrô-SP

03/02/2014

Um comentário:

Gabrieu disse...

Só pra não deixar passar: eu, eu, eu, o Alckmin se perdeu.