domingo, 9 de fevereiro de 2014

Cadê os insetos?


Edu Maretti/outubro 2013
Essa bela mariposa amarela faz tempo que não aparece

Depois da estiagem por que temos passado em São Paulo nas últimas semanas, notei ontem à noite uma coisa sintomática que até então passava despercebida: apesar do calor anormal que atravessa os dias e as noites, e apesar da janela aberta e da lâmpada acesa perto da janela na sala, não aparecem insetos. Onde estão os insetos? Também, e isso é óbvia consequência da falta de insetos, não tenho ouvido passarinhos cantarem, nem mesmo as histéricas baitacas, nem mesmo bem-te-vis. Ou foram para outro lugar ou morreram de sede e fome.

Normalmente, em dias de calor e numa região com considerável vegetação como o Butantã, numa noite de calor o que não faltam são insetos de toda espécie: pequenas mariposas, "fadinhas" (uns insetinhos verdes de asas, que parecem pequenas fadas), joaninhas, pernilongos, às vezes besouros, as temíveis vespas noturnas que já me causaram pânico, enfim, uma miríade desses "invertebrados com exoesqueleto quitinoso, corpo dividido em três segmentos (cabeça, tórax e abdômen), três pares de patas articuladas, olhos compostos e duas antenas", como ensina a Wikipédia.

Quando falo de insetos, e até de uma saudade curiosa que me bateu dessas criaturas "desprezíveis" mas essenciais à vida (ao ecossistema), não me refiro a baratas, é claro. Esse é um animal que, se eu fosse presidente do mundo, mandava extinguir. Mas, graças ao bom Deus, aqui no 8° andar do apartamento em que moramos não existem baratas, nem rasteiras nem voadoras.

Então, voltando aos insetos aceitáveis, não deixa de ser estranho que até mesmo esses pequenos animais que precisam do calor para proliferar tenham desaparecido nos últimos tempos. Mas é óbvio, eles não podem nascer e viver sem água. Por isso é um pouco assustador que nem mesmo insetos estejam povoando as noites áridas da sala da minha casa nesses últimos dias.

Agora há pouco caiu uma chuva como há muitas semanas não víamos (aqui no Butantã, porque tem chovido, mas em pancadas localizadas na cidade: ontem, por exemplo, choveu ma zona Norte e em Osasco, aqui perto, mas aqui não). Hoje a água caiu, finalmente. Mas será suficiente para a volta dos insetos? Não sei. Vou observar atentamente o lustre da sala, para ver se eles chegam atraídos pela luz.

Veja, no vídeo abaixo, "um trecho" da chuva de hoje no Butantã, para matar a saudade! Aos 29 segundos, você poderá observar um raio atravessar a imagem e em seguida o trovão. Chuva, bendita e efêmera chuva!




Abaixo, alguns episódios, fatos (assustadores) e fotos com insetos:

Eu e os insetos (fatos reais!)

A volta da vespa noturna

6 comentários:

Gabriel disse...

Por aqui as formigas estão atrás de água. Aliás, falando em calor, eis uma boa técnica pra dormir no calor. Levante da cama, vá até o chuveiro, sem toalha mesmo, molhe o corpo inteiro (menos o cabelo) e volte para a cama, molhado mesmo! é uma beleza! Dà tempo de dormir antes de ficar impossível de novo.
Sobre o insetos, é fato. O clima muda, a vida muda.

Alexandre disse...

Nossa, esse vídeo até deu uma refrescada. hehehe...mas com certeza, "o clima muda, a vida muda", e vai mudar mais, sempre mudará. Tem que se adaptar às mudanças. As espécies mais fortes e de maior sorte sobrevivem.
Os insetos de verão, normalmente começam o frisson no começo de primavera, acasalamento, reprodução, isso tudo. Mas os que sempre estão presentes, em qualquer época, a abelha, marimbondo, joaninha, pequenas borboletas, esses tenho visto com frequência. Esses dias vi uma tesourinha, há anos não via uma. Baratas, já tô me acostumando, parece que aumentam a cada dia, não é possível matar tanta barata, parece que estou perdendo muito tempo com isso ultimamente, então vou deixando pra lá.
Os passarinhos estão meio sumidos mesmo, isso parece um prenúncio.
Todos esperam pela chuva, mas parece que as nuvens estão sumindo, assim, do nada evaporam, aos nossos olhos.

Paulo M disse...

Vi um vídeo, tempos atrás, em que alguém fazia uma velha e cada vez mais frequente pergunta: "Estamos sozinhos no Universo?" Ao que alguém respondia: "Há um número incontável de espécies de animais e plantas que dividem o mesmo Universo conosco."

Imaginem a ausência de insetos como prenúncio do Apocalipse.

Tenho uma técnica semelhante à do Gabriel pra dormir, porém mais econômica em tempos de escassez: deitar com um pote de água do lado e molhar o corpo de vez em quando.

Espero que a chuva não continue fugindo na segunda quinzena de fevereiro. Senão vai ser foda...

Alexandre disse...

Pessoal, boas notícias, grande frente fria acompanhada de uma massa de ar fria, para o próximo final-de-semana, quem sabe? Força suficiente pra deslocar essa massa de ar quente estacionada. Por incrível que pareça, hoje vi um lindo Bem-te-vi. Não cantava, mas estava bem presente.

Eduardo Maretti disse...

Olha, Ale, mas a temperatura vai "cair" pra 31, 32, 33°, por aí, no fim de semana, pelo que prevê o Climatempo. Parece que só vai dar uma caída melhor daqui a uns 10 dias...

Anônimo disse...

...é um fato que os insetos estão desaparecendo, trata-se da maior extinção em massa depois da queda do asteroide que matou os dinossauros, todo o eco sistema vai ruir como um castelo de cartas nos próximos anos, as abelhas o principal inseto da natureza que fecunda praticamente 90% das plantas estará extinta até o ano 2035 mas eu acho que é bem antes disso eu fui apicultor e sei do que estou falando, uma praga misteriosa que começou em meados de 2006 vem aniquilando sistematicamente as abelhas, já na europa não há abelhas suficientes para polinizar a produção de alimentos, só por ai já da pra ter uma ideia da catástrofe, seja qual for o problema se espalhou para todas as expecies de insetos, cupins, besouros, joaninhas, e digo que eu notei que não tem mais tantas baratas e moscas também! as autoridades estão escondendo essa catástrofe ambiental da população mundial mas a coisa vai estourar quando uma maçã custar mais do que um carro zero! não acredito que isso seja um fenômeno natural, é algum veneno que liberaram acidentalmente ou propositalmente mas é com certeza causado pelo homem.