quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Julian Assange lança livro e aparece na mídia brasileira
O criador (ou um dos criadores) do WikiLeaks está em evidência no Brasil. Certamente não é à toa que aparece na mídia brasileira esta semana.
No dia 4 passado, o programa Milênio, da Globonews, exibiu (às 23h30) uma entrevista exclusiva e “inédita”. Mas, antes, O Estado de S. Paulo publicara (3 de fevereiro de 2013, às 2h 06) entrevista exclusiva, feita por Jamil Chade, com Assange. Numa matéria datada de antes ainda, dia 2 (às 7:46), na CartaCapital, Gianni Carta escrevia um texto mais prolixo, impressionista e, digamos assim, egocêntrico (confesso que às vezes prefiro a objetividade).
O australiano, acusado de crimes sexuais na Suécia, que quer sua extradição, está há sete meses asilado na Embaixada do Equador em Londres. Sua aparição na mídia brasileira tem um motivo: ele tem um livro sendo lançado no Brasil: Cypherpunks, Liberdade e o Futuro da Internet, pela Boitempo Editorial. Segundo a editora, “a obra é resultado de reflexões de Assange e de um grupo vanguardista de pensadores rebeldes e ativistas que atuam nas linhas de frente da batalha em defesa do ciberespaço (Jacob Appelbaum, Andy Müller--Maguhn e Jérémie Zimmermann). A questão fundamental que o livro apresenta é: a comunicação eletrônica vai nos emancipar ou nos escravizar?”.
Não precisa dizer que estou curioso para ler o livro. Mas estou. Do que li e vi a respeito, destaco duas passagens da entrevista do Estadão:
O presidente (do Equador) Rafael Correa ataca muito a imprensa. O que o sr. acha disso?
Deveria atacar mais. A primeira responsabilidade da imprensa é a precisão e a verdade. O grande problema na América Latina é a concentração na mídia. Há seis famílias que controlam 70% da imprensa no Brasil, mas o problema é muito pior em vários países. Na Suécia, 60% da imprensa é controlada por uma editora. Na Austrália, 60% da imprensa escrita é controlada por (Rupert) Murdoch. Portanto, quando falamos em liberdade de expressão, temos de incluir a liberdade de distribuição, uma das coisas mais importantes que a internet nos deu.
(...)
O sr. disse que publicará cerca de um milhão de documentos em 2013. Algo sobre o Brasil?
Sim. Publicaremos muito sobre o Brasil neste ano.
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Leia também: Jacob Appelbaum, segundo a Rolling Stone
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Um comentário:
Vai ver que esses magnatas da imprensa brasileira estão tentando puxar o saco do Assange, com medo de que algum podre à moda Roberto Civita (que a mídia, ao estilo Arnaldo Jabor, esconde) possa vazar pelo WikiLeaks. Deve ser amedrontador mesmo, pois ninguém sabe pra onde está apontando a metralhadora fantasma dessa organização e de outras, como os Anonymous, que têm muita carta na manga pra chantagear e espalhar o medo burguesia afora. Um milhão de documentos deve dar pra fazer uma bela de uma festa. Quem sabe?
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