sexta-feira, 25 de março de 2011

Pensamento para domingo: Ayrton Senna - Interlagos, 1991

Na semana que está acabando, fez 20 anos da primeira vitória no Brasil, em Interlagos, e piloto teria completado 51 anos

Domingo começa a temporada de Fórmula 1 (na Austrália, às 3h da manhã - horário de Brasília) e cabe uma lembrança: a dos 20 anos da primeira, e antológica, vitória de Ayrton Senna no GP Brasil, em 24 de março de 1991, em Interlagos. Naquele ano, ele seria tricampeão do mundo.

O piloto terminou a prova sem a terceira, quarta e quinta marchas de sua McLaren-Honda, e cruzou a linha de chegada à frente da Williams-Renault de Ricardo Patrese num êxtase nervoso, gritando e chorando no cockpit.

Ayrton e Gustavo Kuerten, nosso Guga, foram os únicos esportistas que me faziam acordar regularmente aos domingos pela manhã, o que para mim sempre foi um sacrifício. Mas para ver Senna e Guga era um prazer. Depois que um morreu e o outro parou, eu acordo menos vezes cedo, aos domingos.

Este post surgiu da conjunção de dois fatores: a associação entre futebol e Fórmula 1, feita pelo Victor e depois pelo Felipe em comentário no post sobre Muricy no Santos, e a efeméride do 24 de março, que me foi informada por nossa solerte imprensa. Depois, uma pesquisa básica me informou que em 21 de março, a última segunda-feira, Senna faria 51 anos.

Não postei antes porque havia compromissos profissionais mais urgentes.

Em tempo, não pretendo perder a madrugada de domingo assistindo o GP da Austrália.

Abaixo a entrevista que Senna concedeu logo após a vitória épica de 1991 em Interlagos. Ele encerra a entrevista com uma frase emblemática de sua personalidade obcecada e alucinada pela vitória, movida como que por um nirvana antibudista feito de paixão e adrenalina: “O resultado só podia ser esse mesmo, acabar a corrida sem nada sobrando”. No outro vídeo, as 10 últimas voltas (sim, caro internauta, a narração é do Galvão Bueno: não tem outra).







Leia também sobre Ayrton Senna: A Melhor volta da história

Um comentário:

Felipe Cabañas da Silva disse...

Épico, de fato. Tem uma coleção de corridas épicas, como em Donington Park em 1993, em que ele pulou de 4° a 1° na primeira volta debaixo de chuva, a volta que ficou conhecida como "a melhor volta da história" - http://www.youtube.com/watch?v=7nmsa0HHD5w (a narração também é do Galvão Bueno, infelizmente)


Pois é. O Senna é um dos meus ídolos de infância. Domingos inesquecíveis assistindo corrida com meu pai. Quando ele morreu eu tinha 11 anos, e não me envergonho de ter chorado. O ufanismo bobal do Galvão Bueno não invalida o mito. Embora todo mito tenha seu lado perverso, que se relaciona ao processo de mitificação, e não ao sujeito mitificado, continuo achando que o Senna merece respeito.

E perto de um monstro genial capaz de acabar a corrida com cãibra no corpo todo, dizendo que "não sobrou nada", a Fórmula 1 de hoje é brincadeira de playstation. Também não perco meu tempo. Cada vez mais sem graça. Por mais que que o Bernie Ecclestone invente, por mais que todo ano se inverta um monte de regras para tornar a corrida "mais emocionante", já virou protocolo. E nesse caso, por mais que o Piquet seja um babaca, ele está certo quando diz que o sujeito que senta na frente da televisão pra ver uma corrida de automóveis quer ver o circo pegar fogo (leia-se em sentido próprio e figurado), e não uma procissão de comadres guiadas por controle remoto trocando de posição nos boxes. Enfim, bem mais divertido ver uma pelada qualquer, mesmo que seja Ibis x Bangu.