terça-feira, 1 de março de 2011

Dilma tem que pôr fim à arrogância de Ana de Hollanda


A presidente Dilma Rousseff precisa dar um telefonema ao presidente do Santos Futebol Clube, Luis Álvaro Ribeiro, e tomar uns conselhos sobre como demitir sem mais delongas funcionários ou subordinados especializados em jogar a comunidade contra uma determinada instituição, os igrejeiros, paneleiros e insubordinados.

Brincadeira à parte, está se tornando algo assustador a sem-cerimônia de Ana de Hollanda à frente do Ministério da Cultura. E também a inação do governo (leia-se Dilma) quanto ao tema. A mais recente medida da ministra foi a exoneração de Marcos Alves de Souza, titular da Diretoria de Direitos Intelectuais do Ministério da Cultura em Brasília. A queda de Souza satisfaz os grupos contrários à reforma da lei dos direitos autorais, amplamente discutida com a sociedade.

Segundo matéria do Estadão, várias pessoas (entre 15 e 20) poderiam se afastar do MinC nos próximos dias em protesto pela saída de Marcos Souza. Detalhe: a toda poderosa autocrata Ana de Hollanda continua intocada e aparentemente intocável em sua arrogância. Para o lugar de Marcos, ela nomeou a advogada carioca Marcia Regina Vicente Barbosa, ex-integrante do Conselho Nacional de Direito Autoral (CNDA) entre 1982 a 1990. Marcia Regina foi secretária executiva do CNDA quando Hildebrando Pontes, “defensor extremado das teses do Ecad”, foi presidente do CNDA, diz a matéria de Jotabê Medeiros.

Em sua página no twitter (@samadeu), o sociólogo Sérgio Amadeu (que já falou a este blog sobre a ministra – link abaixo) continua as críticas hoje: “Ana de Holanda acha que é preciso continuar criminalizando os estudantes que fazem xerox. Ela não quer reformar a lei de copyright...”, escreveu.

Há muita indignação na comunidade cultural. A ministra é acusada de traição eleitoral, já que sua política está mais próxima a grupos que apoiaram José Serra à presidência, e ao mesmo nega toda a política do MinC desenvolvida pelo antecessor, Gilberto Gil (e depois Juca Ferreira), que orientou todo o seu trabalho no sentido da democratização do acesso ao conhecimento.

Portanto, presidente Dilma, creio que está faltando ação para pôr fim à arrogância de Ana de Hollanda. A menos que a senhora concorde com ela. Tenho certeza de que o presidente santista Luis Álvaro não se furtará a ajudá-la na árdua tarefa.

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Atualizado às 14:41 (2/03/2011)

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