terça-feira, 1 de julho de 2014

Alemanha 2 x 1 Argélia: um jogo para a antologia


Resenha da Copa do Mundo [8 - segunda-feira, 30 de junho]

A palavra épico está se tornando um clichê para se referir a jogos desta Copa do Mundo espetacular. Mas de novo recorro a ela para falar desse jogo impressionante, antológico, digno de adjetivos, algo de que não gosto na escrita, que foi Alemanha 2 x 1 Argélia pelas oitavas-de-final, em Porto Alegre.

Ivo Gonçalves/ PMPA


Cheguei a ficar triste com a desclassificação dos argelinos, que os alemães só conseguiram derrotar depois de lutar incessantemente por 120 minutos. Foi o único time africano para o qual torci nesta Copa. Têm um futebol insinuante, como disse o Gerd Wenzel.

Bem montado na defesa, a começar do goleiro Raïs M'Bolhi, com suas intervenções incríveis, com contra-ataques espetaculares, uma vontade quase religiosa de vencer, mas muito diferente daquela vontade bruta e ignorante que às vezes vemos em certos times. A gana do time da Argélia parece ter a ver com a biografia de seu técnico, o bósnio Vahid Halilhodzic, que vale a pena conhecer: Sobrevivente de guerra, ídolo no Nantes e cavaleiro francês: conheça Vahid Halilhodzic.

Poucas vezes vi na vida um jogo com intensidade igual. Parabéns à Argélia, o país de Albet Camus. E a Alemanha, com seu futebol tático, continua devendo.

Já a França bateu a fraca Nigéria por 2 a 0. Bem penteadinhos, os franceses pareciam que estavam jogando uma partida de futebol de praia. Com postura blasé, a seleção francesa se baseia na rapidez, na troca de bola rápida, mas tem uma defesa vulnerável, principalmente pelas alas, e meu palpite é que, se a Argélia não bateu a Alemanha, não vão ser os franceses.

2 comentários:

Roseli Costa disse...

Também gostei muito do jogo. Para quem gosta de futebol, foi um presente. Mas se esta Copa começou com quedas surpreendentes de grandes seleções, parece ter cessado com as surpresas e sucumbido ao previsível, que é a permanência dos "experientes", dos que já eram esperados: França, Alemanha, Argentina, Brasil e outros. Entretanto, fica a impressão de que várias seleções já não são inexpressivas. E a cada jogo, podemos constatar as idiossincrasias culturais, o jeito de ser mesmo, de cada povo. Essa riqueza de conhecimento que nos proporciona uma Copa deveria ser levada em conta pelos que insistem em dizer que futebol é uma bobeira sem sentido. Espero que o Brasil possa conter seu traço mais incrustado, que é a emotividade. Fico pensando que a seleção brasileira poderia ter sido mais bem escalada para fazer jus ao grande evento que está sendo a Copa das Copas, a Copa no Brasil. Mas isso o Felipão nos tirou. Acredito que o campeão sairá do comjunto Holanda-França-Alemanha. Pode até ser o Brasil, mas isso já é torcida.

Eduardo Maretti disse...

Concordo com quase tudo. Só acrescento a Argentina como um dos candidatos ao título, e tiro a França...