quinta-feira, 5 de abril de 2012

No melhor jogo de 2012, Inter e Santos
ficam no 1 a 1 em Porto Alegre pela Libertadores


Apesar do estilo gaúcho – e talvez até por isso – Internacional e Santos no Beira Rio pela Libertadores nesta quarta-feira foi o melhor jogo do futebol brasileiro que vi em 2012. O resultado de 1 a 1 deve ser creditado ao goleiro colorado, Muriel, que salvou seu time de deixar a cancha derrotado em seu próprio quintal. No duelo entre a raça gaúcha e o futebol arte, deu empate. Mas no “agregado” deu Santos, já que no jogo de ida, na Vila, os gaúchos tomaram um chocolate: 3 a 1 e show de Neymar.

Divulgação/ Santos FC

O estilo gaúcho se fez presente desde o primeiro minuto de jogo: pegada forte, marcação ao estilo rúgbi, pressão no campo de ataque, catimba, porrada. Arte versus porrada. E o Inter fez 1 a 0 numa cobrança de falta espetacular do lateral Nei (observação: a falta que deu origem ao gol não existiu – o manhoso ex-são-paulino Dagoberto cavou de maneira até tosca, mas o árbitro deu).

Acontece que sem Guiñazu, D’Alessandro e Oscar, o meio de campo colorado pouco produziu. E Leandro Damião (um centroavante do tipo tanque, que acho superestimado) ficou órfão. Porém, apesar de aguerrido e ótimo no desarme, Arouca compensou os desfalques do time da casa comprometendo o meio de campo peixeiro com freqüentes erros de passe. Justamente num desses erros de Arouca saiu a falta que redundou no gol do Inter. Acho muito volante (Henrique, Arouca e Íbson) pra um Santos só, mas, enfim, é assim que joga Muricy Ramalho.

Em aguerrimento, Tinga fez sua parte do lado colorado. Mas, como Arouca, é tecnicamente limitado e às vezes resolve no desarme para devolver na hora de passar. Como no meio de campo alvinegro Íbson é do tipo que “nem fode nem sai de cima”, um jogador que brilha em jogos secundários mas nos principais se apaga, o Santos demorou a dominar a partida, o que só conseguiu no segundo tempo.

Ganso, muito marcado, pouco produziu. O (em 2012) lamentável Borges só está aí para comprovar a teimosia de Muricy: outra vez, Alan Kardec, que surpreendentemente entrou no lugar do lento e decepcionante lateral Fucile, fez em poucos minutos o que o molenga Borges não conseguiu em todo o jogo.

Melhores momentos do jogo



Muriel, Neymar e Dracena

Tirando o milagroso goleiro Muriel, goleiro com nome de anjo, Neymar foi o nome do jogo, fazendo o de sempre: apavorou a defesa adversária, apanhou, obrigou Muriel a várias defesas e um milagre, e conseguiu que o time oponente fosse punido com três cartões amarelos e uma expulsão (de Rodrigo Moledo). O time de Dorival Júnior, aliás, poderia ter levado cartão vermelho bem antes, ainda no primeiro tempo (o lateral Nei). O capitão santista Edu Dracena foi um gigante na zaga. Só não ganha o “Moto-Rádio” porque Muriel e Neymar jogaram muito.

Na segunda etapa, dominada completamente pelo Santos, o Colorado só não teve mais expulsos porque o árbitro Sandro Meira Ricci – que só não foi perfeito porque tolerou a violência – foi político. O futebol gaúcho (de Inter ou Grêmio) é muito, mas muito feio, e é incrível que haja quem goste.

O Peixe lidera o grupo 1 da Libertadores com dez pontos. Se por azar do Inter o fraquíssimo boliviano The Strongest (com 7) bater o péssimo Juan Aurich (que tem zero) nesta quinta-feira, 5, no Peru, somará dez pontos e o Colorado (8 pontos) precisará vencer o Aurich fora de casa, na última rodada, no carpete, para não ser desclassificado na fase de grupos.

Só São Judas salva o Flamengo no grupo 2

Com a derrota para o Emelec do Equador em Guyaquil, o time da Gávea é o lanterna do grupo 2, com 5 pontos. Na última rodada (12 de abril), o time de Joel Santana pega o bom argentino Lanús (líder com 10 pontos) no Rio, enquanto o vice Olímpia (7 pontos) recebe o Emelec (6). Ou seja, o Flamengo está virtualmente fora, a não ser que seu padroeiro, São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis, venha em seu socorro.

8 comentários:

Leandro disse...

Aos entusiastas de "La Copita", pergunto: Este CR Flamengo é mesmo um clube com "camisa" na Libertadores?
Este clube que já foi eliminado na primeira fase em 2002? Este clube que já "conseguiu" a façanha de ser eliminado para o América mexicano do paraguaio Cabañas, e que venceu o torneio quando ele não valia rigorosamente nada por aqui? O "Mengo" tem "camisa" na competição?
Legal… Como corinthiano, é alentador saber que eles têm "camisa", "ofício internacional" ou coisa que o valha.

Eduardo Maretti disse...

O falso desdém com que uma parte da torcida corintiana, ecoando o gênio da humanidade Citadini, o Filósofo – se refere à Libertadores é puro despeito. Pega até mal, embora chegue a ser cômico.

João disse...

mandaram o luxemburgo embora pra contratar o pereba do joel e deu no q deu... veri gudi ... kkk

Leandro disse...

Citadini fez muita besteira em seu período como dirigente, mas ainda prefiro suas ações e suas palavras às de Mário Gobbi.
Mas como este é embrionário, vamos dar tempo ao tempo…
Agora, não sei se este comentário também desagrada aos santistas porque estes também são neo-entusiastas da coisa, porque a venceram quando não era lá grande coisa (relaxem, ganharam recentemente), porque também foram eliminados pelo América do Cabañas ou se é tudo isso misturado com muito gelo e limão.

Gabriel Megracko disse...

Belo jogo! Destruiu em casa e jogou melhor fora, com tudo contra. Dorival, Juiz (que tá processando o Neymar), Beira-Rio lotado e um bando de trogloditas! Não dá pro Inter. Pode vir no mata-mata.
E, a propósito, já tem corintiano dizendo que nem vai ver o jogo se pegar o Peixe pelo caminho. Mas sem desdém, óbvio, eu também vou ficar nervoso, porque o Timão é treta, e o Peixe é futebol!

Paulo M disse...

Bão mesmo foi Verdão x Horizonte, he he. Não temos mais o Horizonte pela frente.

Inter x Santos foi um jogaço mesmo. Bem, vi só a partir dos 35 do segundo tempo.

E parece que o Flamengo dessa vez vai vazar mais cedo.

Está começando agora o ano no futebol.

Eduardo Maretti disse...

Caro Paulo M, cartão amarelo, viu?

"O Timão é treta, e o Peixe é futebol!" - frase candidata a entrar no livro "A Fraseologia poética do futebol" - hehe

alexandre disse...

Fiasco do flá. Mas camisa e títulos contam, porém não são decisivos numa libertadores. J. Santana pensou que estava na cadeira do rei. Tomou um gol no final do jogo, contra o Emelec. Na liberta passada, o Santos, muito menos entrosado que hoje, levou o título, no fio da navalha. Na minha humilde opinião, o time do Santos é o mais completo dessa competição, atualmente. As partes se entenderam, técnico e time. Não vejo melhores times atualmente. Mas como futebol é a surpresa e Libertadores é uma competição à parte, o livro está aberto. Das oitavas em diante serão decepções e êxitos para o duelo final. Sofram à vontade, peregrinos.
O Boca vai visitar o Flu no próximo embate. Jogão.