sábado, 7 de abril de 2012
Fato da semana – Dilma avisa que "fantasia não tem espaço" nas discussões da Rio + 20
Marcante a fala da presidente Dilma Rousseff sobre o tema desenvolvimento e meio ambiente, no encontro do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, no Palácio do Planalto, dia 4.
Trata-se da posição do Brasil sobre as questões a ser debatidas na Rio + 20, que acontece no Rio de Janeiro em junho. Dilma foi categórica: “ninguém numa conferência dessa também aceita, me desculpem, discutir a fantasia. Ela não tem espaço, a fantasia. Eu não tô falando da utopia, essa daí pode ter [espaço]. Tô falando da fantasia. Eu tenho de explicar pras pessoas como elas vão comer, como vão ter acesso à água, como vão ter acesso à energia”.
O que está em jogo é, por exemplo, a construção de usinas hidrelétricas na Amazônia, muito criticada por grupos ambientalistas. A fala do dia 4 é uma resposta clara da presidente a esses grupos.
“Nós vamos ter de ser capazes de fazer essa junção: a junção entre o econômico, o social e o ambiental”, afirma Dilma. Embora nesta frase tente ser diplomática (e nesse ponto ela não se parece com o ex-presidente Lula, conciliador e negociador por excelência), de modo geral a presidente é contundente na defesa de sua visão desenvolvimentista, pragmática e racionalista. Cartesiana, eu diria. Concorde-se ou não, é a posição do governo, e Dilma avisa para quem quiser ouvir: as hidrelétricas na Amazônia vão ser construídas.
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Um comentário:
De um lado, um governo de discurso claro e correspondente com suas ações. De outro, uma perda irrefreável no quesito diálogo. Dilma dá as ordens. Pro desenvolvimento pode ser bom, mas para o aprofundamento de questões que vão além da comida, água e luz, como direitos das minorias, meio ambiente, e principalmente cultura e identidade, estamos retrocedendo brutalmente. Nesse campo, Lula era bem mais consistente e corajoso.
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