"Tenho para mim que o impeachment de Dilma não ocorreria não
fossem as Jornadas de Junho", diz ex-prefeito de São Paulo
Ainda bem que é Fernando Haddad quem fala, e não eu (quando falei que o início do golpe foram as manifestações de 2013, colegas e até amigos vieram pra cima de mim como se eu fosse um blasfemo).
O trecho abaixo é de Haddad publicado na Piauí, agora em junho.
"Durante os protestos de 2013 no Brasil, a percepção de
alguns estudiosos da rede social já era de que as ações virtuais poderiam estar
sendo patrocinadas. Não se falava ainda da Cambridge Analytica, empresa que,
segundo relatos, atuou na eleição de Donald Trump, na votação do Brexit, entre
outras, usando sofisticados modelos de data mining e data
analysis. Mas já naquela ocasião vi um estudo gráfico mostrando uma série de
nós na teia de comunicação virtual, representativos de centros nervosos
emissores de convocações para os atos. O que se percebia era uma movimentação
na rede social com um padrão e um alcance que por geração espontânea
dificilmente teria tido o êxito obtido. Bem mais tarde, eu soube que Putin e
Erdogan (presidentes da Rússia e da Turquia) haviam telefonado pessoalmente para Dilma e Lula com o propósito de
alertá-los sobre essa possibilidade."
A íntegra do texto de Haddad está aqui.
E, abaixo, o link de um artigo de F. William Engdahl,
publicado logo após a reeleição de Dilma, em novembro de 2014, no qual o
pesquisador chamou a atenção para uma coincidência envolvendo a
visita do então vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao Brasil, em
maio de 2013:
"Dilma Rousseff tinha uma taxa de popularidade de 70 por
cento. Menos de duas semanas depois da visita de Biden ao Brasil, protestos em
escala nacional convocados por um grupo bem organizado chamado 'Movimento Passe
Livre', relativos a um aumento nominal de 10 por cento nas passagens de ônibus,
levaram o país virtualmente a uma paralisação e se tornaram muito violentos. Os
protestos ostentavam a marca de uma típica 'Revolução Colorida', ou
desestabilização via Twitter, que parece seguir Biden por onde quer que ele se
apresente. Em semanas, a popularidade de Rousseff caiu para 30 por cento."
O link com o artigo de Engdahl: BRICS’ Brazil President Next Washington Target
O link com o artigo de Engdahl: BRICS’ Brazil President Next Washington Target
Acho que não precisa desenhar.
O único comentário que me ocorre: como podem Lula, Dilma e seus assessores serem tão ingênuos, ou "republicanos", como preferiam dizer? Certamente não foram só Putin e Erdogan que os alertaram. Mas quantos tenham sido, foi inútil.
O único comentário que me ocorre: como podem Lula, Dilma e seus assessores serem tão ingênuos, ou "republicanos", como preferiam dizer? Certamente não foram só Putin e Erdogan que os alertaram. Mas quantos tenham sido, foi inútil.
3 comentários:
Uma ação estratégica muito bem feita dos EUA. Parabéns...diante de uma mídia servil, retrógrada, uma população facilmente persuadida e alianças vulneráveis às águias devoradoras de ratos. Contando com a incapacidade de reação da esquerda, mal preparada e ingênua, o molho está pronto.. vamos nos servir.
Haddad é um político esquisito, ( no sentido de estranho, não comum) na política brasileira. Cenário que não quis admiti-lo no "club", inclusive a trecnocrata Dilma, recém ascendida a condição de política. Tampouco a oposição culta, sic, FHC.
Talvez, e talvez mesmo, seja a soberba do Haddad, assim como a de Dilma, que não deixou que tudo se completasse, um segundo mandato. O eleitor gosta de votar no chefe, no que sabe mais, no que é mais bonito, e não é feio quenem ele, sic. Mas o eleitor não gosta de quem sabe muito, tanto que ele não entende. Tipos que sabem já de tudo, muito moderno. Mas que ninguém entende do que fala. Daí vem Dória. Moderno também, com uma vantagem: todo mundo entende, sic. A imprensa então!
Imprenssa, MPL, Judiciário.
Um pouquinho de fogo amigo, inveja, ciúmes, e pronto. fim de sonho.
Pelo menos esse é o script, sic, até aqui, mas o próprio ensaio do Haddad é sinal de luta, Vamos lá, eu não tenho mais nada que fazer.
Achei o texto de Haddad muito interessante. Mas tem uns problemas.
Por exemplo, ele fala da mídia, Folha, Globo etc... Mas, para o bem ou para o mal, sequer menciona a mídia de esquerda ou "alternativa". Isso é sintomático. Na gestão dele, Haddad tratou essa mídia como se "terceira divisão". Foi dar entrevista à RBA, por exemplo, uns 2 anos depois de assumir a prefeitura, depois de muita insistência. O chefe dele na Secom, o tal Nunzio Briguglio, tinha a visão de que tem que falar com a grande mídia, pra dar visibilidade (mas essa é a posição do PT como um todo, e uma de suas principais falhas, coisa de amador na política, sentar com o inimigo). Aí ele vai e só falava com os mais escrotos. Jovem Pan principalmente, onde os caras chamam o Lula de "bandido", "chefe de quadrilha" e coisas assim, literalmente. Enfim, esse é um problema sério.
Mas o texto é rico. Se tiver tempo ainda escrevo sobre ele. Mas o texto mostra um quase rompimento com a Dilma. Isso é óbvio.
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