quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O Brasil de Jango e de Zé Dirceu


A história e seus simbolismos.

No dia 14 de novembro de 2013, véspera do 124° aniversário da República, os restos mortais do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe de 1964, foram recebidos com honras militares pela presidente Dilma Rousseff, e um dia antes o Supremo Tribunal Federal decretou a prisão do ex-ministro José Dirceu, um dos construtores do Partido dos Trabalhadores, assim como de José Genoino, que mora numa casa comum de classe média no Butantã, em São Paulo.

Os fatos e o simbolismo histórico falam por si.

Marcello Casal Jr./Agência Brasil
A presidente Dilma e a viúva de Jango, Maria Thereza Goulart

Hoje é um dia de encontro do Brasil com a sua história. Como chefe de Estado da República Federativa do Brasil participo da recepção aos restos mortais de João Goulart, único presidente a morrer no exílio, em circunstâncias ainda a serem esclarecidas por exames periciais." (Dilma Rousseff)


Alexandre Maretti
Como advogado, respeito a decisão do Supremo, mas respeitar não quer dizer que concorde. O STF fechou os olhos para centenas de depoimentos, para a inexistência de provas e depoimentos que incriminassem o ex-ministro José Dirceu (...) Tanto da parte da defesa quanto de José Dirceu e da família, há uma indignação em relação ao que foi decidido ontem. Mas ele está sereno e vai cumprir mais uma situação de sua intensa vida.” (José Luís Oliveira Lima, advogado de José Dirceu)

2 comentários:

Emerson Lopes da Silva disse...

Achar que a prisão de José Dirceu é a salvação da pátria é tão limítrofe quanto achar que:

-a legalização das armas é necessária para coibir a violência;

-a proibição das drogas vai acabar com o tráfico e o consumo;

-a pena de morte resolve a criminalidade;

-o Brasil precisa de um salvador da pátria;

-apenas os políticos são desonestos;

Pessoinhas, o furaco é tão mais embaixo que dá para contar nos dedos mindinhos de um indivíduo quantas pessoas realmente querem que algo mude no Brasil.

O Brasil é assim: de medidas superficiais em medidas superficiais, a gente nunca sai da superficialidade.

Felipe Cabañas da Silva disse...

"Dirceu foi condenado sem provas!" Quem disse isso? Um militante ferrenho do PT? Não, Ives Gandra, um conservador contumaz. A estrutura jurídica desse julgamento é pífia. Não tem provas cabais, só circunstanciais e testemunhais. Condenar alguém assim é uma ameaça à democracia - e nisso concordam até muitos conservadores e anti-petistas ferrenhos.