quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Santos de Gabriel faz duelo final contra Palmeiras de Fernando Prass



Artilheiro da Copa do Brasil, Gabigol, e Prass, o melhor do Palmeiras

Desde quinta-feira passada, a discussão que tenho de enfrentar sobre a esperada final Santos x Palmeiras, com raras exceções, se resume a isso: foi pênalti, não foi pênalti, foi pênalti, não foi pênalti, foi pênalti, não foi pênalti. A enfadonha discussão começou com o protesto de palmeirenses no Facebook.

Quase ninguém parece ter-se lembrado de falar de futebol. Ou se preocupou em lembrar que esta final da Copa do Brasil entre os dois grandes clubes é a segunda desde os estertores dos anos 1950. A final do Paulistão de 2015, vencida pelo Santos nos pênaltis, foi a primeira decisão entre ambos desde 1959, embora aquela, vencida pelo Palmeiras, tenha sido um caso à parte: o Paulista daquele ano foi disputado em pontos corridos e, como Palmeiras e Santos terminaram empatados, tiveram de fazer uma disputa-desempate.

A montagem da imagem acima é proposital: o artilheiro da competição contra o melhor jogador do time da capital, o goleiro, o que, por si só, já diz muito do duelo. 

Mas o fato é que, nesta quarta-feira, 2 de dezembro, acredito que o Santos continua levemente favorito. Diria por 55% a 45%. O Santos é mais time. Tem no elenco jogadores talentosos e decisivos, como Gabriel (artilheiro da Copa do Brasil com 8 gols) e Lucas Lima. Tem o artilheiro de todo o país em 2015, Ricardo Oliveira, com 36 gols. Jogadores experientes, como o próprio camisa 9 e o volante Renato.

Além disso, a vitória por 1 a 0 na Vila deu ao Alvinegro uma vantagem não só matemática, mas também tática: ao contrário do jogo na Vila Belmiro, quando o Palmeiras não jogou futebol e não deu sequer um chute a gol (a não ser um cruzamento que foi direto à meta de Vanderlei a 1 minuto de jogo), no Palestra Itália o Alviverde vai ter que jogar – ou seja, se abrir, mesmo que com cautela – se quiser reverter o placar adverso. Isso é tudo que o Santos queria, e por saber disso é que veio a revolta e inconformismo dos palestrinos após a derrota na Vila. A principal arma do Santos de Dorival Jr. é o contra-ataque em velocidade, com Lucas Lima armando os golpes fatais de Ricardo Oliveira e/ou Gabriel, e foi assim que o Peixe eliminou o Corinthians em pleno Itaquerão por 2 a 1.

O Palmeiras pode contar como armas o aguerrimento e a torcida que vai lotar o estádio. Essa vantagem , porém, pode se virar contra o time se ele não fizer um gol logo. A ansiedade da equipe e da torcida vai crescer na medida em que o tempo passa. Se o Santos marcar um gol antes, a tarefa ficará ainda mais difícil para o Alviverde. O Peixe marcou pelo menos um gol em todas as 13 partidas disputadas até aqui na competição.

Mas futebol é jogo e jogo é também sorte e azar. Se o Palmeiras marcar antes, pode conseguir se armar na defesa e na catimba, que terá de usar contra um time superior, e vencer o jogo. Se por um gol, para decidir nos pênaltis. Para ser campeão direto, precisa de uma diferença de dois gols.

***

Gosto dos comentários de Paulo Vinícius Coelho porque ele fala de futebol e informa, ao invés de ficar com blá-blá-blá de pênalti, não-pênalti. Ao comentar o jogo vencido pelo Santos, na semana passada, ele lembrou: “A final da Copa do Brasil se parece com a decisão do Paulistão”. Disse também o PVC no texto: “O Santos é mais time. Mas neste ano, agora são seis clássicos Santos x Palmeiras. O Santos ganhou todos na Vila, o Palmeiras venceu os dois no Allianz Parque e todas as vitórias aconteceram por um gol de diferença. Só falta isso e a decisão por pênaltis para repetir a final do Campeonato Paulista”.

Então é isso. Chega de papinho de pênalti, caros palmeirenses, como se aquele do primeiro jogo fosse o primeiro pênalti ou não-pênalti polêmico da história do futebol.

Como dizia o velho Osmar Santos: vamos pro jogo, garotinho.

4 comentários:

Gabriel M. disse...

O elenco do Santos é bom da defesa ao ataque... e o time está bem melhor que na final do Paulista. Se o Peixe não vacilar, vai ser difícil pro Verde...

Alexandre disse...

Và bene, adiamo allora...
A polêmica existe, impossível não falar de uma polêmica. Ou é possível não falar?
Se o Palmeiras não ganhar, eu pelo menos não vou dizer que foi por causa de pênati..., mas quando o Santos perde, principalmente com atuação duvidosa de arbitragens, bom, aí vc Edu, releva bastante esse fator, que é recorrente no futebol. Quem não reclama? Quem ganhar, é porque mereceu, beleza, o Santos é melhor?, beleza, se ganhar, não vou perder a cabeça por isso, perder, perdeu. O Palmeiras jogou fechado na Vila porque se jogasse aberto, ia ser uma penca de gols. É esquema tático. Poderia ter usado mais o setor de ataque, mas enfim, por pouco não faz um gol aos cinco minuto,... o Gabriel saiu contundido em entrada violenta, não lembro de quem, não teve nem cartão amarelo pro jogador do Santos? É isso?.Pô, mano!!O Santos fez falta pra cacete!!. . Mas então que seja um jogo limpo, embora acho que vai ser violento, nervoso..a panela tá fervendo. Tomara que não, mas se tiver que ter um apitinho companheiro, que seja pro nosso lado, claro....hehehe
abraços palestrinos

marco antonio ferreira disse...

Alê matou.Edú vc é muito chorão, rá!
A panela tá fervendo, diz o Alê, sim. Cara, os parmeira véioss, tão neura. O Belluzzo, lí dois textos dele essa semana.Os dois na carta capital. Não comento porque não é o caso, mas cara como ele é emotivo. Então Edú a panela tá quente, e?
Sim, gostaria de ter um grande time escalado, e não uma grande história somente. Mas que nada, sai da minha frente que eu quero ganhar....

Edu Maretti disse...

Marco, teu comentário veio tarde. Já tem outro post, sumário e sincero. Acho que o acima é o post mais curto da história deste blog. Parabéns aos palmeirenses pelo título. Vocês mereceram, mesmo, e estavam precisando.