Texto e ilustração: Rice Araújo
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Infelizmente meus pressentimentos sobre os perigos da volta
dos militares no Egito estão se confirmando. Após 50 anos de regime militar o
presidente eleito ter sido derrubado em menos de dois anos me cheirou muito
mal... hoje o cheiro do sangue nas ruas lá me embrulha o estômago. E algumas
perguntas ficam rodando na minha cabeça... a quem interessa isso? Quais
contratos o ex-presidente interrompeu pelo bem do seu país? Quais empresas
tiveram prejuízo com o ex-presidente e agora voltaram a ganhar dinheiro no
Egito? Quais governos ficam mais a vontade com o "novo" governo
militar egípcio?
Um comentário:
Até quando vamos reclamar, sem que tenhamos nenhuma resposta, os direitos humanos promulgados já tardiamente nos anos 40? Não sei quem tem qual interesse, nem de que forma o Ocidente, sob o comando dos Estados Unidos, entra nos acontecimentos no Egito nas últimas semanas. Esse Obama, cuja eleição muitos comemoramos por ser o primeiro presidente negro norte-americano, e também por ter afastado do poder o partido republicano, sinceramente já mostrou a que veio. Bastam, pra desconfiar, os diários elogios rasgados do Arnaldo Jabor ao chefe de Estado dos EUA, só porque este retirou as tropas do Iraque. Alguém tem de dizer aos americanos que eles, simplesmente, não têm de pôr a fuça onde ninguém chamou. São tantos interesses, intermináveis, obscuros, difíceis de entender, principalmente num mundo onde as divergências entre facções religiosas acabam servindo de pano de fundo para disfarçar a verdade.
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