quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Luis Álvaro cai


Divulgação/Santos FC
Depois da pressão que já vinha crescendo nos bastidores e se tornou enorme com a exposição do clube a um dos maiores vexames de sua história (a derrota de 8 a 0 para o Barcelona), que foi mais um dos efeitos da falta de planejamento e/ou comando em sua segunda gestão, Luis Álvaro Ribeiro, o Laor, pediu licença de um ano da presidência, alegando motivos de saúde.

Sou dos que defendiam a renúncia ou até mesmo o impeachment, mas discordo de manifestações apaixonadas como li no Facebook: “Triste fim de um santista”, ou “Além de incompetente, é covarde”.

Primeiro, porque não me parece respeitoso. Em segundo lugar, porque, se é verdade ou não, ele alega problemas de saúde que parecem verdadeiros, haja vista as constantes internações. Não sou maniqueísta, dos que veem as coisas como a eterna oposição mal x bem, certo x errado, Lennon ou McCartney, Chico ou Caetano e por aí vai. O trabalho de Laor tem méritos inegáveis, como os seis títulos conquistados desde 2010.

Feita a ressalva, as coisas precisam mudar. Tudo na vida é assim.  A gestão estava sem rumo. Assim, a opção pela licença soa como uma espécie de renúncia branca, uma saída à francesa e, acho eu, definitiva (espero). Em resumo, uma solução diplomática para uma necessidade política.

Canso de ouvir conceituados “cronistas esportivos” dizerem, quando um treinador é demitido, avaliações como: “no Brasil é assim, o culpado é sempre o técnico”, “falta profissionalismo” e outros clichês. Tudo bobagem. Se Adilson Batista não tivesse dado lugar a Muricy Ramalho em 2011, o Santos não teria ganhado a Libertadores; mas, se Luis Álvaro tivesse usado sua autoridade de presidente ao invés de delegar tudo ao tal “comitê de gestão” e tivesse demitido Muricy quando era preciso, a era Neymar não teria sido a sucessão de dois anos de péssimo futebol e decepções, o que só desgastou o presidente desde a conquista da Libertadores em 2011. Desde então, os títulos paulista (2012) e da Recopa (2012) não chegaram a enganar os santistas mais atentos e só serviram para prolongar a malfadada permanência de Ramalho na Vila, ganhando estratosféricos R$ 700 mil por mês, ele e sua panelinha de auxiliares e assessores inúteis.

O vice Odílio Rodrigues assumirá o cargo. Resta saber se a falta de planejamento e de comando vai ser corrigida para que o clube possa retomar seu caminho vitorioso, o que é urgente nesse momento de reformulação. Por mim, caíam fora também o tal Comitê de Gestão, o próprio Odílio e se convocavam novas eleições.

De resto, de minha parte, desejo sorte a Luis Álvaro e que recupere sua saúde. 

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