Divulgação/Santos FC
Depois da pressão que já vinha crescendo nos bastidores e se
tornou enorme com a exposição do clube a um dos maiores vexames de sua história
(a derrota de 8 a 0 para o Barcelona), que foi mais um dos efeitos da falta de
planejamento e/ou comando em sua segunda gestão, Luis Álvaro Ribeiro, o Laor,
pediu licença de um ano da presidência, alegando motivos de saúde.
Sou dos que defendiam a renúncia ou até mesmo o impeachment,
mas discordo de manifestações apaixonadas como li no Facebook: “Triste fim de
um santista”, ou “Além de incompetente, é covarde”.
Primeiro, porque não me parece respeitoso. Em segundo lugar,
porque, se é verdade ou não, ele alega problemas de saúde que parecem
verdadeiros, haja vista as constantes internações. Não sou maniqueísta, dos que
veem as coisas como a eterna oposição mal x bem, certo x errado, Lennon ou
McCartney, Chico ou Caetano e por aí vai. O trabalho de Laor tem méritos
inegáveis, como os seis títulos conquistados desde 2010.
Feita a ressalva, as coisas precisam mudar. Tudo na vida é
assim. A gestão estava sem rumo. Assim,
a opção pela licença soa como uma espécie de renúncia branca, uma saída à
francesa e, acho eu, definitiva (espero). Em resumo, uma solução diplomática
para uma necessidade política.
Canso de ouvir conceituados “cronistas esportivos” dizerem,
quando um treinador é demitido, avaliações como: “no Brasil é assim, o culpado
é sempre o técnico”, “falta profissionalismo” e outros clichês. Tudo bobagem.
Se Adilson Batista não tivesse dado lugar a Muricy Ramalho em 2011, o Santos não
teria ganhado a Libertadores; mas, se Luis Álvaro tivesse usado sua autoridade
de presidente ao invés de delegar tudo ao tal “comitê de gestão” e tivesse
demitido Muricy quando era preciso, a era Neymar não teria sido a sucessão de
dois anos de péssimo futebol e decepções, o que só desgastou o presidente desde
a conquista da Libertadores em 2011. Desde então, os títulos paulista (2012) e
da Recopa (2012) não chegaram a enganar os santistas mais atentos e só serviram
para prolongar a malfadada permanência de Ramalho na Vila, ganhando
estratosféricos R$ 700 mil por mês, ele e sua panelinha de auxiliares e
assessores inúteis.
O vice Odílio Rodrigues assumirá o cargo. Resta saber se a
falta de planejamento e de comando vai ser corrigida para que o clube possa
retomar seu caminho vitorioso, o que é urgente nesse momento de reformulação.
Por mim, caíam fora também o tal Comitê de Gestão, o próprio Odílio e se
convocavam novas eleições.
De resto, de minha parte, desejo sorte a Luis Álvaro e que
recupere sua saúde.
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