domingo, 22 de setembro de 2013

Lusa é destaque da 23ª rodada do Brasileiro. E o Santos (apesar da torcida) se aproxima do G4


A Lusa foi a Novo Hamburgo (RS) e lá bateu o Internacional por 1 a 0. Quem diria. Certamente o destaque da rodada. Com os 3 pontos, a Portuguesa do técnico Guto Ferreira (quem?) dá uma escapada da zona de rebaixamento e chega a 28 pontos, a uma honrosa 14ª colocação no Brasileiro. Entre os paulistas, à frente de São Paulo (15°, 27 pontos) e Ponte Preta (19°, 22), e atrás de Santos (7°, 32 pontos) e Corinthians (11°, com 31). Brava Lusa.

Veja o gol da Lusa contra o Inter:



O segundo destaque da rodada é o Santos. E, por contraste, sua insuportável torcida. Apesar de no início do campeonato ser considerado candidato ao rebaixamento, em meio a uma crise política, técnica e no meio de uma reformulação, órfão de Neymar, o time comandado por Claudinei Oliveira vem se superando, contra todas as previsões contrárias.

Disputadas 23 rodadas (60%) do campeonato, o time do jovem treinador de 44 anos, responsável pela base e pelo time campeão da Copa São Paulo de Futebol Junior de 2013, é o melhor colocado entre os paulistas. Tem ainda um jogo a menos, que será realizado quarta-feira na Vila Belmiro, contra o lanterna Náutico. Se ganhar (o que deve ocorrer), o Santos estará em 5° lugar, com 35 pontos, à beira do G-4, a apenas 4 pontos do claudicante Grêmio de Renato Gaúcho. 

E mesmo assim, vejo santistas reclamarem que Claudinei Oliveira é "técnico de time pequeno", que o time jogou "como pequeno" na Vila na vitória de 2 a 1 sobre o Criciúma hoje... 


Enfim, a torcida do Santos é muito chata. Não sei o que acontece. Sei muito bem o que é ver o Santos jogar na Vila Belmiro e portanto posso dizer sem medo de errar: o santista é aquele que aos 15 minutos do primeiro tempo, se o time enfrenta dificuldades e não agrada, já está vaiando. Vaia até quando ganha. Ao contrário de palmeirenses e corintianos, que empurram o time mesmo nas dificuldades, o santista joga contra. É um dos torcedores mais chatos que há.

Acho que Claudinei tem que ser apoiado por quem se diz santista. Ele simboliza um Santos que busca a renovação, que tem tentado colocar os meninos pra jogar, mesclando com os jogadores mais experientes que tem à disposição. Mesmo com todas as dificuldades e as cobranças, após assumir o time de Muricy Ramalho com seu salário de R$ 700 mil, Claudinei vai tocando. Está bem na tabela. Está bem na fita. E os santistas reclamando. Impressionante.

Bando de loucos

Outra coisa impressionante é a revolta do "bando de loucos" contra Tite. O "fora Tite" invadiu as redes sociais. Torcida organizada entra no clube com o beneplácito da diretoria do clube para cobrar o elenco e o treinador, que há pouco mais de um ano era campeão da Libertadores e há 9 meses campeão do mundo. 

O empate contra o cada vez mais líder Cruzeiro por 0 a 0, hoje, seria um resultado normal para o time de Tite num clássico nacional como esse, mas na atual conjuntura foi um resultado ruim. 

A última vitória do Corinthians no Brasileiro foi dia 1° de setembro, 4 a 0 contra o Flamengo. Depois foram quatro derrotas e dois empates: perdeu para Inter, Botafogo, Ponte Preta (todos fora) e Goiás (no Pacaembu), e empatou com Náutico e Cruzeiro (ambos no Pacaembu). Que fase!, como diria Milton Leite.

Mas é preciso notar que o caso corintiano é diferente do santista num ponto fundamental: o time da Baixada está no início de um processo, enquanto o Timão, ao contrário, no fim de um ciclo. Ambas as torcidas estão insatisfeitas. Na minha opinião, os santistas reclamões têm bem menos razão do que os corintianos.

São Paulo de Muricy

Já Muricy Ramalho perdeu hoje sua primeira partida após a volta para seu amado São Paulo, para o Goiás, por 1 a 0, no Serra Dourada. Derrota normal, visto que o Goiás tem tradição e nunca é um adversário fácil de enfrentar. O professor Muricy vai ter que trabalhar bastante. Seu tricolor está em 15° lugar, só 3 à frente de Vasco e Criciúma, que estão dentro do Z-4, a zona da degola.

É um desafio interessante. Pois Muricy é um treinador que baseia seu jogo na defesa. Vamos ver como ele supera a dificuldade de ter de atacar, fazer gols e vencer, para não cair.

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