Divulgação/Atlético-PR
É considerado o maior
lateral-direito brasileiro de todos os tempos. Nascido em 1929, tinha 84 anos e estava
internado no Hospital Dr. Hélio Angotti, em Uberaba (MG), onde vivia. Djalma teve uma
parada cardiorrespiratória no início da noite de hoje, em decorrência de uma pneumonia.
O jogador marcou a história de Portuguesa (1948-1959), Palmeiras
(1959-1968) e Atlético Paranaense (1968-1972). Disputou mais de cem partidas
pela Seleção Brasileira de Futebol, incluídas as copas de 1954, 1958, 1962 e
1966. Disputou três jogos do Brasil na Copa de 1954, na Suíça, apenas
a final da Copa de 1958, na Suécia (quando o Brasil bateu os donos da casa por
5 a 2), e seis partidas da Copa de 1962, no Chile, quando a seleção
verde-e-amarela foi bicampeã ao derrotar a Tchecoslováquia por 3 a 1 na
decisão.
Gerardo Lazzari
Em 2005, no Canindé |
Conversei com Djalma Santos no início de 2005, quando fui, com o fotógrafo Gerardo Lazzari, fazer uma reportagem no Canindé, porque a Lusa estava se reformulando e seus
dirigentes prometiam que dali pra frente tudo ia ser diferente. Djalma era o
convidado de honra e foi prestigiar o evento, apoiar a reformulação, e disse
que apostava nela, que a Lusa era grande e ia retomar seu caminho. Não me
lembro das aspas, o que ele disse exatamente.
Era um homem bonito, educado, de fala tranquila, que passava
uma energia boa. É engraçado. Entrevistei tanta gente importante, mas o papo de alguns minutos com aquele senhor magnético, cheio de energia, amável, uma lenda dos gramados, me deixou mais feliz do que muitas entrevistas. É a magia do futebol.
Numa matéria do Estadão daquele mesmo ano de 2005, alguns
meses depois, Djalma, segundo a reportagem,
na sala de visitas de sua casa, tinha uma foto da seleção campeã de 58:
Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha,
Vavá, Pelé e Zagallo. “O dedo indicador de Djalma pára diante de cada
companheiro de time. "Estes já morreram", disse então, mostrando
Orlando, Didi, Garrincha e Vavá. "Estes dois estão doentes. Tomara que
melhorem", comentou ainda, apontando Gilmar e Bellini.
Djalma acabou indo primeiro.
2 comentários:
Maretti, lembrei de você na hora quando vi a notícia. Lembro bem da sua ida ao Canindé, do texto que você produziu, cujo título era 'A velha Portuguesa está de volta'. Foi bacana, muito bacana, ver sua empolgação com aquilo.
Djalma foi um ícone daquele futebol. Morreu, mas é assim que a vida é. Não é triste quando alguém cheio de idade e conquistas se vai.
Ficam as lembranças - desde as de domínio público, como o futebol de Djalma, até as pessoas, onde se encaixa aquele momento no início de 2005.
Ele foi um dos fundadores da primeira academia palmeirense, junto com seu xará Dias e Ademir da Guia. Como disse o Olavo, "não é triste quando alguém cheio de idade e conquistas se vai". Um gênio do sistema defensivo em 24 anos não soube o que é receber um cartão vermelho. Precisou da morte para ser expulso. Ótima a foto e grande homenagem do blog.
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