Há quem esteja vislumbrando no cenário político
pré-plebiscitário uma série de conspirações com vistas a mudar as regras do jogo
para colocar um basta na série de governos de centro-esquerda no país.
Uma das teses ventiladas seria colocar no plebiscito a
possibilidade de se acabar com a reeleição. Consideremos a hipótese.
Perguntar-se-ia à população, por exemplo: "você é a favor ou contra a
reeleição para o cargo de presidente da República?"
Sempre no terreno das suposições, vamos imaginar que no plebiscito ganhe o "não" à reeleição. Mesmo assim, seria um enorme risco que a direita correria tentando a aventura.
Se o povo achar que a questão do mandato
presidencial e a reeleição devem ser objeto da reforma política, uma proposta
para mudar tal regra precisaria de uma proposta de emenda constitucional. Mudar
a Constituição exige quórum qualificado no Congresso – 308 deputados e 49
senadores, três quintos das duas Casas Legislativas, em dois turnos de votação.
Não é fácil aprovar. Mas é claro que, se o povo achar melhor acabar a reeleição, serão muito poucos os deputados e senadores que terão a coragem de votar contra o desejo manifesto em plebiscito, negando a chamada "voz das ruas". Eles podem ser tudo, mas têm senso de autopreservação...
Não é fácil aprovar. Mas é claro que, se o povo achar melhor acabar a reeleição, serão muito poucos os deputados e senadores que terão a coragem de votar contra o desejo manifesto em plebiscito, negando a chamada "voz das ruas". Eles podem ser tudo, mas têm senso de autopreservação...
Mas, mesmo assim, a mudança só valeria para 2018, a não ser que a ideia do fim da reeleição esteja sendo gestada com indisfarçáveis fins
obscuros, para valer em 2014. Aí seria, de fato, um golpe.
Nesse caso, se a presidente Dilma Rousseff viesse a
sofrer esse golpe baixo, um personagem muito mais difícil de ser batido poderia
ser obrigado a reentrar na cena eleitoral: Lula.
Desse modo, a direita teria dado um tiro fatal no próprio
pé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário