sexta-feira, 31 de maio de 2013

Muricy caiu. Até que enfim uma notícia boa no Santos


O Comitê de Gestão decidiu que Muricy Ramalho não é mais técnico do time profissional do Santos FC. A decisão foi comunicada ao treinador nesta quinta-feira (30/5).

“Muricy Ramalho assumiu como técnico do Santos FC em abril de 2011. Na ocasião, ajudou o Clube a sagrar-se bicampeão paulista, tri da Libertadores e vice-campeão mundial (...).             

Foto: Divulgação/Santos FC
“(...) O Santos FC inicia um processo de reformulação após um dos períodos mais vencedores da história de 101 anos do Clube, com seis títulos conquistados e dois vice-campeonatos em um período de 40 meses.”

Com essa nota oficial, termina o sofrido período Muricy Ramalho no Santos, com seu futebol feio, sem padrão tático e sem futuro, dois anos e um mês após o treinador assumir o comando da equipe. Na nota, o Comitê Gestor se refere a 40 meses como o período em que o clube é comandado pelo presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro. O treinador ficou no Santos por 25 meses, e ganhou a Libertadores (2011), dois Paulistas (2011 e 1012) e a Recopa de 2012, a taça que reúne uma disputa em ida-e-volta entre os campeões da Libertadores e da Sul Americana do ano anterior.

Sou dos que há muito tempo defendem a saída de Muricy do Santos. Ao dizer que, entre outras coisas, o treinador “ajudou o clube a sagrar-se vice-campeão mundial” em dezembro de 2011, o comitê parece estar zombando de quem não só viu aquele jogo com o Barcelona como acompanhou a semana que o antecedeu. O discurso derrotista do treinador e a falta de qualquer proposta de jogo convincente ajudaram, isso sim, o Santos dar um dos maiores vexames de sua história recente. 

Perder do Barcelona era esperado, mas não daquela forma vergonhosa. No ano seguinte, com um  futebol covarde e totalmente incongruente com o futebol que os santistas aprenderam a amar, e um time que tinha Neymar, o Peixe novamente teve postura indigna e caiu diante do Corinthians na Libertadores jogando como time pequeno. Incapaz de jogar com a base do clube, e portanto de entender o espírito do Santos, Muricy estava sempre culpando algo, de preferência os jovens jogadores, como Felipe Ânderson, principalmente, pela sua incompetência tática.

O título da Libertadores de 2011 foi conquistado graças a um elenco que tinha Rafael, Danilo, Edu Dracena, Durval, Léo, Arouca, Elano, Ganso e Neymar, o qual Muricy organizou ao suceder Adilson Batista, que com o elenco que tinha fazia um trabalho horrível e o time estava à beira da desclassificação da Libertadores na fase de grupos. Um treinador ganhando R$ 500 mil por mês como Muricy tem que apresentar alguma coisa, afinal.

Nos campeonatos brasileiros de 2011 e 2012, o Santos fez campanhas muito ruins para um time que entrou nas disputas candidato “no mínimo” ao G-4.  Ficou em ambos com 53 pontos, em 10° em 2011 e 8° em 2012.

De maneira que, após a notícia ruim da saída de Neymar, finalmente os santistas receberam uma notícia boa e o #foraMuricy foi vencedor.

PS: Triste é pensar que dois anos da era Neymar, na minha opinião o maior jogador do Santos pós-Pelé, foram perdidos com esse treinador que nunca vou cansar de chamar de farsa. Não por culpa dele, mas de quem o contrata por fortunas absurdas e da mídia que, fora raras exceções, acha o Muricy "um dos melhores do Brasil". Enfim, não adianta chorar pelo vinho derramado.

*Atualizado às 21:13

4 comentários:

Nicolau disse...

Sobre vinhomderramado, lembrei do Charlton Reston no Agonia e Êxtase: ir The wine is sour through it out!
Nada a ver, mas enfim, rs.

Voltando ao assunto, o PVC, que costuma ser menos irresponsável (menos, não totalmente) nessas especulações, faliu do Bielsa no Santos. Seria uma batia experiência interessante, queria ele no Corinthians.

Eduardo Maretti disse...

É, o Bielsa seria uma experiência interessante, mas sendo estrangeiro, fica a dúvida se se adaptaria. A ver.

Falam em Dorival Jr., que não seria de todo ruim, mas com ele a defesa era uma paneira, apesar do show que o time dava na frente - mas tb., com Neymar, Robinho, Ganso, Wesley...

Falam em Mano Menezes... Aí realmente eu ia parar de torcer pro Santos enquanto ele estivesse lá ...

Sobre a frase do Charlton Reston, tem a ver sim: If The Wine is sour throw it out! Se o vinho é amargo, jogue-o fora. Vale literal e metaforicamente - hehe.

Felipe Cabañas da Silva disse...

Ouvi falar também em Carlos Bianchi, que está indo ladeira abaixo com o Boca. Além de estarem em situação desesperadora no campeonato argentino, os xeneizes caíram para os "leprosos" na libertadores, e só não vêem um tremendo precipício à frente porque o campeonato argentino tem uma regra esdrúxula de média de pontos que dificulta muita a queda à série B dos times grandes.

Se eu fosse santista, honestamente, não ia gostar de nenhum desse nomes. Parecem, em sua maior parte, treinadores em fim de carreira ou jovens que não conseguiram deslanchar direito em lugar nenhum. Mas essa é apenas uma opinião de corintiano, ou seja, meio suspeita... he he

Eduardo Maretti disse...

É, Felipe, "meio suspeita" - hehe. Acho que Bielsa poderia ser interessante. Tem um estilo tendendo ao ofensivo. O Santos tem que ser ofensivo. Por isso eu nunca achei que Muricy fosse dar certo, embora reconheça que tinha que ser ele naquele início, em abril de 2011, quando o que o time precisava era ser minimamente organizado - e isso até escrevi na época, pois Adilson Batista o tinha desmontado.

Carlos Bianchi acho que não rola. Acho que nós temos que prescindir desses "professores" superstars, tipo ele, Vanderlei, Felipão, Muricy, Abelão... Chega desses caras que se colocam ou são colocados como mais importantes do que tudo num time...

Sobre o Boca, caiu nos pênaltis, numa disputa de 26 cobranças (!). E O Newels Old Boys tá jogando bem, parece. Quero ver jogar, ainda não vi. Mas pelo que tenho ouvido acho que, se o galo fraquejar como contra o Tijuana (bom time), vai dançar contra o time de Rosário.

abraços