Em 24 de dezembro de 2011, portanto há oito meses, escrevi um post dizendo: “Está mais do que na hora do Santos negociar Paulo Henrique Ganso (...) de modo que seja bom para todos os lados”. De lá para cá, tudo o que aconteceu corroborou essa posição. O jogador não conseguiu em todo esse tempo superar as divergências com o clube, não chegou a acordo, rejeitou ofertas da diretoria, continuou longe do futebol apresentado em 2010, se contundiu, desfalcou o clube e fracassou nos Jogos Olímpicos, sequer sendo escalado.
Ivan Storti - Divulgação/ Santos FC
Os refluxos de sua insatisfação continuam a despontar, quase sempre em momentos de jogos importantes do time.O presidente do clube, Luis Álvaro Ribeiro, está certo em defender os direitos do Santos. E se o São Paulo não faz uma oferta digna do que vale o jogador e fica com esse seu costumeiro jogo de mídia, típico do clube do Jardim Leonor, então que não se negocie o atleta com o rival.
Mas a situação é insustentável e já começou a interferir no próprio desempenho do time em campo. Se um dos mais badalados atletas de uma equipe é xingado de mercenário como foi na derrota para o Bahia esta semana (3 a 1 na Vila), é óbvio que o clima prejudica o time. A torcida nem tem razão nem deixa de ter razão. Simplesmente torcedor é assim. Por sua postura, a torcida entende que o atleta não é digno de vestir o manto sagrado, a camisa 10 que já pertenceu a Pelé. Ponto.
Parece-me, portanto, que se por um lado Laor deve defender o lado do clube, por outro está mais do que na hora de ele, com sua diretoria e seu conselho, ter competência e colocar fim nessa desagradável novela. Porque o que começa a parecer é que ele está se deixando levar pela inércia ou mesmo por um sentimento de desforra e rancor típico de cartolas das antigas. Ou então não consegue resolver o imbróglio. Ingrato o rapaz de fato é. E não é bem assessorado. Já perdeu muito dinheiro, inclusive.
É uma pena, pois é um grande jogador e vai fazer falta como cérebro no meio campo, talento raro que é. E até por isso não é possível que não haja solução para a novela. A verdade é que Ganso, ao contrário de Neymar, não é santista. Não que torcer para um clube seja condição para se jogar nele, claro, menos ainda nos dias de hoje. Mas que Ganso saia e seja feliz em outro lugar.
2 comentários:
Os bambis jogam sujo mesmo...eh tradição... eles querem tumultuar, jogar o Ganso contra a torcida... mas concordo com vc Maretti... ele tem q sair do peixe... manda ele pro Palestra! rsrrs
Na época em que Neymar e Dorival Júnior tiveram suas rusgas e Ganso jogava um futebol vistoso, dizia-se que Neymar era um gênio em potencial que seria estragado pela sua cabeça (ou pela falta dela). Ganso, ao contrário, aparecia como o "homem maduro", com a "cabeça no lugar", equilibrado e, por conta dessas indistintas qualidades, dotado de um futuro promissor. Pois é. Alguns anos depois, vemos mesmo que as aparências (quase sempre) enganam. Aparentemente, Ganso esqueceu o futebol naquela fase de badalação em que se dizia que ele era um novo Sócrates. Ao que tudo indica, viu-se cedo demais como um craque consolidado e um talento inquestionável ("Eu era uma promessa, hoje sou uma realidade!", como disse a Dunga por ocasião da Copa de 2010), exigiu uma valorização e um reconhecimento maiores do que ele, e por fim terminou deixando claro que não estava disposto a jogar futebol se alguns dos seus interesses não fossem satisfeitos. E, cereja do bolo, começou a contundir-se e a perder parte do futebol a cada nova cirurgia.
É claro que a oferta pífia do São Paulo por ele deve-se à empáfia típica da aristocracia do Jardim Leonor, que acredita cegamente que perto do "maior do mundo" e "soberano" São Paulo todo clube é pequeno. Mas provavelmente não há um único clube no mundo hoje que esteja em sã consciência disposto a pagar as somas astronômicas que ele supostamente valia em 2010. Parece que Ganso caminha a passos largos para se tornar uma promessa perdida. É uma pena.
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