sábado, 5 de março de 2011

Cinema para quem precisa

Indicações de filmes para um carnaval sem folia

Se você não é chegado numa folia nem na rua nem na TV, e se também não é de viajar no feriadão, ou mesmo se gosta de carnaval mas topa opções, vão abaixo algumas dicas de filmes em DVD.

Antes, uma dica de filme que ainda está em cartaz em São Paulo: Além da vida (Hereafter, no original em inglês - 2010), o mais recente de Clint Eastwood, com Matt Damon e Cécile De France (neste Carnaval de 2011, no resistente cine Belas Artes/Sala Aleijadinho, 13h30, 16h, 18h40 e 21h10). Os destinos de três pessoas (uma jornalista, um vidente e um menino) se encontram por influências espirituais. Não é uma obra prima, mas é da cepa do velho e bom Clint Eastwood. Se quiser, leia sobre o filme neste link.

EM DVD

- Entre os Muros da Escola (Entre les murs) – 2007 - França). Esse é um excelente filme sobre a Paris dos dias de hoje vista a partir de uma sala de aula. O professor François Marin (interpretado por François Bégaudeau, que foi professor na vida real) dá aulas de língua francesa em uma escola de ensino médio na periferia da Cidade Luz. Os conflitos raciais, a realidade de uma cidade multicultural (meninos negros, árabes e os próprios brancos franceses), a complexidade das relações sociais e as dificuldades de um professor dentro desse contexto formam o eixo do roteiro desse belo filme.

Vincent Gallo, em Tetro
Tetro (dir. de Francis Ford Coppola – 2009). É em parte ambientado em Buenos Aires, com destaque para o bairro La Boca. Tetro (Vincent Gallo – na foto) é um homem solitário e enigmático que vive com sua companheira na capital argentina. Ele recebe a visita de seu irmão mais novo, Bennie (Alden Ehrenreich), em busca do contato perdido. Com esse filme, Coppola mostra que ainda existe arte no cinema. Imperdível. Se quiser saber mais, clique aqui.

- Um homem bom (Good – Direção: Vicente Amorim - 2008). Pode parecer um trocadilho infame, mas esse é talvez o mais delicado filme sobre o holocausto, muito valorizado pela atuação magistral de Viggo Mortensen como John Halder, um professor de literatura na Alemanha dos anos 30 que, devido a sua tese sobre a eutanásia, atrai a atenção do governo nazista. Halder se deixa envolver. A violência é psicológica, sem a híper-dramatização fácil dos filmes do gênero. Uma curiosidade: o diretor do filme, Vicente Amorim, é filho do ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

Sobre o mesmo tema, holocausto, outro filme que vale a pena é O Menino do Pijama Listrado (dir. Mark Herman – 2008), uma impactante história de amizade entre dois meninos de sete ou oito anos, um judeu e um alemão.

- A fita branca (Das weisse Band) – (Italia, França, Alemanha e Áustria). Direção: Michael Haneke. Ganhador da Palma de Ouro em Cannes (2009). Às vésperas da Primeira Guerra Mundial, estranhos eventos perturbam a calma de uma pequena cidade na Alemanha. Uma corda é colocada como armadilha para derrubar o cavalo do médico, um celeiro é incendiado, duas crianças são sequestradas e torturadas. O professor do coro de crianças e jovens da escola local investiga os acontecimentos.

- The Ghost Writer, de Roman Polanski (2010). Ewan McGregor interpreta um ghost writer que acaba trabalhando para o primeiro-ministro britânico. Um thriller típico de Polanski. Um post sobre o filme tem aqui.

- Para quem gosta de western, qualquer um dos velhos clássicos de Sérgio Leone, como Quando explode a vingança. Caso você, por incrível que pareça, não conheça Sergio Leone, tem umas linhas neste link.

- Fargo, um clássico dos irmãos Coen (1996). É o filme que mais gosto desses diretores. Vale a pena alugar. Porque...

O brasileiro Viajo porque Preciso, Volto porque te Amo (foto - dir. Marcelo Gomes / Karim Aïnouz - 2009). Imperdível para quem gosta de “cinema de autor”, digamos assim. Escrevi umas linhas sobre esse filme: Viajo porque Preciso...

- De Woody Allen, que “mesmo quando é ruim é bom”, pode ser o clássico Manhattan ou o mais recente Tudo pode dar certo.

É isso aí. Bom carnaval!

*Atualizado às 13h (07/03/2011)

3 comentários:

Luciano disse...

hum... boas dicas... edu tbm eh cinema...rs

Paulo M disse...

Boas dicas mesmo. "Encanei" neste feriado de rever "Patty Garret e Billy the Kid", mas não consegui alugar. Até duas semanas atrás, quando li matéria sobre Billy na internet, não sabia que os dois eram personagens reais do século 19que inspiraram Sam Peckinpah. Segundo o texto do uol, o atual governador do Novo México pretende "perdoar" formalmente o anti-herói, que numa emboscada foi morto por Pat, na época xerife da cidade e amigo de Billy. Bem, fico me devendo. É um bom filme também.

Eduardo Maretti disse...

Belo filme, Pat Garret & Billy the Kid, um dos wsterns dos quais eu gosto bastante. James Coburn (Pat Garrett) e Kris Kristofferson (Billy The Kid) ótimos nos papéis, muito bem dirigidos pelo Sam Peckinpah.

Eu tinha um livro de bolso, com o mesmo título, contando a história, que é real mesmo. Quando me mudei, acho que perdi, nunca mais vi aqui em casa.