"(...) dificilmente o Congresso encontraria um
presidente que fosse mais vassalo do Congresso do que o Temer. É um presidente
que presta muita vassalagem ao Congresso, o tempo inteiro."
Algumas passagens da entrevista que fiz com Barreto (íntegra
em link abaixo) para a RBA:
"Esse é um governo que para continuar operando tem que aprovar a agenda econômica, é uma questão de vida ou morte para eles. Eles foram empossados para isso, para executar uma agenda econômica. Mas, por outro lado, é um governo que não tem insensibilidade política. Se ele vê a resistência (contra a reforma da Previdência) aumentar e essa resistência se transformar num 'Fora, Temer', acho que ele abre mão, por algo como uma CPMF da Previdência, por exemplo. Se tem uma coisa que esses caras do PMDB sabem fazer é sobreviver politicamente (...).A resistência no Congresso já tem uma sinalização, eles vão insistir, mas se perceberem que vai haver um tensionamento na sociedade a ponto de uma ruptura, eles recuam."
"Esse é um governo que para continuar operando tem que aprovar a agenda econômica, é uma questão de vida ou morte para eles. Eles foram empossados para isso, para executar uma agenda econômica. Mas, por outro lado, é um governo que não tem insensibilidade política. Se ele vê a resistência (contra a reforma da Previdência) aumentar e essa resistência se transformar num 'Fora, Temer', acho que ele abre mão, por algo como uma CPMF da Previdência, por exemplo. Se tem uma coisa que esses caras do PMDB sabem fazer é sobreviver politicamente (...).A resistência no Congresso já tem uma sinalização, eles vão insistir, mas se perceberem que vai haver um tensionamento na sociedade a ponto de uma ruptura, eles recuam."
"(...) a reforma da Previdência vem num momento em que
a pressão por causa da Lava Jato aumenta – o STF liberando Valdir Raupp para
julgamento, o Luís Roberto Barroso sugerindo uma mudança de interpretação do
foro privilegiado, além do Janot anunciando que vai soltar uma segunda lista na
semana que vem. Com tudo isso você soma elementos para uma combustão e
capacidade explosiva gigante. Acho que o Congresso vai fazer uma coisa – que
não deixa de ser uma chantagem também contra a sociedade: vai dizer que só vota
medidas econômicas se tiverem um salvo-conduto. Não à toa, o Temer encarou o
desgaste gigante de nomear o Alexandre de Moraes no STF, para ter algum tipo de
controle. Num cálculo puramente político, Temer nunca bancaria o Alexandre de
Moraes. Mas ele banca porque precisa oferecer alguma coisa para esse pessoal da
auto-salvação, inclusive seus aliados e talvez ele mesmo."
"(...) qual seria o limite da paciência das pessoas
para elas voltarem à rua? Eu acho que estamos sempre muito próximos desse
limite. Se você lembrar, a gente já teve manifestação, o pessoal pediu 'Fora
Maia', 'Fora Renan', mas era um prenúncio. A gente está o tempo todo com o copo
bastante cheio, esperando a gota. Podem ser as delações da Odebrecht? Como está
tudo muito à flor da pele, às vezes um evento menor pode acordar o monstro e
acordar a rua. Dentro do sistema político não há nenhuma força que tenha
interesse e seja capaz de motivar um novo processo de ruptura política. A única
força capaz de fazer isso é a rua."
Aqui, a íntegra da entrevista: Congresso não encontraria presidente mais vassalo do que Temer, diz cientista político
Aqui, a íntegra da entrevista: Congresso não encontraria presidente mais vassalo do que Temer, diz cientista político
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