Nelson Jr./STF
As discussões, teses, análises e interpretações em torno da
morte do ministro do STF, relator da Lava Jato no Supremo, vão continuar por
muito tempo. No caso, a teoria da conspiração se justifica (e faço questão de
dizer isso porque eu não sou adepto de teorias da conspiração, mas o caso Teori
é muito estranho). É bastante difundida
a idéia de que coincidências não existem, seja sob a ótica espírita, seja sob a
de analistas políticos racionalistas de credibilidade, para citar apenas duas
vertentes.
O propósito deste post é só registrar meu espanto pela
postura moralista, machista (e portanto injustificável) de setores da esquerda
brasileira que usam como argumento contra Zavascki a "informação" de
que ele estaria na companhia de uma (traduzindo) garota de programa no avião
que caiu. São usados eufemismos, mas a tradução (maldosa) é de que ele estaria
no avião na companhia de uma prostituta.
Quem difunde essa "informação" como argumento precisa
refletir sobre seu papel, que não é, neste caso, digno de ser chamado de
esquerdista. Quem difunde essa "informação" é direitista, mesmo sem
saber. Roland Barthes afirmou que a opressão do homem pelo homem não se extinguiu
com governos de esquerda (Rússia, Cuba etc.) porque a opressão está na
linguagem, e não no sistema político.
Discuta-se o papel de Teori Zavascki enquanto relator da
Lava Jato politicamente, suas relações com o empresário dono do avião etc. Ele
tinha relações suspeitas com empresários? Que se investigue. Mas ninguém tem
nada a ver com sua vida pessoal.
Quem se considera de esquerda e julga Teori Zavascki por supostamente
estar na companhia de mulheres moralmente "suspeitas" no avião está
fazendo o jogo da TV Globo. Mas, muito pior do que isso, reproduz uma visão moralista,
machista e imbecil que assola o país.
Afinal, o que os esquerdistas têm contra as
prostitutas?
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