terça-feira, 29 de novembro de 2016

"De nossa parte, e para sempre, Chapecoense campeã da Copa Sul-americana"




O Atlético Nacional da Colômbia solicita, por meio de nota oficial em seu site, que o título da Copa Sul-Americana 2016 seja entregue à Chapecoense.

Diante da tristeza, da tragédia e da injustiça que vitimou o clube, fica uma notícia consoladora sobre tudo isso. Injustiça porque a Chape é um clube médio transformado em exemplo de gestão, e por isso ascendeu da série D à A e estava numa final internacional, o que nunca um clube catarinense havia conseguido.

E o  Atlético Nacional mostra grandeza. Abaixo a nota do clube colombiano na íntegra.

"Atlético Nacional solicita a Conmebol que el título de la Sudamericana sea entregado a Chapecoense"

"El dolor embarga rotundamente nuestros corazones e invade de luto nuestro pensamiento. Han sido horas lamentables en las que hemos estado consternados con una noticia que nunca quisimos haber escuchado. El accidente de nuestros hermanos del fútbol de Chapecoense nos marcará de por vida y desde ya dejará una huella imborrable en el fútbol latinoamericano y mundial. Todo esto ha sido completamente inesperado, por eso el dolor. Se trataban todos ellos, futbolistas, Cuerpo Técnico, periodistas y tripulación, de personas con muchos sueños, por eso el llanto.

"El lamento mundial se ha hecho extensivo también a toda la familia Verdolaga quienes desde sus patrocinadores, su Junta Directiva, su Cuerpo Técnico, sus jugadores, su parte administrativa y su afición, han manifestado el desconsuelo y la desazón por lo absurdo. La solidaridad no se hizo esperar y de nuestra parte acompañamos de forma rotunda el padecimiento de todos los hermanos que nos abandonaron quienes junto a sus familiares y nosotros, compartíamos una ilusión grande de ser campeones continentales de la Copa Sudamericana.

"Luego de estar muy preocupados por la parte humana pensamos en el aspecto competitivo y queremos publicar este comunicado en donde Atlético Nacional invita a Conmebol a que el título de la Copa Sudamericana le sea entregado a la Associacao Chapecoense de Futebol como laurel honorífico a su gran pérdida y en homenaje póstumo a las víctimas del fatal accidente que enluta nuestro deporte. De nuestra parte, y para siempre, Chapecoense Campeón de la Copa Sudamericana 2016
."

2 comentários:

Paulo M disse...

Hoje acordamos com uma notícia súbita que fez unir-se boa parte dos amantes e dos não amantes do futebol. “Você não tem nem time pra torcer” é uma frase comum entre torcedores de equipes rivais em provocações mútuas, eternas, que seguem a rotina de um significado de repente transformado em realidade bruta e literal para os chapecoenses, justo no momento em que já viam batendo a sua porta o sonho de uma conquista internacional histórica por um time humilde, dedicado e trabalhador, que levaria Chapecó, uma Arapiraca do Sul, a muitos cantos da Terra. A Chapecoense, desgraçadamente, foi parar, não em muitos, mas em todos os cantos do planeta levada por uma tragédia, um destino injusto, e finalizou o ano futebolístico deixando seus torcedores e todos nós tristes, espectadores da mudança de um espetáculo de 180 minutos para um ponto final trágico e definitivo.

Emoções à parte, louvável a posição do Atlético Nacional da Colômbia, assim como a iniciativa dos clubes brasileiros de ajudar no resgate do time. Mas vai ser difícil a Chapecoense, baixada a poeira do momento e do sensacionalismo de oportunidade da mídia, reerguer-se apenas com alguns jogadores emprestados de graça e com três anos de isenção ao rebaixamento. O prejuízo deve ter sido imenso. Se não houver uma ajuda prolongada de instituições como a CBF (que deveriam primar pela democracia no futebol brasileiro) para arrecadar fundos para o clube, a Chapecoense está condenada à míngua.

Eduardo Maretti disse...

Talvez não, Paulo. Quem sabe a história que transformou esse clube, de exemplo de profissionalismo e competência, subitamente, numa tragédia, volte a reerguê-lo das cinzas, como a Fênix.

A ironia dessa tragédia está exatamente no fato de que o jovem clube fundado em 1973 era um raríssimo exemplo de profissionalismo e competência, num país cujo futebol, como sabemos, é atolado em politicagens, má gestão e canalhice. O clube que subiu em 5 anos da série D à série A, às portas da consagração, derrubado por um sortilégio. Muito triste.

Mas quem sabe a união dos corações sinceros, irmanados em torno do clube e sua dor, em torno desse destino, seja capaz de gerar algo bom. Quem sabe.