domingo, 25 de maio de 2014

Sete dias em Buenos Aires



Texto e fotos por Roseli Costa


1° dia

Chegamos a Buenos Aires às 5 da matina. Até pegarmos malas e chegarmos ao hotel, deu quase 7 horas. O Aeroporto de Ezeiza é longe, 37 km. Ficamos o dia todo no Caminito, almocamos lá, compramos coisinhas lindas. Que mais? Fomos ao museu Quintila Martín (lindo). Conhecemos todo o bairro La Boca, inclusive o estádio do Boca Juniors. Amanhã faremos um tour de 4 horas pelos principais pontos da cidade. À noite, iremos ao Café Tortoni ver show de tango.




2° dia

Neste 2o. dia de viagem, conhecemos a Praça de Mayo, a Casa Rosada, o metrô, a Av. Rivadavia, o bairro da Recoleta  e Palermo. Fomos ao Caminito de novo. A av. 9 de julho é muito larga. Claro que voltaremos a esses lugares com mais calma. Almocei na Avenida Rivadavia, no Retaurante Le cortijo. Estranhei a comida. Vamos à noite no Café Tortoni.





3° dia

Hoje pegamos o Subte (metrô) e fomos para a Plaza Italia (Palermo), um bairro próximo ao centro. Fomos ao zoológico e caminhamos até a feirinha de artesanato pela Rua Jorge Luis Borges -- enooooooorme. Palermo é um bairro charmosinho. Almoçamos lá. Enfim, Paulo encontrou sua querida macarronada a contento. As estações de metrô são belas, decoradas e está tendo a Feira do Livro aqui. Aprendi que extintor de incêndio é matafuego, cabeleireira é peluqueria... Que mais? Muito bom aqui!




4° dia

Hoje almoçamos aqui pertinho do hotel, no La Garufa, de frente à Estátua de Don Quixote e ao som de tango na voz de Julio Sosa (veja bem, cantor uruguaio, tal como Carlos Gardel). É que viemos de uma caminhada de mais de três horas pelo bairro Recoleta (Ruas Guido, Presidente Perón, Santa Fé), com seu cemitério onde jaz Evita Perón e sua capelinha de Santa Rita do Pilar, construída em 1732. 


O cemitério de La Recoleta


A Recoleta é um bairro charmoso também, como Palermo. A cada dia novos olhares e novos encantos. Os argentinos são belos, elegantes, esbeltos, sérios mas simpáticos se deles precisarmos. Amam cachorros. Aqui há muitos táxis pretos com seus tetos amarelos. Muita livraria, casa de vinhos, cafés maravilhosos. Vi pouquíssimos gatos! Amanhã iremos para Rio de La Plata e talvez Colônia.


Palermo



5° dia 

Já sabemos andar com autonomia aqui em Buenos Aires. É tudo perto, nem pegamos táxi. E por conta da bela arquitetura, caminhamos 3 horas brincando, conversando, trocando impressões. A economia aqui não vai bem. Eles chegam a considerar 4 reais por cada peso (às vezes 3,50 reais) para vender. Restaurantes vazios. Comida cara, roupa cara... São muito politizados. Taxistas têm discursos e opiniões políticas. Na Praça de Mayo avolumam-se as faixas com reivindicações e ordens contra o governo. Hoje vamos a Puerto Madero, ao Rio de La Plata. Esses dias levei um tombo em frente ao Obelisco.






Hoje fomos conhecer o Rio de La Plata. Ficamos caminhando paralelamente a ele, vendo pescadores e famílias descansando e conversando. O Aeroparque (aeroporto) fica em frente. O entorno é o bairro Puerto Madero, que cresce aceleradamente: são os novos ricos. Almoçamos no "Siga la Vaca" e tentamos conhecer a "Terra Sagrada" -- parque que imita Jerusalém. Mas estava fechado. Daí seguimos para os belíssimos bosques de Parlermo, um em especial, cheio de rosas e com enorme lago. Fomos a um museu no mesmo complexo do Bosque. Estamos cansados mas satisfeitos. Um taxista falou que a presidenta deles se perdeu e que está governando muito mal. Esse foi o que mais cobrou, o que mais "enfiou a faca", digamos. Mas valeu. Aprendi que sorvete de morango é helato de frutillas, frango é pollo, rua é calle. Beijos.

Foto: Paulo Maretti
Rio de La Plata


6° dia

Fomos conhecer um bairro no estilo "Brás", o Once (estação Miserere do Subte/Metrô). Preços baratos, um povo mais simples, um argentino mais índio, mais popular. A mesma arquitetura afrancesada, europeizada, mas menos cuidada, com menos limpeza. Fomos a uma exposição de Evita Perón gratuita no sindicato gastronômico daqui de Buenos Aires. Amei. Evita é amada e odiada pelos argentinos. Depois, almoçamos no Café Tortoni. Café/Restaurante/Casa de Show, o Tortoni é todo decorado com quadros, tem estilo bem neoclássico em sua decoração. Os portenhos são agradáveis. Parecem admirar os brasileiros. Os preços estão altos em peso, mas se convertermos para o real (entre 3,50 e 4,00 reais por peso), percebemos que nossa economia está muito mais forte que a deles. Nos jornais, inclusive, vemos que eles temem a crise da indústria automobilística no Brasil.




7° dia

Hoje à noite voltamos para o Brasil. Saudades de casa. Aqui de Buenos Aires levo a bela paisagem urbana, o jeito portenho de ser, o Rio de La Plata, o Caminito, palavras novas (ensalada = salada, salida = saída; café com leite claro = lágrima)... E as medias lunas? pãezinhos de massa folheada em forma de meia lua? Todos os dias no desayuno. Comi alfajores, doce local, e aprendi que o original não é coberto com chocolate. Vou fechar com Caminito, o local mais pitoresco daqui, e no final da tarde, esperar o traslado para o Ezeiza.






2 comentários:

Roseli Costa disse...

Puxa, Edu, obrigada pelo carinho de considerar como post meus comentários diários sobre a viagem a Buenos Aires! Os temas em seu blog são sempre politizados e bem escritos por você, de modo que recebo como um presente participar pela segunda vez com um texto escrito por mim. Na verdade, eu queria deixá-los -- você e Carmem -- a par de como estávamos para que não ficassem preocupados conosco. Mas acabou se tornando uma deliciosa brincadeira comentar sobre a cidade. Valeu mesmo, sinto-me lisonjeada. Um beijo, meu caro cunhado e amigo!

Paulo M disse...

Bem descrito na narrativa e nas fotos. Buenos Aires é uma cidade acolhedora, politizada, lúdica, romântica, eu diria. Um prato cheio para cenas de cinema. Os portenhos têm um gosto musical refinado, e a cidade guarda um ar de tristeza poética que o tango exala pelos cantos e pelas cores múltiplas do Caminito, como preservando um passado que vemos na arquitetura e ouvimos na música. Bela cidade. Tomara a Argentina recupere a estabilidade econômica o quanto antes.