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Lisboa, 10 de julho de 2016 |
O improvável título de Portugal no Stade de France, em Paris,
mostra por que o futebol é um esporte inigualável. Foi um episódio comparável a
grandes momentos do futebol, como a vitória do Uruguai na final de 1950 contra
o Brasil no Maracanã.
Se já era difícil antes, tornou-se ainda mais improvável a
partir dos 10 minutos do primeiro tempo, quando o francês Payet deu uma entrada
criminosa no joelho de Cristiano Ronaldo na primeira bola que o craque
português tentou dominar. O juiz não deu nem falta. O camisa 7 do time luso saiu de campo (claro, chorando) e foi então que o que era difícil tornou-se improvável.
Mas aí entra o imponderável que ronda o futebol e faz desse
um esporte mágico como nenhum outro. Unido, o time português cresceu. Tornou-se
compacto. Venceu a Eurocopa batendo os franceses em Paris. O time da França
mostrou que tem muitos talentos, mas é um time desorganizado, que não achou
forças para vencer a incrível defesa portuguesa comandada por Pepe.
Curiosamente, em certo momento o comentarista Lédio Carmona,
do Sportv, comentou que tinha sido um erro do técnico português Fernando Santos
tirar Renato Sanches e colocar Éder. Eu comentei (e há pelo menos uma testemunha
disso aqui em casa): "o Lédio Carmona vai queimar a língua". Cerca de
5 minutos depois, Éder faz o golaço que dá o título aos ibéricos. Portugal 1 x 0 França. Espetacular.
O grande título da história da seleção de Portugal foi não apenas
bonito, mas sobretudo merecido. Principalmente para o camisa 7 português, que saiu do
jogo após a entrada de Payet, mas continuou a comandar o time do banco de
reservas.
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