Movimento Passe Livre/Agência Brasil
“Por que o MPL e o Sindicato dos Metroviários preferem o Anhangabaú, ao lado da prefeitura de São Paulo, comandada por Fernando Haddad? (Pergunta ainda a responder.)”
Falei isso num post neste blog em 14 de agosto de 2013, sobre
um dia em que havia convocação para duas manifestações em São Paulo: uma no
Anhangabaú (do lado da prefeitura) e outra na Assembleia Legislativa (onde
ficam os deputados estaduais, pra quem não sabe). Adivinhem onde estava o
protesto do MPL? Do lado da prefeitura, claro.
Bom, agora é Lino Bocchini que aborda o tema em ótimo texto na CartaCapital de hoje (31) -- link abaixo.
Bom, agora é Lino Bocchini que aborda o tema em ótimo texto na CartaCapital de hoje (31) -- link abaixo.
No texto, ele lembra que, em 2015, O MPL realizou seis protestos.
Desses, três “começaram ou terminaram na sede do poder público municipal --o
prédio do Banespinha, no Viaduto do Chá, no Centro de São Paulo. O último
deles, dia 29, passou pelo prédio no qual mora a família de Haddad”, lembra a
matéria da CartaCapital.
Lembra ainda um fato político que o MPL insiste em ignorar em suas manifestações: “O governo do Estado, há mais de 20 anos nas
mãos do PSDB, é o responsável pelo metrô, pelos trens da CPTM, por linhas de
ônibus intermunicipais”.
Ressaltando que em uma democracia protestar é um direito
constitucional, Bocchini constata: “Chamam atenção, entretanto, as escolhas do
movimento. Geraldo Alckmin agradece”.
É curioso notar as reações quando você resolve minimamente
questionar essa espécie de senso comum pró-MPL. Escrevi uma pequena reflexão sobre isso no Facebook,
em tom jocoso, e logo um amigo jovem (mas não tão jovem quanto a massa adolescente
que forma o MPL) veio com essa resposta irritada (ipsis litteris): “Pq vc não
vai a um ato pelo menos uma vez? Talvez descubra na rua mais sobre estes ‘inhos’,
‘inhas’ e sobre democracia, a democracia paulistana”.
Sintomático isso: os que defendem o direito absoluto de protestar não conseguem conviver muito bem com questionamentos. Não vou nem falar dos meus questionamentos, mas cito uma observação do próprio Fernando Haddad, em entrevista recente ao DCM em que critica a “postura do MPL, sobretudo de pessoas que têm uma bagagem para entender o que é a intolerância. A intolerância não é de esquerda. É um fundamentalismo que eu lamento”.
Sintomático isso: os que defendem o direito absoluto de protestar não conseguem conviver muito bem com questionamentos. Não vou nem falar dos meus questionamentos, mas cito uma observação do próprio Fernando Haddad, em entrevista recente ao DCM em que critica a “postura do MPL, sobretudo de pessoas que têm uma bagagem para entender o que é a intolerância. A intolerância não é de esquerda. É um fundamentalismo que eu lamento”.
Diz ainda Haddad sobre o MPL: “É possível ampliar os
direitos gradualmente. Sem radicalizar. Mas a tática deles é claramente
binária: ou levo tudo ou não levo nada. Ou você me dá 100% do que estou pedindo
ou você é meu inimigo”.
É isso, amigos. Fiquem com a íntegra das matérias citadas:
Da CartaCapital: MPL mira em Haddad e alivia para Alckmin
A entrevista de Haddad ao DCM: Fernando Haddad fala sobre Marta, Chalita, a lógica do MPL
Da CartaCapital: MPL mira em Haddad e alivia para Alckmin
A entrevista de Haddad ao DCM: Fernando Haddad fala sobre Marta, Chalita, a lógica do MPL