segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Dilma versus Aécio, crônica de um segundo turno anunciado


A verdade é que este blog nunca considerou Aécio Neves carta fora do baralho, nem mesmo quando Marina chegou ao auge de sua popularidade nas pesquisas, no fim de agosto. E o debate na Globo acabou por consolidar o crescimento que o tucano já registrava nas últimas semanas.

A diferença, em termos percentuais, entre o que José Serra teve em 2010 e o que Aécio conseguiu em 2014 é mínima. Aécio registrou cerca de 1 ponto percentual a mais do que Serra há quatro anos.

2010
Dilma: 46,91% - 47.651.434 votos
José Serra: 32,61% - 33.132.283 votos
Marina Silva: 19,33% - 19.636.359 votos

2014
Dilma: 41,59% - 43.267.438 votos
Aécio Neves: 33,55% - 34.897.196 votos
Marina Silva: 21,32% - 22.176.613 votos

A questão é que Dilma teve desempenho mais de 5% inferior no primeiro turno de 2014. O eleitorado de Marina é menos difícil de conquistar para Dilma do que seria o de Aécio, mais ideológico e politicamente consistente, caso o segundo turno fosse contra Marina. O da pessebista é um eleitorado que responde menos a comandos partidários do que o dos tucanos.

Um dado a se considerar é que o PSOL de Luciana Genro praticamente dobrou a votação de 2010, quando teve 886.816 votos, 0,87 %, com Plínio de Arruda Sampaio. Luciana Genro teve 1.612.186 votos, 1,55%.

Ao voltar para casa hoje (ontem) à noite, peguei um táxi de um rapaz do Pará. Disse que votou em Marina. “Mas agora não tem jeito, vou votar na Dilma”, disse o rapaz, e emendou: “Veja lá em Minas. O Aécio não ganhou lá por quê? Se nem o povo dele deu vitória a ele...”

O segundo turno vai ser um embate importante sobre o futuro do Brasil. Desculpem o clichê.

2 comentários:

Lourival Sakiyama disse...


Caro Eduardo e Leitores,

Mais uma disputa PT x PSDB prova que não existe terceira via mas petistas e anti-petistas. Acredito na vitória de Dilma.
Vale observar o eleição do parlamento. Mais do que nunca urge a necessidade de uma reforma política, a democracia brasileira corre sério risco de retrocesso, seja quem for o eleito, reitero minhas esperanças que seja Dilma, terá grandes dificuldades. A representação das minorias diminuiu e a direita avançou como prenuncio de uma agenda política para 2015 nefasta, obscura e atrasada. Uma pena! As reformas necessárias para a modernização da democracia e sociedade estarão num horizonte muito distante.
Penso que quando elegemos um Tiririca com mais de 1 milhão de votos e preterimos Adriano Diogo algo não está correto.

Eduardo Maretti disse...

Celso Russomanno (1,5 milhão de votos), Tiririca (1 milhão) e Marco Feliciano (398 mil), os três deputados federais mais votados em SP. Jair Bolsonaro (PP) foi o mais votado no Rio de Janeiro, com 464.572 votos.

A democracia brasileira faliu.