A verdade é que este blog nunca considerou Aécio Neves
carta fora do baralho, nem mesmo quando Marina chegou ao auge de sua
popularidade nas pesquisas, no fim de agosto. E o debate na Globo acabou por
consolidar o crescimento que o tucano já registrava nas últimas semanas.
A diferença, em termos percentuais, entre o que José Serra
teve em 2010 e o que Aécio conseguiu em 2014 é mínima. Aécio registrou cerca
de 1 ponto percentual a mais do que Serra há quatro anos.
2010
Dilma: 46,91% - 47.651.434 votos
José Serra: 32,61% - 33.132.283 votos
Marina Silva: 19,33% - 19.636.359 votos
José Serra: 32,61% - 33.132.283 votos
Marina Silva: 19,33% - 19.636.359 votos
2014
Dilma: 41,59% - 43.267.438 votos
Aécio Neves: 33,55% - 34.897.196 votos
Marina Silva: 21,32% - 22.176.613 votos
Aécio Neves: 33,55% - 34.897.196 votos
Marina Silva: 21,32% - 22.176.613 votos
A questão é que Dilma teve desempenho mais de 5% inferior no
primeiro turno de 2014. O eleitorado de Marina é menos difícil de conquistar
para Dilma do que seria o de Aécio, mais ideológico e politicamente
consistente, caso o segundo turno fosse contra Marina. O da pessebista é um eleitorado que
responde menos a comandos partidários do que o dos tucanos.
Um dado a se considerar é que o PSOL de Luciana Genro praticamente
dobrou a votação de 2010, quando teve 886.816 votos,
0,87 %, com Plínio de Arruda Sampaio. Luciana Genro teve 1.612.186 votos, 1,55%.
Ao voltar para casa hoje (ontem) à noite, peguei um táxi de
um rapaz do Pará. Disse que votou em Marina. “Mas agora não tem jeito, vou
votar na Dilma”, disse o rapaz, e emendou: “Veja lá em Minas. O Aécio não
ganhou lá por quê? Se nem o povo dele deu vitória a ele...”
O segundo turno vai ser um embate importante sobre o futuro
do Brasil. Desculpem o clichê.
2 comentários:
Caro Eduardo e Leitores,
Mais uma disputa PT x PSDB prova que não existe terceira via mas petistas e anti-petistas. Acredito na vitória de Dilma.
Vale observar o eleição do parlamento. Mais do que nunca urge a necessidade de uma reforma política, a democracia brasileira corre sério risco de retrocesso, seja quem for o eleito, reitero minhas esperanças que seja Dilma, terá grandes dificuldades. A representação das minorias diminuiu e a direita avançou como prenuncio de uma agenda política para 2015 nefasta, obscura e atrasada. Uma pena! As reformas necessárias para a modernização da democracia e sociedade estarão num horizonte muito distante.
Penso que quando elegemos um Tiririca com mais de 1 milhão de votos e preterimos Adriano Diogo algo não está correto.
Celso Russomanno (1,5 milhão de votos), Tiririca (1 milhão) e Marco Feliciano (398 mil), os três deputados federais mais votados em SP. Jair Bolsonaro (PP) foi o mais votado no Rio de Janeiro, com 464.572 votos.
A democracia brasileira faliu.
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