sábado, 5 de outubro de 2013

Marina, igual a "tudo o que aí está", agora é aliada de Eduardo Campos


José Cruz/ABr
A ex-PV, ex-ministra e ex-Rede: igual a tudo o que aí está

Autointitulada diferente de tudo o que aí está e porta-voz de uma nova forma de fazer política, Marina Silva seguiu passos exatamente eleitoreiros e iguais a todos os políticos dos quais tentou se diferenciar ao vender a falsa ideia por meio de marketing político puro e simples.

Agora no PSB de Eduardo Campos, depois do fracasso de sua Rede no TSE, a ex-ministra do Meio-Ambiente se credencia à sucessão presidencial com status de queridinha da mídia, ao lado do governador pernambucano que se manteve com Lula e Dilma por dois mandatos e meio e de repente virou candidato, saindo da base do governo para disputar a presidência. Campos vai ter que convencer os eleitores por que seria oposição, uma “terceira via”, se até agora foi situação. Marina vai ter que convencer os cidadãos de que é diferente de tudo que aí está agindo exatamente como todos os que aí estão e representam, segundo ela, o que a política tem de ruim. Ambos vão ter de convencer os brasileiros de que não são oportunistas.

Esta semana conversei com o cientista político Vitor Marchetti, da Universidade Federal do ABC, que fez uma observação interessante sobre as insinuações de que haveria uma intenção obscura na recusa do TSE em aceitar o registro da Rede de Marina Silva, o que o tribunal acabou rejeitando por 6 votos a 1.

Segundo Marchetti, não se pode partir do pressuposto de que a “boa intenção” que estaria movendo a criação da Rede seja suficiente, deixando-se de lado a exigência de cumprimento da lei. Porque Marina parecia querer convencer a todos de que ela era o bem e o resto era o mal.

Marchetti disse ser preciso considerar a possibilidade de que a liderança de Marina tenha sido superestimada. “É uma candidata badalada, que conseguiu um bom número de votos em 2010 [19,6 milhões], mas pode não ter conseguido mobilizar o número de eleitores necessários agora para fundar seu partido. Por que não partimos do pressuposto de que talvez o fôlego da Rede fosse menor do que se estava supondo?” Para conseguir o registro, um partido tem de comprovar as assinaturas de 492 mil eleitores nos cartórios eleitorais do país.

Os desdobramentos da aliança Eduardo Campos/Marina Silva ainda são passíveis de conjecturas. Não se sabe aliás quem será cabeça de chapa, quem será vice.

Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Campos: inteligência política ou oportunismo?
Para Renato Rovai , Marina “faz parte de um projeto onde estarão não só Campos, mas Roberto Freire, Serra, Aécio, Borhausen etc.” Ou seja, a nata da oposição de direita.

E Rodrigo Vianna entende que “Marina perde parte de sua aura de ‘reserva moral’, e de ‘diferente de tudo que está aí’” e, por isso, “Eduardo Campos ganha muito mais que Marina com a parceria”, o que “faz com que Eduardo Campos e o PSB sejam muito mais que [coadjuvantes no xadrez político de 2014]: transformam-se de fato no desaguadouro de uma terceira via”.

A ver.

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