sábado, 22 de setembro de 2012
Já vai tarde. Mas valeu, Paulo Henrique Ganso
Ouvi nos últimos dias santistas esbravejarem contra a ida de Paulo Henrique Ganso para o São Paulo. Uns desejando que o atleta se machuque, que quebre a perna, e assim por diante.
De minha parte, em post que publiquei aqui no blog no começo do mês, eu disse esperar "que Ganso saia do Santos e seja feliz em outro lugar". Parece uma espécie de maldição da meia-esquerda: Pita e Ailton Lira, dois outros gigantes canhotos que vestiram a sagrada camisa 10 do glorioso Alvinegro Praiano, também se transferiram pro São Paulo.
Como santista, acho chato. Mas por isso vou torcer pro rapaz quebrar a perna, ter câncer ou se transformar numa nulidade? Acho que pensar assim é pensar pequeno. O atleta tem todo o direito de escolher onde quer trabalhar, independentemente de disputas empresariais.
Como santista, acho melhor pensar no que Ganso fez pelo Santos. O título paulista de 2010, por exemplo (junto com Neymar, Wesley, André etc) ou o jogo com o Cerro Porteño, em assunção, no Paraguai, pela primeira fase da Libertadores de 2011.
Se o Peixe tivesse empatado aquela partida (que vi "malemá", pois estava fechando o jornal em que na época trabalhava) estaria fora da Libertadores na primeira fase! Ganso teve atuação primorosa, no primeiro duelo do time sob o comando de Muricy Ramalho, desfalcado de Neymar. O gol da vitória (2 a 1) foi de Maikon Leite, com passe de Ganso. Sem aquela atuação do camisa 10 e aquele passe, talvez os santistas estivéssemos até hoje sem uma Libertadores após a era Pelé.
Portanto, até que enfim essa desagradável novela chegou ao fim. E que Ganso seja feliz no São Paulo, onde, parece, vai vestir a camisa 8. A 10 ele envergou no Alvinegro da Vila Belmiro.
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4 comentários:
Também discordo desse ódio fundamentalista, meu caro Edu. Mas, convenhamos, não é sempre que um ídolo de um time (que aparentemente deixou de ser ídolo há um tempo, mas como você bem lembrou, teve momentos históricos pelo clube) se transfere DIRETAMENTE para um de seus arquirrivais. Digo diretamente porque há vários casos de jogadores idolatrados que se transferem para a Europa e depois de alguns anos voltam pra jogar no rival, algo que de certa forma ameniza um pouco a "traição".
O caso Ganso é complexo, porque até acredito que ele valha mais que os 130 mil mensais que o peixe lhe pagava (isso falando em termos do mercado da bola, e não da vida real, onde um salário de 130 mil mensais, quem me dera?, é um disparate numa sociedade onde o mínimo é menos de mil). Mas ao que parece, não foi bem assessorado para conseguir a valorização que queria, foi azedando aos poucos sua relação com o clube e, principalmente, com a torcida. Para completar, foi se machucando com cada vez mais frequência, algo que coloca a valorização dos jogadores em cheque (o mercado da bola é selvagem) e limita seu poder de barganha.
Bom, deixando um pouco a ponderação de lado, como corintiano, tinha muito mais simpatia pelo Paulo Henrique Judas vestindo a camisa 10 do Santos. Agora ele vai vestir a insípida camisa 8 tricoflor, o que faz com que definitivamente caia no meu conceito. Torcer pra se quebrar eu não vou, mas não vou deixar de secar e espero que o jejum do pessoal lá do Jardim Leonor (P.H. Judas incluso) dure mais um bom par de anos. Saudações.
O curioso é que ele chega ao SPFC e já vai direto pro departamento médico, por causa de pequenos problemas (um no joelho - que, dizem, está bichado - e outro muscular). Claro que secar eu secarei impiedosamente, mas como disse não pro jogador se quebrar.
Quanto aos 130 mil que o Peixe lhe pagava, ele incompreensivelmente recusou ofertas muito superiores a isso do Santos, o que ajudou a desgastar a relação dele com o clube e torcida. De propósito? Se for, é muita burrice: segundo contas divulgadas pela imprensa, ele teria perdido por causa disso uns R$ 5 milhões nos últimos 2 anos. É de fato mal assessorado, cabeça dura e traíra. Acho que na comparação com os outros casos históricos (Pita e A. Lira) PH Judas (hehe) vai ter que se esforçar mto pra jogar o que eles jogaram no time do Jd. Leonor.
Saudações alvinegras.
O que marcou o episódio foi a insistência em sair do Santos e jogar no São Paulo. Poderia ter ido para o Grêmio, que fez boa oferta e é "neutro" na rivalidade paulistana. Mas isso de traíra ou PH Judas acho bobagem. Traíra, pra mim, no futebol, não é dizer: "Não quero jogar aqui, quero jogar no time rival" (ele foi claro o tempo todo). Traíra é sentar-se num salário irreal, fingir que joga e vestir a capa de ídolo da galera pra não perder a boquinha. São inúmeros os jogadores que passaram por situação semelhante à do Ganso: João Paulo, Zé Sérgio, Rivaldo, Edmundo, Thiago Neves, sem falar nos que o blog já mencionou. "O atleta tem todo o direito de escolher onde quer trabalhar". Torço pelo Ganso. Bem, o contrário disso tudo também tem nome: São Marcos (Assunção).
Agora é o PH Cisne. Isso é o que chamamos de "mudar de lado". Só resta a zombaria, mesmo. Longe de querer que o Cisne quebre os cambitos, só não estou ansioso pelo próximo jogo com o bambaulo porque o Santos do Muricy Ramalho de Flores tá dando vergonha. E que se diga: aquela libertadores foi o Santos que ganhou pro Flores.
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