quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

PT festeja aniversário e 10 anos de governo


"Eles são implacáveis. Eles não gostam de governo de esquerda e de governo progressista", diz Lula sobre a elite brasileira


R. Stuckert Filho/PR


Da Rede Brasil Atual

O Partido dos Trabalhadores realizou na noite de hoje (20), num hotel na zona Norte de São  Paulo, o ato comemorativo pelos dez anos de governo,iniciados em 2003, começando uma série de seminários que serão realizados no país, em parceria com o Instituto Lula e a Fundação Perseu Abramo. O evento também fez parte das comemorações pelos 33 anos de fundação da legenda.

O próximo ato será realizado dia 28, em Fortaleza (CE). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e a presidenta Dilma Rousseff foram os últimos a discursar. Todas as mais importantes lideranças da legenda, entre parlamentares, ministros, prefeitos e governadores, marcaram presença.

Lula fez o discurso mais veemente, misturando críticas à oposição e bom humor. Sobre o início do período de uma década de governo do partido, disse que em 2003, no começo do primeiro mandato, "tinha a convicção de que não podia errar, porque eles [a elite] são implacáveis. Eles não gostam de governo de esquerda e de governo progressista", afirmou.

Em sua fala ele mencionou os índices sociais e os que mostram a evolução do emprego, e o sucesso da política econômica de sua gestão e de Dilma para dizer que os dados estão deixando os adversários "inquietos". "Eles querem comparar. Mas nós aceitamos comparações, não temos medo de comparar, inclusive sobre corrupção", afirmou, sob aplausos, em referência ao mensalão.

A presidenta Dilma fez um discurso longo e recheado de números e estatísticas para respaldar, no discurso, "a escolha pelo social" dos governos petistas. Ironizou as dúvidas sobre a redução da energia elétrica, divulgadas pelos partidos de oposição e por setores da mídia quando do anúncio da medida, e disse que esse discurso midiático-político continua.

"O mesmo tipo de previsão equivocada e tendenciosa começa agora a se repetir em relação à capacidade do Brasil de aumentar seu ritmo de crescimento e manter a estabilidade econômica. Repito: nossos fundamentos estão cada vez mais sólidos", garantiu a presidenta. Segundo ela, o seu governo, que enfrentou "uma das maiores crises internacionais da história, está mais do que preparado para enfrentar os desafios do presente e do futuro".

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PS: a nota negativa, que muitos podem, com razão, até considerar uma nódoa, foi a presença do ex-prefeito  de São Paulo Gilberto Kassab no palanque armado para receber as autoridades. Ele foi bastante vaiado, como era de se esperar. A verdade é que esse é um reflexo da democracia brasileira. Embora tenha feito um discurso incisivo como sempre, Lula deixou bem claro em sua fala que o PT não governou sozinho nesses dez anos e que não há como governar – e nem teria sido possível mudar o Brasil – sem os partidos aliados. O PSD de Kassab faz parte da base aliada do governo no Congresso Nacional.

Isso me remete a Renan Calheiros, eleito presidente do Senado, pois muitos auto-intitulados próceres da ética andam indignados com o apoio do governo a Calheiros para presidir o Senado. Mas é bom lembrar, pois o que não falta no país são esquecidos, que o senador do PMDB foi ministro da Justiça (sim, da Justiça) do governo Fernando Henrique Cardoso.

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