Elke Georgievna Grunnupp (Leningrado, 22 de fevereiro de
1945 - Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2016)
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Filha de um russo e de uma alemã, Elke nasceu na antiga
Leningrado, hoje São Petersburgo. Seus pais resolveram imigrar para o Brasil,
um país visto como promissor e bom acolhedor de estrangeiros, onde havia muitas
colônias de imigrantes. O casal junto com seus três filhos, instalaram-se em
Itabira, no interior de Minas Gerais, em um sítio, onde Elke e seus dois
irmãos, passaram toda a sua infância, convivendo com todo tipo de animais
rurais, realmente vivendo como uma camponesa. O casal não quis se mudar para
uma colônia pois queria viver realmente como brasileiros e aprender os hábitos
do país, tanto que Elke se surpreendeu ao conhecer pessoas de diversas etnias e
orientações sexuais, um misto de pessoas que não havia em seu país, na época.
Quando Elke se tornou adolescente, a família se mudou para
um sítio em Jaguaraçu, outra cidade do interior mineiro, onde Elke continuou a
conviver na vida rural, com trabalhos do campo. Lá nasceram seus dois outros
irmãos. Muito inteligente, na adolescência já falava, segundo ela mesma afirma,
nove idiomas: russo, o português, o alemão, o italiano, o espanhol, o francês,
o inglês, o grego e latim. Alguns desses idiomas foram aprendidos em casa, por
causa de sua raízes germânicas, e outros aprendeu em cursos, que seus pais
pagaram com dificuldade.
Querendo sua independência, já possuindo um bom currículo
por conta dos idiomas que falava, saiu de casa aos 20 anos para morar sozinha
no Rio de Janeiro, onde pagava seu aluguel trabalhando como secretária bilíngue
em escritório. Por sempre gostar de estudar, Elke fez faculdade de Letras, e se
formou em professora, tradutora e intérprete de línguas estrangeiras. Para
pagar seu aluguel e sua faculdade, Elke trabalhou como bancária, secretária
trilíngue. Foi também a mais jovem professora de francês da Aliança Francesa e
de inglês na União Cultural Brasil – Estados Unidos.
Morou em Porto Alegre entre 1966 e 1969, onde cursou
cadeiras nas faculdades de Filosofia, Medicina e Letras da UFRGS. Em 1971 se
casou pela primeira vez, com o escritor grego Alexandros Evremidis.
Elke foi presa no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de
Janeiro, em fins de 1971, depois de rasgar, aos gritos de "covardes, como
ousam, vocês já o assassinaram!", cartazes com a fotografia de Stuart
Angel Jones, filho de sua amiga Zuzu Angel, já então morto depois de torturas
na Base Aérea do Galeão. Foi enquadrada na Lei de Segurança Nacional, o que
a deixou apátrida.[5][6] Só foi solta depois de seis dias após a intervenção de
amigos da classe artística. Anos depois, requisitou a cidadania alemã, a única
que possuía.
Sua vida pessoal sempre fora muito conturbada. Morou em
diversos países e teve oito casamentos, com homens de diversas nacionalidades.
Fez três abortos, fruto de seus três primeiros casamentos, pois jamais quis ser
mãe, e sempre achou que com seu jeito rebelde de ser, jamais poderia educar uma
criança de forma digna.
Contou em entrevistas que tomava pílula anticoncepcional,
mas fora enganada por alguns desses maridos, que queriam ser pais, e em vez de
tomar a pílula certa, Elke tomava a pílula de farinha. Após descobrir isto,
começou a usar DIU. Elke também foi usuária de todos os tipos de drogas
ilícitas, além de todos os tipos de bebida alcoólica, e dizia que não tinha
preferência por nenhum tipo de homem, e sim, que tinha pressa de namorar.
3 comentários:
Cara, que doida, que vida!!.
Lembro-me de Elke Maravilha, uma vez quando estávamos eu, Edu, Carminha, no bar do Aderson, em Perdizes, bons tempos,.. Ela estava lá, de saída e a gente na entrada... e ela me olhou com aqueles olhos enormes e me deu um sorriso. Grande Elke, que figura!!
Nossa! Que doido, Alê. Não tenho a menor lembrança dessa passagem no bar. Que falha minha! Como pode!
É, eu lembro, não poderia esquecer desse dia. Foi um flash, não sei se vcs viram ela, tinham algumas pessoas, entra e sai, ela ficou cara a cara comigo, porque o lugar era pequeno e tinha muita gente....enfim, mas com certeza eu devo ter falado.
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