terça-feira, 16 de agosto de 2016

Elke Maravilha: uma baita história de vida


Texto extraído de Wikipédia (Creative Commons)

Elke Georgievna Grunnupp (Leningrado, 22 de fevereiro de 1945 - Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2016)
Creative Commons - CC BY 3.0
Wikimedia Commons
Filha de um russo e de uma alemã, Elke nasceu na antiga Leningrado, hoje São Petersburgo. Seus pais resolveram imigrar para o Brasil, um país visto como promissor e bom acolhedor de estrangeiros, onde havia muitas colônias de imigrantes. O casal junto com seus três filhos, instalaram-se em Itabira, no interior de Minas Gerais, em um sítio, onde Elke e seus dois irmãos, passaram toda a sua infância, convivendo com todo tipo de animais rurais, realmente vivendo como uma camponesa. O casal não quis se mudar para uma colônia pois queria viver realmente como brasileiros e aprender os hábitos do país, tanto que Elke se surpreendeu ao conhecer pessoas de diversas etnias e orientações sexuais, um misto de pessoas que não havia em seu país, na época.

Quando Elke se tornou adolescente, a família se mudou para um sítio em Jaguaraçu, outra cidade do interior mineiro, onde Elke continuou a conviver na vida rural, com trabalhos do campo. Lá nasceram seus dois outros irmãos. Muito inteligente, na adolescência já falava, segundo ela mesma afirma, nove idiomas: russo, o português, o alemão, o italiano, o espanhol, o francês, o inglês, o grego e latim. Alguns desses idiomas foram aprendidos em casa, por causa de sua raízes germânicas, e outros aprendeu em cursos, que seus pais pagaram com dificuldade.

Querendo sua independência, já possuindo um bom currículo por conta dos idiomas que falava, saiu de casa aos 20 anos para morar sozinha no Rio de Janeiro, onde pagava seu aluguel trabalhando como secretária bilíngue em escritório. Por sempre gostar de estudar, Elke fez faculdade de Letras, e se formou em professora, tradutora e intérprete de línguas estrangeiras. Para pagar seu aluguel e sua faculdade, Elke trabalhou como bancária, secretária trilíngue. Foi também a mais jovem professora de francês da Aliança Francesa e de inglês na União Cultural Brasil – Estados Unidos.

Morou em Porto Alegre entre 1966 e 1969, onde cursou cadeiras nas faculdades de Filosofia, Medicina e Letras da UFRGS. Em 1971 se casou pela primeira vez, com o escritor grego Alexandros Evremidis.

Elke foi presa no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, em fins de 1971, depois de rasgar, aos gritos de "covardes, como ousam, vocês já o assassinaram!", cartazes com a fotografia de Stuart Angel Jones, filho de sua amiga Zuzu Angel, já então morto depois de torturas na Base Aérea do Galeão. Foi enquadrada na Lei de Segurança Nacional, o que a deixou apátrida.[5][6] Só foi solta depois de seis dias após a intervenção de amigos da classe artística. Anos depois, requisitou a cidadania alemã, a única que possuía.

Sua vida pessoal sempre fora muito conturbada. Morou em diversos países e teve oito casamentos, com homens de diversas nacionalidades. Fez três abortos, fruto de seus três primeiros casamentos, pois jamais quis ser mãe, e sempre achou que com seu jeito rebelde de ser, jamais poderia educar uma criança de forma digna.

Contou em entrevistas que tomava pílula anticoncepcional, mas fora enganada por alguns desses maridos, que queriam ser pais, e em vez de tomar a pílula certa, Elke tomava a pílula de farinha. Após descobrir isto, começou a usar DIU. Elke também foi usuária de todos os tipos de drogas ilícitas, além de todos os tipos de bebida alcoólica, e dizia que não tinha preferência por nenhum tipo de homem, e sim, que tinha pressa de namorar.

3 comentários:

Alexandre Maretti disse...

Cara, que doida, que vida!!.
Lembro-me de Elke Maravilha, uma vez quando estávamos eu, Edu, Carminha, no bar do Aderson, em Perdizes, bons tempos,.. Ela estava lá, de saída e a gente na entrada... e ela me olhou com aqueles olhos enormes e me deu um sorriso. Grande Elke, que figura!!

Eduardo Maretti disse...

Nossa! Que doido, Alê. Não tenho a menor lembrança dessa passagem no bar. Que falha minha! Como pode!

Alexandre Maretti disse...

É, eu lembro, não poderia esquecer desse dia. Foi um flash, não sei se vcs viram ela, tinham algumas pessoas, entra e sai, ela ficou cara a cara comigo, porque o lugar era pequeno e tinha muita gente....enfim, mas com certeza eu devo ter falado.