sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Juventus resiste



Moleque Travesso de volta à Série A-2



Por Felipe Mascari

A estreia na série A-2 do Campeonato Paulista do tradicional e travesso Juventus da Mooca renova as esperanças de voltar à elite do futebol regional.

A tarefa deste ano será mais complicada na A-2 do que foi em 2015, já que a Federação Paulista de Futebol alterou as regras do torneio, e apenas dois times subirão de divisão – mais uma forma da FPF de tentar acabar com o Paulistão.

Após um acesso fácil em 2015, o clube grená aposta na força de jogar em sua casa, a Rua Javari, e também na liderança de experientes jogadores, como o atacante Gil (ex-Corinthians), o meia Adiel (ex-Santos) e o recém contratado e campeão mundial Elder Granja (ex-Internacional), para tentar desbancar outros tradicionais campeões paulistas (da série A-2), entre eles Portuguesa, Guarani, Bragantino, Santo André e Paulista de Jundiaí.

Por que acreditar que o time pode subir de divisão? Entre os principais favoritos na jornada do acesso, o Juventus manteve a base vitoriosa de 2015, reduziu a dívida do clube, planejou-se e trouxe reforços pontuais para o time. Entretanto, Guarani e Bragantino trouxeram excelentes reforços, e serão as principais barreiras para o retorno do Moleque Travesso à elite. Na contramão, a Portuguesa não contratou ninguém e possui preocupantes problemas internos, desde o obscuro descenso no Brasileiro de 2013.

Fora das quatro linhas, a volta do Moleque Travesso trará um ponto positivo ao futebol paulista. Sem se alimentar de títulos, o Juventus é um contraponto à modernização e mercantilização do esporte, símbolo de resistência.

A romântica Rua Javari é considerada um templo futebolístico, mantendo seu placar manual e a arquibancada de concreto, um tapa na cara do futebol atual, marcado pelas construções das frias arenas de plástico. Portanto, sim, a volta do Juventus é um respiro do que restou da essência de futebol – atualmente, em estado terminal.

O caminho de volta do Juventus se inicia neste domingo 31, na própria Rua Javari, contra o Penapolense. E como canta sua fiel torcida, “voltaremos outra vez, voltaremos a ser primeiro, como em 83”, música que relembra o título da Taça de Prata conquistado naquele ano, diante o CSA de Alagoas.

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