quinta-feira, 2 de julho de 2015

A indignação de Joanna Maranhão


Reprodução
O depoimento em vídeo que a nadadora pernambucana Joanna Maranhão postou hoje na internet é muito significativo. “Vou para o Pan-Americano, vou defender o meu país, mas não vou estar representando essas pessoas que batem palmas pra Feliciano, Bolsonaro, Eduardo Cunha, Malafaia... Não são vocês que estou representando. A torcida de vocês não faço questão nenhuma de ter.”

A intervenção indignada (assista ao vídeo abaixo) foi um desabafo depois do espetáculo circense neofascista a que assistimos ontem na Câmara dos Deputados, patrocinado por Eduardo Cunha.

"Já e a segunda vez que eu amanheço e tomo conhecimento dessas manobras criminosas que Eduardo Cunha tem feito no Congresso e eu sinto um desgosto muito grande", disse Joanna, sobre a desfaçatez cínica com que o presidente da Câmara passou por cima da Constituição e da Democracia e fez aprovar em primeiro turno a redução da maioridade penal, exatamente como fizera com a PEC do financiamento privado de campanhas eleitorais.

O mundo de atletas é um mundinho estreito. A todo momento vemos esses analfabetos políticos dizerem (literalmente) amém a tudo, atribuir qualquer conquista ou derrota à vontade do senhor. Agora há pouco, minutos atrás, o atacante Fred, do Fluminense, chamado a falar de seu gol contra o Santos no Maracanã, começou assim: "fui abençoado com esse gol..."

Atualmente (e no jogo Santos x Fluminense os dois times festejaram gols assim) você não vê mais nem mesmo comemoração de gol. Os jogadores fazem uma rodinha, ajoelham e levantam as mãos ao céu. Quase todos os gols agora são comemorados assim! É inacreditável, é doentio. Estou convencido de que é também por causa dessa mente obtusa e acéfala que o futebol brasileiro está como está, embora haja outros fatores, que não vêm ao caso aqui.

Vi o River Plate eliminar o Cruzeiro da Libertadores por 3 a 0, em Minas, em maio. O jogo mostrou bem o que é um time que tem cérebro, tática e cultura (River) contra um bando de pentecostais que só falam no "senhor". Os argentinos jogam futebol e pensam, os brasileiros nem jogam bola e muito menos pensam mais.

Enfim, muito bem-vindo o depoimento de Joanna Maranhão. Corajosa e politizada, a atleta brasileira mostra que não é por ser uma esportista que a pessoa precisa ser despolitizada, egoísta e imbecil.

Veja o vídeo postado pela nadadora.


Um comentário:

Alexandre disse...

Já sou fã dela. E assim surgem as verdades aos poucos. Graças aos Malafaias, aos Cunhas, Felicianos e ao resto dessa corja nojenta.