Tropa de choque e metroviários se encontram na segunda, 9 |
Acredito pia, mas piamente mesmo, que o Sindicato dos
Metroviários de São Paulo teria se saído politicamente bem e, do ponto de vista
dos interesses da categoria, vitorioso, se tivesse negociado ao estilo do velho
Luiz Inácio Lula da Silva quando era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos
em São Bernardo. Nesse caso, interesses políticos à parte, como negociadores
maduros, os dirigentes do sindicato poderiam ter aceitado a mediação do TRT da
2ª. Região, que fixou o reajuste em 8,7%, cerca de 3% acima da inflação,
considerando uma média entre todos os índices. Teriam unido os interesses da categoria e da população, encerrando a greve no domingo, quando o TRT declarou-a abusiva.
Mas o sindicato preferiu o confronto, e perdeu. É mais fácil partir para o discurso juvenil segundo o qual o governo é o mal e nós somos o bem. "Temos
orgulho dos cinco dias que fizemos (de greve). Mas temos de reconhecer a
realidade da categoria", admitiu, tardiamente, o presidente do Sindicato dos Metroviários,
Altino de Melo Prazeres Junior, oriundo do PSTU, na noite desta quarta-feira (11),
quando a entidade decidiu desistir da greve que pretendia reiniciar justamente na data de
abertura da Copa do Mundo no Brasil, neste 12 de junho, no estádio do Corinthians em Itaquera.
Cansei de ouvir, e continuo ouvindo, de membros, militantes
e dirigentes do PSTU e do PSOL, que o PT e o PSDB são a mesma coisa. O desfecho
da greve dos metroviários mostra de maneira didática como essa avaliação está
equivocada. Nenhum governo petista adotaria o autoritarismo do estilo Alckmin nas
negociações. Num governo do PT, no mínimo as 42 demissões nem teriam ocorrido. E
alguns pontos, talvez décimos percentuais, teriam sido conquistados a mais.
Alckmin sabia que 9 mil funcionários têm mais voz do que uma
diretoria que insistia no confronto contra o governo do Estado e o TRT. 9 mil funcionários representam cerca de 30
mil pessoas (considerando que cada trabalhador tem uma família de 3 a 4
pessoas).
Nesta quinta-feira, a maioria dessas 30 mil pessoas vai ver
Brasil x Croácia com um certo alívio, pois são humanas, não estão muito a fim
de confronto. Querem tomar sua cervejinha sossegadas, e não servir aos
interesses políticos de um grupo que comanda o sindicato e diz que PT e PSDB
são a mesma coisa.
Alckmin pode ser tudo, menos tolo.
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