quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Santos passa por time de “formigas” japonesas. Que venga El Barça

Atualizado às 13:21

Peixe bate Kashiwa Reysol por 3 a 1 e agora espera o Barcelona para a final do Mundial de Clubes, no domingo às 8:30 da manhã


Clique para ampliar/Foto: Reprodução


Superada a tal ansiedade da estreia, o Santos desencantou pela individualidade de Neymar, que fez um golaço aos 19 minutos, e depois de Borges (aos 24), que também deixou sua marca em grande estilo.

Na etapa inicial o Alvinegro errou passes em demasia (o que contra o Barcelona é fatal) e teve uma peça que comprometeu a ligação meio-ataque, o volante Henrique, cujo lance de maior destaque foi um pisão que deu no tornozelo de Neymar.

A equipe japonesa ficou a maior parte do tempo com a bola. O Santos fez um jogo típico de Muricy Ramalho, sem se arriscar muito. E o Kashiwa, aplicado como um time de formigas, marcou em todo o campo e dificultou os contra-ataques santistas, solução que pouco apareceu, apesar da rápida vantagem de 2 a 0.

No segundo tempo o time da Vila começou mais tranquilo. Mas depois de perder duas grandes chances (com Danilo e Ganso) de ampliar e matar o jogo, tomou um gol bobo, de escanteio. Toda a zaga ficou olhando Sakai cabecear e fazer 1 a 2 aos 8.

Mas quando o Kashiwa ameaçava pressionar, Danilo cobrando falta com imensa categoria deu números finais ao placar aos 18. A forte pressão dos japoneses deu vários sustos no Peixe.

Veja os gols de Santos 3 x 1 Kashiwa Reysol




Comentários:

- Diante da aplicação e marcação japonesa, o Santos errou mais passes do que se esperava, no meio de campo e até na defesa. Isso tem de ser corrigido diante do Barcelona, caso este vença o poderoso Al-Sadd do Qatar...

- A lateral esquerda com Durval (bom beque, mas lento na atual posição atrás e inexistente no apoio) foi o ponto mais frágil do time do Santos, e muito bem explorado pelo time japonês. Perguntado sobre isso na coletiva, Muricy saiu pela tangente e disse que “a gente faz o que acha melhor”.

- Elano, ainda sem sua melhor forma física, fez partida discreta, mas muito porque joga no sacrifício no sistema tático de Muricy, muito atrás e longe de uma zona onde possa criar e ajudar o ataque. No jogo de hoje, sua principal função foi segurar Jorge Wagner.

- O volante Henrique, na minha opinião, pelo menos pelo que vejo desde que estreou e também hoje, é um jogador medíocre. E ainda quase tirou o companheiro Neymar do time, ao cair sobre o tornozelo do atacante, que aparentemente teve seu desempenho comprometido (ele disse após a partida que a pancada incomodou bastante).

PS: Meu pai, seu Oswaldo, que é palmeirense mas está torcendo pelo Santos no Mundial, justificou assim seu otimismo: “em 1950 o Uruguai não ganhou do Brasil?” Pues, entonces, que venga El Barça!

Ficha técnica

Kashiwa Reysol 1 x 3 Santos
Gols: Neymar, aos 18min, e Borges, aos 23min do 1º tempo; Sakai, aos 8min, e Danilo, aos 18min do 2º tempo

Kashiwa Reysol
Sugeno; Sakai, Masushima, Kondo e Hashimoto (Hyodo); Kurisawa e Otani; Leandro Domingues, Tanaka (Sawa) e Jorge Wagner; Kudo (Kitajima). Técnico: Nelsinho Baptista

SantosRafael; Danilo (Bruno Aguiar), Edu Dracena, Bruno Rodrigo e Durval; Elano (Alan Kardec), Henrique, e Arouca; Ganso; Borges (Ibson) e Neymar. Técnico: Muricy Ramalho

Árbitro: Nicola Rizzoli (ITA)
Local: Toyota Stadium, Toyota (JAP)

6 comentários:

Felipe Cabañas da Silva disse...

Não foi uma vitória magra do Santos, mas também não foi gorda. O futebol japonês melhorou muito, mas ainda é muito inexpressivo. O Santos teria bem mais trabalho com o Monterrey, que desta vez foi o time que "mazembou"... hehehe...

Eu não vi o jogo, mas no segundo tempo o time japonês meteu duas bolas na trave, e o Santos uma outra. O resultado do jogo poderia ter sido 4x3 pro Santos, o que seria um resultado inquietante.

Mas desde a Libertadores o Santos vem mostrando sorte de campeão, além de um bom futebol. Mas o jogo de hoje mostrou que para pegar o Barcelona "sério", ainda é um time que deixa a desejar.

Digo sério porque todo mundo tira sarro do mundial do Corinthians, mas a verdade é que o Mundial Interclubes nunca foi levado tão a sério pelos europeus quanto pelos latino-americanos. Complexo de vira-latas, talvez? O Barcelona já teve de se explicar incontáveis vezes nas últimas semanas sobre a seriedade que vão levar ao Japão, que vão levar a sério o torneio. Se o Barcelona encarar o mundial como encara a Champions League o Santos vai ter que jogar o triplo do que vem jogando.

Zé Roberto disse...

De Clodoaldo, o grande Corró: "As chances alvinegras são as mesmas do Barcelona. No jogo, na hora, a motivação pode prevalecer".

Na Tribuna:

http://www.atribuna.com.br/noticias.asp?idnoticia=127432&idDepartamento=2&idCategoria=0

abraços

carmem disse...

Hahaha, gostei de duas coisas: a sorte de campeão, que o Felipe falou e a frase do Clodoaldo que o Zé Roberto citou!

A zaga do Santos realmente mete medo, e não é no adversário, aff. Mas o Murici falou disso hoje, então vamos ver.

Disseram que o Ganso não jogou tudo o que sabe, que isso e que aquilo, mas se no Neymar tinham 3 marcadores no Ganso tinham 2, que bateram bem e foi nítido que eles tiraram um pouco o pé e como disse o Milton Leite o "fogo amigo" foi o que deu mais medo,o lance do Henrique com o Neymar.

Agora mais do que nunca:

Vai pra cima deles Santos,
vai com determinação!

Eduardo Maretti disse...

Bom, vou meter a colher. Primeiro sobre o comentário do Felipe (fala, corintiano! – ainda bem que tem um corintiano a fim de debater quando o tema principal não é o Corinthians!)

Felipe, como lembrou o Glauco no post do Futepoca (http://www.futepoca.com.br) sobre o jogo: "não foi uma partida de encher os olhos, mas a vantagem de dois gols em uma semifinal é a maior de um time brasileiro desde que o campeonato passou a ser disputado com esse formato, em 2005. Naquele ano, o São Paulo passou pelo Al Itthad por 3 a 2 e, em 2006, o Inter superou por 2 a 1 o Al-Ahly".

Quero dizer, 4x3 pro Santos não teria sido um resultado inquietante. O que é inquietante são outras coisas, como as abordadas no post. Exemplos: o lateral Durval (Léo tem que jogar a final), o posicionamento covarde - por parte de Muricy - do Elano, que é um baita meia quando joga mais avançado, como jogou no Santos campeão brasileiro de 2002 e 2004 ... etc. Se o Santos vai deixar ou não a desejar contra o Barça nós vamos ver domingo... Seja como for, diz o hino do Santos: "No Santos pratica-se o esporte/ Com dignidade e com fervor/ Seja qual for a sua sorte/ De vencido ou vencedor".

Estou otimista, o Barcelona é favorito, mas o Santos é no mínimo vice-campeão do Mundo (tendo o título da Libertadores como prerrogativa pra disputar o Mundial), e não o primeiro dos últimos.

Adorei a lembrança do Zé Roberto, ou melhor, a citação, do velho Corró.

E para completar a Carmem: "Tu que és o glorioso".

Abraços a todos

alexandre disse...

Esse negócio de não dar muita importância ao mudial, pra mim é conversa mole. Disputar um torneio intercontinental é sempre um marco e de uma rivalidade na mesma grandeza. Nunca vou me esquecer do mundial em que jogaram Milan e São paulo, num gol absolutamente espirita do Miller, do São Paulo, levando o tricolor ao bi mundial, vencendo por 3x2, em 1993.
O Milan era o grande papão europeu da época. O Barcelona é favorito,(tem que vencer o Qatar ainda) mas o Santos vem bem e tem uma bela equipe. Resta esperar.

Anônimo disse...

Seguinte: não gosto daquele "negocinho" de toquinho de bola prala e praca... (que saco!); de posse-de-bola-interminável...
Não é possível que o futebol seja colocado assim depois de 100 anos provando que antes de qualquer coisa ele é "arte".
Não é possível que "aquela coisinha de toquinho" vá superar a arte! É nisso que coloco todas as minhas fichas: na arte.
xico santos