Reprodução/Youtube/Instituto Lula
Conversei ontem com o ex-ministro da Cultura Juca Ferreira.
Como “militei” muitos anos em jornalismo cultural, sei bem como a cultura é, ou
era (nas redações dos jornais, por exemplo), a primeira coisa a se cortar em
épocas de crise.
Não é diferente no Brasil de Temer, com a diferença que aqui
e hoje, a devastação é mais generalizada do que talvez jamais tenha sido.
Disse Juca sobre o momento em que chegamos na história:
“Acabamos de sair do período mais longo de estabilidade e a
democracia mostrou que é um ambiente favorável para o desenvolvimento da
cultura brasileira e nós representamos isso (...) ". Agora, a reação
da área cultural é enorme, a consciência do negativo.
“(...) Eles agora vêm de novo ceifando tudo o que foi
construído, não só na área da cultura, mas nos direitos conquistados, leis
trabalhistas, aposentadoria, direitos das mulheres, avanços na relação entre
negros e brancos. Eles são devastadores. Como se quisessem nos reduzir a
uma republiqueta de banana. “
Sobre cinema brasileiro:
“Tudo indica que vão pra cima agora de uma das políticas
mais bem sucedidas, que é a do cinema. Só não foram ainda porque a Ancine tem
mandato e eles foram obrigados a respeitar o mandato. Mas estão se preparando
para atacar também.
“Só para você ter uma ideia, quando o Lula assumiu, em 2003,
eram produzidos menos de dez filmes por ano. Com a política desenvolvida pelo
Estado brasileiro – Minc e Ancine –, hoje são 150 filmes por ano.”
“(...) O Collor extinguiu a Embrafilme e depois os
tucanos não fizeram nada, pelo contrário, partiram da tese de que isso é
monopólio dos americanos, que o Brasil não tinha que se meter nesse assunto.
Fomos nós, no governo Lula e depois Dilma, que desenvolvemos toda uma política
pública de apoio ao cinema, aos artistas, empresas, em todo o território
brasileiro.”
A íntegra da entrevista está aqui.
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