quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Juca Ferreira: "Estamos vivendo um momento em que reina a mediocridade e a boçalidade"


Reprodução/Youtube/Instituto Lula

Conversei ontem com o ex-ministro da Cultura Juca Ferreira. Como “militei” muitos anos em jornalismo cultural, sei bem como a cultura é, ou era (nas redações dos jornais, por exemplo), a primeira coisa a se cortar em épocas de crise.

Não é diferente no Brasil de Temer, com a diferença que aqui e hoje, a devastação é mais generalizada do que talvez jamais tenha sido.

Disse Juca sobre o momento em que chegamos na história:

Acabamos de sair do período mais longo de estabilidade e a democracia mostrou que é um ambiente favorável para o desenvolvimento da cultura brasileira e nós representamos isso (...) ". Agora, a reação da área cultural é enorme, a consciência do negativo.

“(...) Eles agora vêm de novo ceifando tudo o que foi construído, não só na área da cultura, mas nos direitos conquistados, leis trabalhistas, aposentadoria, direitos das mulheres, avanços na relação entre negros e brancos. Eles são devastadores. Como se quisessem nos reduzir a uma republiqueta de banana. “

Sobre cinema brasileiro:

Tudo indica que vão pra cima agora de uma das políticas mais bem sucedidas, que é a do cinema. Só não foram ainda porque a Ancine tem mandato e eles foram obrigados a respeitar o mandato. Mas estão se preparando para atacar também. 

“Só para você ter uma ideia, quando o Lula assumiu, em 2003, eram produzidos menos de dez filmes por ano. Com a política desenvolvida pelo Estado brasileiro – Minc e Ancine –, hoje são 150 filmes por ano.

“(...) O Collor extinguiu a Embrafilme e depois os tucanos não fizeram nada, pelo contrário, partiram da tese de que isso é monopólio dos americanos, que o Brasil não tinha que se meter nesse assunto. Fomos nós, no governo Lula e depois Dilma, que desenvolvemos toda uma política pública de apoio ao cinema, aos artistas, empresas, em todo o território brasileiro.”

A íntegra da entrevista está aqui.

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