Mostrando postagens com marcador PRB. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador PRB. Mostrar todas as postagens

sábado, 6 de outubro de 2012

Diferença entre Ibope e Datafolha está na manipulação da margem de erro


As duas últimas pesquisas mais esperadas na véspera da eleição municipal foram divulgadas. Datafolha e Ibope, este há alguns minutos. O instituto do Grupo Folha da família Frias mantém a aparente manipulação da margem de erro. Não tem vergonha mesmo, vai até o fim em sua aposta. Coerente. Trabalha por Serra.

A diferença entre ambos os levantamentos é muito significativa, dado o equilíbrio da disputa. Vejam os números de intenção de voto e rejeição de Ibope e Datafolha deste sábado 6 de outubro.

Intenção de voto:

Ibope

Celso Russomanno (PRB) – 22%
Fernando Haddad (PT) – 22%
José Serra (PSDB) – 22%
Gabriel Chalita (PMDB) – 11%
Soninha (PPS) – 4%

Datafolha

José Serra (PSDB) – 24%
Celso Russomanno (PRB) - 23%
Fernando Haddad (PT) – 20%
Gabriel Chalita (PMDB) – 11%
Soninha (PPS) – 4%

Índice de rejeição dos candidatos que podem ir ao 2° turno:

Ibope

Serra - 39%
Haddad - 22%
Russomanno - 22%

Datafolha

Serra - 42%
Russomanno - 30%
Haddad - 25%

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Russomanno, Haddad e Serra. Tudo pode acontecer


Foto: Eduardo Maretti
Candidato do PRB: do céu ao inferno?
Segundo divulgado nas redes sociais nesta sexta-feira (5), o tracking diário do PT mostra um inacreditável e rigoroso empate entre os três principais candidatos à prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno (PRB), Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB), a dois dias da eleição. Os três estariam com 22% das intenções de voto. Algo inimaginável há alguns dias. Até então, as apostas eram sobre quem seria o adversário do candidato da Igreja Universal do Reino de Deus no segundo turno. Hoje, já se fala que é cada vez mais possível que Serra e Haddad sejam os escolhidos pelo eleitor para avançar.

Haddad tem contra si alguns fatores conjugados, com destaque para dois: o circo do julgamento do “mensalão” pelo Supremo Tribunal Federal, curiosamente coincidente com a eleição, uma verdadeira fábrica de manchetes a alimentar a mídia paulista na semana decisiva; e as pesquisas dos grandes institutos, principalmente Datafolha, para o qual parece impossível Haddad estar à frente de Serra. Sabe-se que o eleitor menos politizado tende a escolher candidatos que disputam a liderança e o Datafolha já protagonizou histórias obscuras, como se pode lembrar aqui.

É provável que no levantamento que será divulgado amanhã, sábado, o instituto do Grupo Folha tenha que fazer algumas correções, aproximar-se mais da realidade. Segundo o Datafolha de três dias atrás, Russomanno teria 25% (queda de 10 pontos em 15 dias), contra 23% de Serra e 19% de Haddad, apenas 8 acima de Chalita, com 11% (estranho). É muito difícil acreditar que Serra tenha vantagem de 4 pontos sobre Haddad com sua enorme rejeição (45%, contra 26% tanto do petista como do perrebista). Amanhã também será divulgada pesquisa Ibope. Ambos os institutos devem cravar empate técnico entre os três. Ou seja, vão deixar o mistério para as urnas resolverem, pois esta eleição se tornou imprevisível.

Ao que parece, um dos motores da impressionante derrocada de Russomanno seria o movimento dos católicos, que estariam roubando seus votos e pulverizando-os entre Serra, Haddad e Chalita. A favor de Haddad, o fato de que Russomanno está sangrando nas regiões leste 2 e sul 2, onde o PT historicamente vence.

O estranho no Datafolha é que Russomanno caiu 5 pontos na leste 2 em uma semana, mas Haddad subiu ali apenas um, contra 5 de Serra. Mesmo com comício com a presença de Lula e Dilma em Itaquera/Guaianases, redutos do PT? Hum, muito estranho (o comício aconteceu dia 1° e a pesquisa realizada dias 2 e 3). O mesmo ocorre na região sul 2: queda de Russomanno e subida maior de Serra do que Haddad. Estranho...

Seja como for, a militância do lado petista pode ser decisiva nos últimos dois dias, assim como a estrutura partidária que tanto Serra quanto Haddad têm, e Russomanno não. Ouvi de petistas hoje que Serra seria menos pior do que Russomanno. Mas isso fica para outro post.

PS [*às 14:06] - O tracking do PT de hoje, sábado, 6, dá Haddad com 23%, Russomanno com 22%, Serra com 21%.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Sobre as eleições na cidade de São Paulo


Esta é uma das eleições mais esquisitas da história recente da cidade de São Paulo.

Celso Russomanno, de um partido insignificante como era o partido de Fernando Collor nas eleições presidenciais de 1989, se aproveitou do vácuo deixado pela briga PT x PSDB e se cacifou de tal forma que hoje os partidos de Lula e de FHC sem veem na iminência de sequer ir ao segundo turno, e deixar o terceiro maior orçamento do país (atrás apenas do Brasil e do Estado de SP) nas mãos de um aventureiro.

Um aventureiro descendente do malufismo. Não podemos esquecer que destruir o malufismo era uma obsessão do PSDB de Mário Covas, causa abraçada por vários setores da “grande” imprensa paulista, o grupo Estado à frente, nos anos 90.

O tempo passou, e houve o catastrófico duplo mandato de Fernando Henrique Cardoso, cujo maior e tenebroso símbolo foi a venda da Vale do Rio Doce (ou seja, da riqueza do subsolo brasileiro, dos minérios, da terra do país), sob financiamento do Estado, leia-se BNDES. E depois veio o incrivelmente bem sucedido duplo mandato de Lula, cujos feitos são inegáveis na história do Brasil (não é intenção deste post enumerá-los), e continuam sendo sob Dilma Rousseff.

Podemos fazer críticas, como as que consideram que, com toda a popularidade e o poder que esta acarreta, Lula/Dilma poderiam ter avançado mais na tentativa de democratizar os meios de comunicação. Continuamos reféns dos podres poderes das poucas famílias que detêm o controle da mídia (Globo, Folha, Estadão, Abril, fora o loteamento de frequências de rádio e tv), que manipulam informações a seu bel prazer, mas continuam contando com gordas verbas publicitárias federais. Entra aí o Supremo Tribunal Federal, com o espetáculo sórdido e anti-republicano do julgamento do “mensalão”. Não tivemos, como a Argentina teve, uma Ley de Medios. Porém, devemos também reconhecer que o Brasil é um país muito mais complexo do que o país de Cristina Kirchner. Ponto para nós.

E, em que pese tudo isso (mídia, STF etc), o Brasil avança. Só em São Paulo é que as coisas insistem em se manter tradicionais, em se manter TFP, truculentas. Aqui ainda continuam acreditando que a Revolução Constitucionalista de 1932 foi progressista, quando na verdade foi a manifestação dos arquétipos paulistanos mais arraigados, reacionários e egoístas, provenientes da sociedade dos barões do café.

E por causa da rejeição da elite paulistana à classe trabalhadora, do ódio de classe que aqui viceja contra Lula e o que ele representa, do ódio racista de São Paulo, mais uma vez a capital está à beira do abismo, que, na atual conjuntura, representa Celso Russomanno, uma espécie de fusão entre o janismo e o malufismo.

Fernando Haddad e José Serra estão supostamente cabeça a cabeça para ir ao segundo turno contra o candidato do neomalufismo. Isso é o que dizem as pesquisas. Mas até que ponto se pode crer nas pesquisas?

No seu afã de combater o PT, Rede Globo, Folha de S. Paulo, Estadão, STF, Veja etc. estão trabalhando por Serra contra Haddad. Ao que parece, Russomanno já está no segundo turno. Russomanno da Igreja Universal contra Serra da Globo. O "pior dos mundos". O problema para o grupo dos oligarcas ligados à Globo é que, se Serra for para o segundo turno, Russomanno será o prefeito. Não que com Serra seria melhor para São Paulo. A questão não é essa. A questão é que São Paulo, politicamente, com Serra ou Russomanno, continuará um lugar chato de se viver. Um lugar opressivo, "protofascista", como diz Marilena Chaui. E a oligarquia terá vencido aqui, mais uma vez.