
A Devassa é fabricada pela Schincariol. Na propaganda da agência Mood, a socialite Paris Hilton é fotografada por um voyeur em cenas sensuais enquanto desfila com a lata de cerveja.
As polêmicas continuam as mesmas.
1) seria procedente a alegação que pipocou aqui e ali de que a proibição atenderia interesses da AmBev, “maior cervejaria da América Latina e 4ª maior do mundo”? (as aspas são do site da própria Ambev).
2) a argumentação da defesa da agência Mood, responsável pela propaganda, citou a "Boa", da Antarctica, com Juliana Paes, para argumentar que a proibição é incabível porque "não é a primeira vez que se vê uma menina com uma lata de cerveja na mão dançando em um comercial de cerveja".
3) A proibição da Devassa atende ao argumento de que o anúncio é “desrespeitoso para mulheres e abusa de sensualidade”. Na minha opinião, "desrespeitoso para mulheres" soa muito politicamente correto para o meu gosto. E "abusa" de sensualidade é subjetivo. O que é "abusar" da sensualidade quando sabemos que na TV tudo pode? Se qualquer pessoa for ao site do Conar, verá que entre seus preceitos básicos está o seguinte: todo anúncio "deve ser preparado com o devido senso de responsabilidade social, evitando acentuar diferenciações sociais".
Independentemente de sexo e sensualidade, este preceito torna-se uma piada se você assistir a uma miríade de anúncios televisivos quaisquer, que incentivam o consumo desenfreado, a velocidade dos carros potentes, a voracidade das crianças por produtos comestíveis nocivos à saúde etc.
Isso para não ir além e lembrar que a novela da noite da Globo e o pernicioso Big Brother são liberados para horários em que as salas estão cheias de crianças. OK, novelas e programas não têm nada a ver com o Conar, órgão não governamental e de autorregulamentação, criado pelo próprio mercado publicitário. A questão fica colocada apenas para reflexão.
Enfim, para quem não viu, o comercial proibido está abaixo. Cada um que faça seu juízo.
[atualizado à ooh10]