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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ainda o episódio Erundina: purismo e maniqueísmo não têm nada a ver com política


No meio de discussões nos comentários a post anterior a respeito do barulhento caso Erundina-Haddad-Maluf-Lula, escrevi que, naquele momento, a discussão era “para lá de inconclusiva” e que todas as posições eram “passíveis de ser relativizadas, inclusive a minha”.

Digo isso porque temos a tendência de falar e entender política sob um viés maniqueísta e às vezes purista, quando sabemos que tanto uma lente como outra distorcem a realidade.

Enfim, o episódio Erundina desta semana foi marcado pelo purismo e pelo maniqueísmo. E a verdade é que a ingenuidade perpassa tanto o maniqueísmo como o purismo ou “idealismo”. Política não é feita por nem para puros e santos. Não existe democracia sem acordos e táticas. Não se governa um país, um estado ou uma cidade como São Paulo como se governa um grêmio estudantil, como querem fazer parecer os partidos supostamente de extrema esquerda cuja prática, na verdade, serve aos interesses da direita.

Erundina não é santa

Antonio Cruz/ABr
Haddad: à procura de vice
Erundina não é santa, embora eu mesmo tenha aparentemente enveredado pelo purismo ao dizer durante a semana que, ao renunciar à chapa com Fernando Haddad, a ex-prefeita tinha sido “fiel ao seu passado”. Faltou, de minha parte, explicitar que, ao dizer “fiel ao seu passado”, eu me referia à sua gestão como prefeita em São Paulo, com um governo popular de esquerda inédito na história da conservadora capital paulista. Não quis dizer que Erundina era ou é pura e seu passado (estritamente político) é um mar de rosas do idealismo.

É preciso, portanto, distinguir o passado político em si do passado histórico como prefeita (nordestina e mulher) que venceu uma eleição democraticamente, para espanto de muitos, e tentou fazer um administração pela primeira vez voltada para as classes menos favorecidas. Pois, como lembrou José Arrabal em post anterior neste blog, o erro de Erundina esta semana foi o segundo grande equívoco político de sua trajetória: ela “errou e quebrou a cara (...) ao aceitar de modo personalista um ministério no governo de Itamar Franco. Nada fez ou pôde fazer de bom no Ministério e deixou o cargo humilhada, ciente de que cometera uma grande bobagem na sua história política pessoal”.

Wilson Dias/ABr
Preterida em nome da renovação
Votos na periferia

De Lula, o que cabe notar é que ele tem adotado algumas atitudes até certo ponto caudilhescas. O episódio com Maluf foi uma delas, assim como o foi sua decisão irrevogável e até certo ponto antidemocrática dentro das hostes petistas ao praticamente impor o nome de Fernando Haddad em nome da renovação dos quadros do partido. Esta, se é uma justificativa considerável, é por outro lado um pouco contraditória com a urgência de “derrotar o demo-tucanato em São Paulo”. Pois nunca foi totalmente convincente o argumento de que a taxa de rejeição de Marta Suplicy seria fatal no segundo turno. Marta tem um eleitorado fiel e importante nas periferias da cidade. Haddad, ainda não.

Como Dilma Rousseff, que era chamada de “poste” até alçar vôo por si própria, impor ao processo político sua personalidade discreta mas marcante e descolar-se da figura do presidente Lula, Haddad tem a mesma árdua tarefa pela frente. Como a campanha ainda nem começou, há tempo. O problema é que Dilma, para se eleger, contou com o esmagador apoio do Nordeste do país, mas não se sabe se, analogicamente, as periferias de São Paulo serão tão decisivas como precisam ser para Haddad vencer. Não se sabe, fazendo as contas de quantos votos a aliança com Maluf trará e quantos vai tirar de Haddad, se todo esse imbróglio terá, ao fim e ao cabo, sido positivo ou negativo para a candidatura petista.

Existe um dado sociológico relevante em São Paulo. Aqui, as classes C e D não são tão sensíveis aos benefícios evidentes que os governos Lula e Dilma lhe proporcionaram e continuam proporcionando. Aqui, os pobres, nordestinos ou não, querem ser como os ricos. Não estão tão preocupados em ter um transporte público decente, porque seu sonho é ter um carro O km. E é esse enorme eleitorado, cujo voto é totalmente volátil e sensível a chantagens eleitorais, que Haddad tem de conquistar.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Por mais respeito que mereça, Erundina errou outra vez. Urge derrotar demo-tucanato


Vaidade, personalismo e rancor são péssimos instrumentos na política

Por José Arrabal



Lembrando Winston Churchill: "aliança com o demônio"

Vale recordar aqui uma frase do primeiro-ministro inglês, Winston Churchill, por ocasião da II Grande Guerra: "Se Hitler invadisse o Inferno, eu cogitaria uma aliança com o demônio".

O mesmo se pode parafrasear na atual urgência de se derrotar o demo-tucanato paulista por sua presença notoriamente nefasta e anti-popular em São Paulo - estado e município.

Por maior respeito que ela mereça, entendo que Luiza Erundina errou historicamente ao retirar-se da chapa da candidatura de Fernando Haddad.

Errou do mesmo modo que anteriormente errou e quebrou a cara devido a esse seu erro, ao aceitar de modo personalista um ministério no governo de Itamar Franco. Nada fez ou pode fazer de bom no Ministério e deixou o cargo humilhada, ciente de que cometera uma grande bobagem na sua história política pessoal.

Desconheço os bastidores das razões que levaram à atual renúncia de Luiza Erundina. Sei que na manhã de ontem, em entrevista pública, ela se confirmou com veemência como candidata a vice na candidatura de Fernando Haddad. No entardecer, mudou de ideia. Por conta disso não creio que foram razões éticas que a levaram à sua renúncia. Que ética é essa que muda da manhã para a tarde? Verdade é que vaidade, personalismo sectário e rancor são péssimos instrumentos na política. Lição que Luiza Erundina e mesmo Marta Suplicy parecem não compreender.

Verdade também é que urge derrotar o demo-tucanato em São Paulo - município e estado. O certo é que a vitória de Fernando Haddad em sua candidatura à prefeitura de São Paulo, além de ser um valiosa esperança pública de uma boa administração popular na cidade, será um passo fundamental para derrotar o governador Geraldo Alckmin em suas pretensões de reeleição daqui a dois anos.

Com Erundina ou sem Erundina na chapa, é isso que deve nos mobilizar a todos a favor da vitória da candidatura popular de Fernando Haddad. São Paulo - município e estado - não pode sucumbir por mais tempo à tragédia neoliberal, tacanha, dilapidadora e anti-popular do demo-tucanato na região.

Bem se sabe que existe um bem sucedido projeto histórico nacional em andamento vitorioso a favor dos interesses do Brasil, da brasilidade e do povo trabalhador brasileiro construído e levado adiante em nosso país desde o governo do presidente Lula. Projeto que a presidenta Dilma Rousseff consolida com vigor crescente e grande aceitação nacional.

A presença do demo-tucanato governando São Paulo tudo faz para impedir e destruir o bom porvir desse projeto popular posto em andamento pelo governo da União nas gestões presidenciais de Lula e Dilma.

Fato que Luiza Erundina devia considerar para ajudar com sua presença junto da chapa com Fernando Haddad, sem qualquer gesto de vaidade, rancor ou personalismo possivelmente presentes em sua renúncia à candidatura a vice-prefeita. Ainda bem que seu partido - o PSB - manteve-se ao lado de Fernando Haddad.

Winston Churchill estava certo, em sua consideração durante a II Grande Guerra. O presidente Lula igualmente está certo, ao somar alianças viáveis para derrotar a tragédia administrativa e antipopular do demo-tucanato paulista.

Bem se sabe quem é e o que faz essa gente do demo-tucanato, que manda no estado há décadas. Bem se sabe quem é José Serra, o que é sabidamente ainda pior.

A questão que urge agora e sempre, nesta campanha municipal para conquistar a prefeitura paulistana, é e será somarmos forças a favor da candidatura de Fernando Haddad. Sem vacilar!

Até a vitória, com firmeza! Viva o Povo Trabalhador Brasileiro! Viva o Brasil!

terça-feira, 19 de junho de 2012

Com aliança desastrosa com Maluf, PT de Lula ganha um minuto e meio de TV e perde Erundina


O “tiro no pé” que representou o efusivo encontro de Lula e Fernando Haddad com Maluf, com direito a fotos de capa na grande imprensa e largos sorrisos, foi um tiro de espingarda 12.

Agora deixa de ser relevante se a ex-prefeita e atual deputada federal Luiza Erundina (PSB) já sabia, antes, da aliança com Maluf e só resolveu abandonar o barco de Haddad por se sentir desprestigiada, já que, segundo o jornalista Renato Rovai, ela “considerou desrespeito” a foto de Lula estampada em todos os lugares enquanto o ex-presidente não foi prestigiá-la, e esperou um sinal público de Lula que não veio.

O que agora é relevante é que, na prática, o PT de Lula trocou os abraços de jiboia do Maluf e um minuto e meio na TV pelo importantíssimo apoio de Erundina e a enorme militância que viria junto. A deputada pelo menos se manteve fiel ao seu passado.

Curioso notar que a outra ex-prefeita petista, a senadora Marta Suplicy, tampouco parece disposta a entrar no barco da campanha petista com muito entusiasmo. Está distante e silenciosa desde que lhe foi imposta goela abaixo a vontade de Lula de lançar Haddad. Os efeitos dos atos de Lula de uns tempos para cá, francamente, são desastrosos para quem é considerado um gênio político até por gente da oposição a ele.

Com tudo isso, tucanos, kassabistas e asseclas devem estar estourando champanhe nos palácios e mansões. Não só pelo fato da adesão de Erundina ter sido rápida como um relâmpago, mas porque o desastre do episódio colocará o PT na defesa e vai dar munição à oposição e à mídia pelo resto da campanha. Com o perdão da pergunta, de que lado Lula está?

Erundina: com Maluf, "vai ser difícil" engajamento da militância



Impressionante a capacidade que o PT tem de dar tiros no pé. Após duas grandes notícias em poucos dias – o crescimento de cinco pontos percentuais de Fernando Haddad no Datafolha e a entrada de Luiza Erundina na chapa de Haddad – eis que o ex-presidente Lula e o próprio candidato à prefeitura paulistana cedem às condições de Paulo Maluf para obter o apoio deste e hoje aparecem os três sorridentes nas capas dos jornais. Esse acordo tem o potencial de neutralizar em grande parte o capital que a entrada de Erundina traz (ou traria) à campanha? Só o tempo vai dizer. Mas a óbvia capacidade de liderança da ex-prefeita como um fator de mobilização e entusiasmo da militância certamente arrefeceu.

A deputada Erundina (PSB-SP) falou à Rede Brasil Atual sobre a aliança com Maluf. Perguntada se a aliança é desconfortável, ela disse: “É mais do que isso, é constrangedor.” A ex-prefeita afirmou ainda que o novo fato veio como “um balde de água fria” para ela e a militância.

E como convencer a militância a se engajar na campanha? “Vai ser muito mais difícil”, avalia. Antes mesmo de o acordo ser oficializado, “[os militantes] já diziam: ‘não vamos nos engajar se essa questão ficar definida a favor da aliança com Maluf’”, afirmou a deputada socialista.

Ela disse que o fato novo é uma “lamentável notícia” e que, se tivesse sabido antes que o acordo seria fechado, “com certa iria fazer exigência em relação a isso”.

Ouça a entrevista na íntegra:



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