A Justiça brasileira é pessimamente avaliada pelo conjunto da sociedade brasileira. Não é difícil saber por quê. O caso dos espancadores da avenida Paulista (ver post abaixo) e a parcialidade favorável a magnatas acusados de graves crimes, como Daniel Dantas, entre incontáveis outros exemplos, além dos polpudos salários de juízes pagos para fazer o que não fazem, explicam a pesquisa divulgada hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Segundo o levantamento, em escala de 0 a 10, a nota média dada pelos cidadãos à Justiça foi de 4,55. Pior, ao avaliar o item Honestidade dos integrantes do Judiciário e punição dos que se envolvem em casos de corrupção, numa escala de 0 a 4, a média ficou em 1,17. Ao responder como avaliam a imparcialidade, tratando ricos e pobres, pretos e brancos, homens e mulheres, enfim, todos de maneira igual, os pesquisados pelo Ipea deram em média 1,18 (também em escala de 0 a 4).
Quanto ao item acima (imparcialidade), lembro-me do emblemático caso da doméstica Angélica Aparecida de Souza Teodoro, de 18 anos e então mãe de uma criança de dois. Em 2006, ela ficou presa por quatro meses no cadeião de Pinheiros, em São Paulo, por furtar um pote de manteiga cujo valor era R$ 3,20. Vários pedidos de liberdade foram negados pelo Judiciário, inclusive um no Tribunal de Justiça-SP, até o Superior Tribunal de Justiça (STJ) conceder liminar para que ela fosse posta em liberdade, no fim de março de 2006.
*A pesquisa do Ipea, em arquivo PDF, está neste link.
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*Atualizado às 18h47