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domingo, 16 de junho de 2013

Início da Copa das Confederações mostra Brasil muito inferior a Espanha e Itália


Reprodução
Iniesta: joga tudo e mais um pouco
É indiscutível a supremacia de Brasil (3 a 0 contra Japão), Itália (2 a 1 sobre o México) e Espanha (2 a 1 ante o Uruguai). Mas a superioridade brasileira é discutível, até porque o time do Japão é muito ruim. O Brasil de Scolari é mais suscetível ao imponderável do que Itália e Espanha, times feitos e entrosados. 

A Espanha peca pela soberba. Poderia ter levado o empate do Uruguai nos últimos 5 minutos numa partida em que massacrou no primeiro tempo, fazendo o Uruguai de bobinho com uma posse de bola de mais de 77%, se não me engano. É inegável que o time espanhol é espetacular. Iniesta, um dos maiores craques que se viu desde Zidane, cujo enorme talento é ainda otimizado pela companhia de Xavi e Fábregas. O problema do time de Vicente Del Bosque parece ser o preciosismo que faz jogos fáceis se complicarem justamente pela soberba. Tocam tanto a bola que às vezes se esquecem que, como dizia o narrador, "o que vale é bola na rede".

O Brasil é ainda "um time em formação", como se diz. O problema é que a Copa do Mundo já começou, por assim dizer, já que a Copa das Confederações é um ensaio para o Mundial e um ano passa muito rápido. Felipão é obsoleto e conservador. Joga com um time "compartimentado", previsível. Neymar pela esquerda, o brucutu ofensivo Hulk pela direita, o ainda inconvincente Oscar como meia e os volantes Luiz Gustavo e Paulinho para proteger a zaga, Paulinho fazendo na seleção o que sempre fez, e muito bem, no Corinthians: o volante que vira elemento surpresa e chega à frente para concluir. Mas o time não tem varições táticas. É, repito, previsível; mostra buracos entre os setores; tem um goleiro ultrapassado.

A "crônica esportiva" elogiou muito o ex-são paulino Oscar, que se mudou para o Internacional para fazer a ponte para o Chelsea, onde joga. Quero ver ele jogar não contra o Japão, mas contra Espanha ou Itália. A mim, não agrada. Precisaríamos de um Ganso, mas o Ganso infelizmente não se ajuda.

Na primeira rodada da Copa das Confederações, quatro golaços: o de Neymar contra o Japão (que, sendo o gol mais bonito do fim de semana, vai abaixo);



o do italiano Pirlo, de falta, contra o México; o do espanhol Soldado no massacre contra o Uruguai no primeiro tempo; e o do uruguaio Luis Soares no finzinho no mesmo jogo, tento que quase deu chance à Celeste Olímpica de aguar o chop do baile espanhol até então. (Há quem ache que gol de falta nunca é golaço, o que me parece uma implicância tola.)

Sobre a Itália, uma observação: tenho amigos que têm verdadeiro ódio do futebol italiano. Só que o futebol clássico da Itália é indiscutivelmente belo, admita-se ou não. Você não vê a defesa italiana dar chutão. Mesmo pressionados, os zagueiros saem tocando a bola. O meio campo, com Pirlo e De Rossi, faz a bola rolar, os espaços aparecem. Não vi um chutão da defesa italiana em 90 minutos de jogo contra o México. Veja quantos chutões dá o time de Felipão numa partida. Mas essa observação sobre o time da Itália não é apenas relativo a esse time de hoje, especificamente, e sim sobre a escola italiana, não por acaso quatro vezes campeã mundial.

Em suma, três vitórias indiscutíveis: a brasileira, sobre o frágil Japão; a italiana, ao estilo da Azzurra, fazendo o suficiente para bater o sempre perigoso México, mas com autoridade e categoria; e a espanhola. Vamos combinar, um timaço esse, da Espanha, diante de um aguerrido mas atônito Uruguai, numa partida que mais pareceu uma roda de bobinho, apesar do risco que os ibéricos correram no fim.

Em termos de time propriamente falando, Itália e principalmente Espanha estão em estágio visivelmente superior ao do Brasil. São equipes com um padrão definido, cada um com seu estilo, mas que entram em campo sabendo o que querem. A seleção brasileira parece que entra em campo tateando.

É preciso registrar que é enorme a supremacia técnico-tática do atual campeão europeu (Espanha) na comparação com o campeão sul-americano (Uruguai), assim como a da Itália e de ambos os times do Velho Mundo sobre o Brasil nos dias de hoje. Se a Copa do Mundo estivesse começando agora, diria que Espanha, Itália e Alemanha seriam favoritos diante dos claudicantes Brasil e Argentina, considerando o Uruguai apenas como um pálido e impotente figurante.

Para mim, o ganhador do Moto-Rádio nesta primeira rodada foi Iniesta. É provavelmente o maior jogador da atualidade. É, lembremos, o autor do gol do título da Espanha na final da última Copa do Mundo.

Fora os goleadores citados, destaque neste início de Copa das Confederações também para o italiano Balotelli, um bad boy que aterroriza qualquer defesa e é muito legal ver em campo.

Imprensa e manifestações

Quanto às questões extra-campo, lamentável mais uma vez a ação da polícia, agora em Brasília, contra manifestações e cidadãos. Porrada, bombas, tiros e repressão como não se vê desde a ditadura.

Na cobertura jornalística, o João Carlos Albuquerque, na ESPN Brasil, mostra que o chamado jornalismo esportivo não precisa ser medíocre. Enquanto isso, no Sportv, o comentário antes do jogo foi: "Infelizmente temos manifestação em Brasília". É o sistema Globo de sempre, com o cinismo característico.

O problema é que a ESPN não transmite a Copa das Confederações, que é direito da Globo. Então, há que se que escolher entre Sportv, Globo ou Band (concessão da caridosa Globo). É difícil saber o que é pior.


sexta-feira, 5 de abril de 2013

Pensamento para sexta-feira [41] – García Lorca



Panorama cego de Nova York


Se não são os pássaros
cobertos de cinza,
se não são os gemidos que golpeiam as janelas da boda,
serão as delicadas criaturas do ar
que manam o sangue novo pela escuridão inextinguível.
Mas não, não são os pássaros,
porque os pássaros estão prestes a ser bois;
podem ser rochas brancas com a ajuda da lua
e são sempre rapazes feridos
antes que os juízes revelem a teia.

    Todos compreendem a dor que se relaciona com a morte,
mas a verdadeira dor não está presente no espírito.
Não está no ar nem em nossa vida,
nem nestes terraços cheios de fumaça.
A verdadeira dor que mantém despertas as coisas
é uma pequena queimadura infinita
nos olhos inocentes dos outros sistemas.

    Um traje abandonado pesa tanto nos ombros
que muitas vezes o céu os agrupa em ásperas manadas.
E as que morrem de parto sabem na última hora
que todo rumor será pedra e toda pegada latido.
Nós ignoramos que o pensamento tem arrabaldes
onde o filósofo é devorado pelos chineses e larvas.
E alguns meninos idiotas encontraram pelas cozinhas
pequenas andorinhas com muletas
que sabiam pronunciar a palavra amor.

    Não, não são os pássaros.
Não é um pássaro o que expressa a turva febre da laguna,
nem a ânsia de assassínio que nos oprime a cada momento,
nem o metálico rumor de suicídio que nos anima a cada madrugada.
É uma cápsula de ar onde nos dói o mundo todo,
é um pequeno espaço vivo ao louco uníssono da luz,
é uma escada indefinível onde as nuvens e rosas olvidam
à gritaria chinesa que ferve no desembarcadouro do sangue.

Eu muitas vezes me perdi
para buscar a queimadura que mantém despertas as coisas
e só encontrei marinheiros atirados sobre as varandilhas
e pequenas criaturas do céu enterradas sob a neve.
Mas a verdadeira dor estava em outras praças
onde os peixes cristalizados agonizavam dentro dos troncos;
praças do céu estranho para as antigas estátuas ilesas
e para a terna intimidade dos vulcões.

    Não há dor na voz. Só existem os dentes,
mas dentes que calarão isolados pelo raso negro.
Não há dor na voz. Aqui só existe a Terra.
A terra com suas portas de sempre
que levam ao rubor dos frutos.


Extraído de Federico García Lorca - Obra Poética Completa
(Editora Universidade de Brasília /Martins Fontes - 1989)
Tradução: William Agel de Melo



domingo, 18 de novembro de 2012

A entrevista de Dilma ao El País e o 'mensalão', segundo o jornal espanhol


Ricardo Stuckert
Dilma discursa em Cádiz, Espanha, neste domingo, 18 
O jornal El País, da Espanha, publicou hoje uma matéria baseada em conversa do jornalista Juan Luis Cebrián com a presidente Dilma Rousseff, ocorrida na última segunda-feira, dia 12. A matéria não foi publicada à toa hoje: neste domingo, Dilma discursou na sessão de abertura da 22ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Conferência Ibero-Americana, em Cádiz, na Espanha. Nela, "voltou a defender o modelo brasileiro de investimento público e abertura de mercados como antídoto contra a crise econômica mundial", segundo a Agência Brasil.

Na matéria do El País, ao contrário do que vemos comumente nas edições publicadas pela mídia brasileira, percebe-se um distanciamento interessante entre o entrevistador, o jornalista do periódico espanhol, e a entrevistada, a presidente Dilma. Distanciamento que, no entanto, não esconde um notório respeito do autor do texto e mesmo admiração que perpassam a matéria, que é bastante abrangente.

Nela, Dilma fala sobre a crise européia, sobre política econômica europeia e brasileira, sobre a época em que o Brasil vivia sob a égide do Fundo Monetário Internacional, sobre a todo poderosa chanceler alemã Angela Merkel, sobre ditadura, sobre polítca.

Fazendo um recorte, me chamou a atenção que o Uol/Folha de S.Paulo também deu chamada para a entrevista de Dilma ao El País. Na edição do veículo dos Frias, o título da matéria é: "Em entrevista a 'El País', Dilma diz que 'acata' sentenças do mensalão". O veículo do grupo editorial sediado na rua Barão de Limeira nem de longe cita, porém, a seguinte passagem da matéria de Juan Luis Cebrián:

"O julgamento, no qual [José] Dirceu assegura ter sido condenado sem provas, foi respingado de interesses políticos e de uma nebulosa campanha midiática contra os acusados cujo objetivo indubitável era manchar a figura do próprio Lula da Silva."

Para melhor entender a entrevista, acho que o internauta pode ir direto à fonte e ler a matéria do El País na íntegra, que está aqui:

“Las recetas que se están aplicando en Europa llevarán a una recesión brutal”

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Espanha consolida hegemonia


Mamma mia, 4 a 0! Iniesta e Xavi comandaram o verdadeiro baile que a Espanha fez a Itália de Andrea Pirlo dançar na final do Eurocopa da Polônia e Ucrânia, disputada no Estádio Olímpico de Kiev. O título torna o time espanhol uma força cuja hegemonia jamais se viu.

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Edição online do jornal Marca

Nunca antes uma seleção venceu tanto em tão pouco tempo: são agora duas Euros seguidas (2008 e 2012) e uma Copa do Mundo (2010) conquistadas pelo “aborrecido” futebol espanhol, como eu mesmo já cheguei a comentar... No primeiro título do “triplete”, ainda comandada por Luis Aragonés, a Fúria bateu na final a Alemanha (1 a 0).

Em 2010, já com o treinador Vicente Del Bosque, La Roja ganhou da Holanda também pelo placar mínimo. Relembre aqui.

E agora, mesmo a surpreendente Azzurra, que apresentou um futebol mais bonito e técnico do que normalmente e parecia que poderia complicar para os ibéricos, sucumbiu pelo mesmo placar que o Santos caiu diante do Barcelona no Mundial de Clubes.

Um futebol solidário, que marca em todo o campo, não tem pudor de cometer faltas, toca a bola até esgotar o adversário e quando encaixa seus ataques (os quais procura com uma paciência impressionante) é mortal, graças aos cérebros de Iniesta a Xavi.

Por enquanto não tem pra ninguém. Faltam dois anos para a Copa do Mundo no Brasil e para aparecer um time capaz de parar a máquina espanhola.

domingo, 24 de junho de 2012

Eurocopa chega às semifinais com dois jogaços.
E Brasileirinho ainda dá tédio


Portugal x Espanha - 27/06/2012 - 15h45
Alemanha x Itália - 28/06/2012 - 15h45

Serão dois jogaços pelas semifinais da Eurocopa 2012 esta semana. Torço pela Itália de meu avô e de Andrea Pirlo e por Portugal dos patrícios e de Cristiano Ronaldo. Futebolisticamente, também torço para a Azzurra e o lado lusitano da Penísula Ibérica.

Dos jogos das quartas-de-final, vi apenas a Itália derrotar a Inglaterra nos pênaltis neste domingo e uma parte do segundo tempo de República Tcheca 0 x 1 Portugal, na quinta-feira. A Alemanha eliminar a Grécia (4 x 2) na sexta e a Espanha despachar a fraca seleção francesa (2 x 0) no sábado não tive nem tempo nem saco de ver.

Pirlo, o maestro da Azzurra
Sobre a seleção italiana: como joga bola esse meia Andrea Pirlo, e que grande jogo esse, Itália x Inglaterra, apesar do 0 a 0. A vitória da esquadra da "bota" foi a materialização da máxima: "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". Teria sido muito injusto para Pirlo - pela partidaça que fez - sua equipe ser derrotada nos pênaltis pela Inglaterra dos ótimos John Terry, Gerrard e Rooney. Basta dizer que os melhores jogadores ingleses foram o zagueiro Terry e o excelente goleiro Joe Hart (finalmente a Inglaterra parece ter encontrado um guarda-metas).

A Itália, inclusive, mostra nesta Euro um futebol taticamente mais ofensivo do que o normal, o que é um trunfo considerável, levando em conta que, mesmo quando se mantém com sua tradição defensiva, ainda assim é sempre bonito ver o time italiano jogar. O belo time da Alemanha talvez fosse favorito contra qualquer outro rival, mas não contra a Itália. Os germânicos jamais venceram a Azzurra na história da Copa do Mundo e da Eurocopa!

Já na outra semi, torço pelos portugueses porque esse futebol espanhol, que muitos acham "maravilhoso", para mim é irritante. Vamos ver se o talento e a explosão de Cristiano Ronaldo destronam esses espanhóis com sua enfadonha "posse de bola" e seus cabelinhos engomadinhos. (A Espanha é a atual campeã da Euro.)

E o Brasileirinho...

Os santistas voltamos à dura realidade da ressaca pós-Libertadores. Empate com o Coritiba na Vila (2 a 2) depois de o time da Vila estar vencendo duas vezes e a defesa (com Dracena e Maranhão) entregarem também duas vezes o empate ao Coxa.

No esvaziado dérbi paulista, o Palmeiras quase titular conseguiu ser derrotado pelos reservas do Corinthians. Felipão reclamou e falou claramente que seu time não se empenhou o suficiente. A equipe de Tite, que não tem nada a ver com isso, virou o jogo e venceu por 2 a 1.

E a Portuguesa mostra que ainda é capaz de dar uma alegriazinha à galera (lusa e outras), ao bater o São Paulo por 1 a 0 no Canindé. Vai Lusa!

Não vi nenhum jogo neste domingo do até agora chato Brasileirinho.