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terça-feira, 24 de maio de 2011

A barbárie impera no Pará, ainda

Pouco mais de 22 anos após o assassinato de Chico Mendes em Xapuri (no Acre) e seis da execução de Dorothy Stang em Anapu, no Pará, nesta terça-feira o casal Maria do Espírito Santo e José Claudio Ribeiro da Silva foi assassinado em Nova Ipixuna, a 390 quilômetros de Belém.

José Cláudio da Silva era considerado um dos sucessores de Chico Mendes na defesa da preservação das floresta amazônica e constantemente denunciava o extrativismo ilegal de madeira. Eles teriam sido executados por pistoleiros de tocaia numa ponte.

Em novembro do ano passado, Silva declarou num evento sobre a preservação da floresta: “A mesma coisa que fizeram no Acre com Chico Mendes querem fazer comigo. A mesma coisa que fizeram com a Irmã Dorothy querem fazer comigo”.

E, no entanto, fizeram. Sem que nenhuma autoridade estadual ou federal tivesse evitado. That’s Brazil. A triste notícia, claro, percorre o mundo. O jornal britânico The Guardian começa matéria sobre o crime exatamente falando o seguinte: “Seis meses depois de prever seu próprio assassinato, um defensor da floresta teria sido morto a tiros na Amazônia brasileira” (aqui, o texto do Guardian).

Veja abaixo o hoje triste depoimento de José Claudio



Apesar de aparentemente uma coisa não ter nada a ver com a outra, é tremendamente emblemático que mais essa barbárie brasileira ocorra no exato momento em que se trava uma luta titânica em torno da votação do novo Código Florestal, do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), considerado gravíssimo retrocesso pela unanimidade dos ambientalistas no país.

O projeto de Aldo, o convertido

Num ato sem precedentes que demonstra o significado da eventual aprovação do texto de Rebelo, um comunista convertido ao ideário ruralista, dez ex-ministros do Meio Ambiente, em carta à presidente Dilma Rousseff, afirmaram que, se qualquer uma das versões do projeto de Aldo for aprovada, “o país agirá na contramão de nossa história e em detrimento de nosso capital natural".

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse agora há pouco que a votação será hoje. Não houve acordo. O governo tentará suprimir os pontos de que discorda (por exemplo, a anistia a desmatadores) no Senado e, em último caso, pelo veto da presidente Dilma.

“Esse código é perverso”, afirmaram os ex-ministros no documento enviado a Dilma. Assinam o texto: Marina Silva (PV), Carlos Minc (PT), Sarney Filho (PV), Rubens Ricupero (sem partido), José Carlos Carvalho (sem partido), Fernando Coutinho Jorge (PMDB), Paulo Nogueira Neto (sem partido), Henrique Brandão Cavalcanti (sem partido), Gustavo Krause (DEM), José Goldemberg (PMDB).

Atualizado às 21:03

domingo, 25 de abril de 2010

Santos 3 x 2 Santo André: jogo duro e vitória incontestável

André - Foto Ricardo Saibun
O Santo André vendeu caro a derrota por 3 a 2, que virtualmente lhe custou o título paulista. Porque supor que vá ganhar do Santos de 2 a 0, 3 a 1, 4 a 2 etc é um exercício de imaginação. A taça deve mais uma vez ficar perto do mar.

O jogo foi realmente digno de uma final. O Santo André dominou o primeiro tempo. Mas é importante dizer que esse domínio foi conquistado, no início, a partir de um estilo brucutu próprio de time pequeno. O Ramalhão começou o jogo distribuindo pancadas e pontapés à vontade sob o olhar complacente do juiz Paulo César de Oliveira. Em nenhum dos jogos contra os times grandes que o Santos venceu (São Paulo três vezes e Corinthians uma) ou mesmo de quem perdeu (Palmeiras) os adversários foram desleais. Por isso eu sempre prefiro jogar contra os grandes. A estratégia inicial do Santo André foi bater.

Conseguindo vencer o primeiro round com esse estilo karatê, o time do ABC abriu o placar aos 35 do primeiro tempo em mais uma falha, entre tantas na temporada, do goleiro Felipe, em bela cobrança de Bruno César. O arqueiro arrumou a barreira do seu lado esquerdo, ficou no direito e tomou o gol aí mesmo. Além de tomar o tento no canto em que estava, demorou um século para ir na bola, e quando foi já tava lá dentro.

Veja os melhores momentos:



(Eu assistia ao jogo no Sportv, porque acho o Milton Leite muito bom narrador. Mas Maurício Noriega é péssimo. Depois de várias bobagens, quando ele comentou que "o Santos fica incomodado quando o outro time joga", eu sinceramente achei demais, mudei de canal e me rendi ao Cléber Machado e companhia).

Após o domínio completo do Santo André no primeiro tempo, quando fez 1 a 0 com justiça (apesar dos pontapés) e poderia ter feito 2 a 0, no segundo tempo, com Neymar baleado, brilharam as estrelas de Ganso, André e Wesley, além de Robinho, cuja movimentação desnorteou a zaga andreense. A estrela de Pará tem brilhado, mas ninguém nota.

André: garra e tática
É marcante a solidariedade tática desse time do Santos, personificada por André. Aos 11 minutos do segundo tempo, ele cobriu Pará na lateral direita e desarmou o adversário pondo a bola em lateral. Um minuto e meio depois, fez 1 a 0, aproveitando de cabeça jogada magistral de Ganso.

Aos 15min e 55segundos, Felipe fez ótima defesa em chute de Rodriguinho. A zaga afastou, a bola sobrou para André, que de calcanhar tocou para Wesley, que passou a Robinho, que devolveu para Wesley entrar pela direita e fuzilar. Desde a defesa de Felipe, tudo isso se passou em 16 segundos! É por isso que, como mostra Paulo Vinícius Coelho, o Santos é hoje o melhor ataque do mundo.

Depois que Wesley ampliou aos 25, depois de uma enfiada de bola espetacular de Pará (o lateral que o Santos tem e não sabe), já era para o Santo André. Que ainda diminuiu depois de voltar a pressionar. O time do ABC fez um grande jogo, mas poderia tê-lo feito sem apelar à violência do início.

A vitória do Santos foi importante para que, quarta-feira, no Mineirão lotado, o time da Vila jogue menos pressionado contra o Atlético/MG pela Copa do Brasil. O Galo, aliás, venceu o Ipatinga na primeira final mineira, fora de casa, pelos mesmos 3 a 2.

FICHA TÉCNICA
Santo André 2 x 3 Santos
25/04/2010 –Pacaembu
Árbitro: Paulo César de Oliveira (SP)
Assistentes: Ednilson Corona e Alberto Poletto Masseira
Público total: 33.354
Renda: R$ 1.770.150,00

Santo André
Júlio César; Cicinho, Cesinha, Toninho e Rômulo; Alê, Gil, Branquinho (Pio) e Bruno César; Rodriguinho e Nunes
Técnico: Sérgio Soares

Santos
Felipe; Pará (Madson), Edu Dracena, Durval e Léo; Wesley, Arouca, Marquinhos e Paulo Henrique (Zé Eduardo); Neymar (André) e Robinho
Técnico: Dorival Júnior

Cartões amarelos: Rômulo, Toninho (SA); Wesley (S)
Cartão vermelho: Toninho (SA)
Gols: Bruno César (SA), aos 35min do primeiro tempo; André (S), aos 13min, Wesley (S), aos 17min e aos 25min, Rodriguinho (SA), aos 38min do segundo tempo